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Por:   •  30/8/2014  •  1.045 Palavras (5 Páginas)  •  283 Visualizações

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Introdução

A indústriaR automobilística brasileira vem convivendo com os desafios da competição numa dimensão global e passando por transformações importantes desde o início da década de 1990.

Montadoras multinacionais, já instaladas no País, retomaram seus investimentos para a implantação de novas plantas e para atualização das já instaladas, com a modernização de produtos e processos de fabricação, a implantação de novas formas de gestão e organização da produção e do trabalho e, ainda, o estabelecimento de novos padrões de relação com seus fornecedores.

Questão 1: Um dos experimentos mais inovadores e revolucionários na SCM(Supply Chain Management)na Industria Automobilística vem sendo conduzido no Brasil pela Volkswagen(VW)na sua Fabrica de caminhões e chassis de ônibus localizado em Resende(RJ),em Funcionamento desde novembro de 1996.É chamado de Consórcio Modular.

No início da década de 1980, os produtores japoneses de automóveis introduziam novas formas de organização, novas práticas de gestão e o uso intensivo das novas tecnologias de informação. Surgiu, assim, o modelo de produção enxuta (lean manufacturing), um conjunto de novas técnicas de produção e de desenvolvimento de novos produtos: utilização de produção e fornecimento just-in-time, produção em pequenos lotes, a prática da Qualidade Total, a busca contínua de melhoramento e aperfeiçoamento em seus produtos, e um maior envolvimento dos fornecedores no projeto dos componentes por eles fabricados (WOMACK; JONES; ROOS, 1992; POSTHUMA, 1993).

No modelo de consórcio modular, implantado no Brasil pela Volkswagen na fábrica de caminhões e chassis de ônibus em Resende-RJ, a montadora é responsável pela planta e pela linha de montagem final, executa a coordenação da mesma e o teste final dos veículos. Os modulistas assumem a montagem prévia do módulo sob sua responsabilidade e sua posterior montagem diretamente na linha de montagem final da montadora.

As pressões competitivas sobre as montadoras e a urgência de reduzir custos e de acelerar o desenvolvimento de novos produtos fizeram com que as montadoras de automóveis buscassem junto a seus fornecedores de autopeças novas formas de relacionamento, que passaram a envolver:

 a busca de fornecedores de menor custo global, não importando a sua localização geográfica ou nacional (global sourcing);

 uma maior responsabilidade dos fornecedores no desenvolvimento do projeto dos itens por eles supridos (a montadora fornece especificações de desempenho e informações sobre a interface entre o componente em questão e o restante do veículo, ficando a cargo do fornecedor o projeto do produto, usando sua própria tecnologia).

 o fornecimento de sistemas, subsistemas ou módulos em vez de componentes individuais (o fornecedor de primeiro nível passa a ser responsável não só pela montagem desses itens, como também assume a responsabilidade pelo gerenciamento dos fornecedores no nível seguinte da cadeia de produção) COSTA; QUEIROZ, 2000; HUMPHREY; SALERNO, 2000).

Atualmente, as novas formas de relacionamento entre as montadoras e seus fornecedores provocaram uma hierarquização na estrutura de suprimento de autopeças, com significativa redução no número de fornecedores, que suprem diretamente as montadoras, fornecendo subconjuntos em módulos ou sistemas. A localização dos fornecedores, ou de plantas dos fornecedores, próximos a montadoras torna-se então mais importante.

Essas estratégias em geral implicam em delegação de responsabilidades aos fornecedores, que assumem funções de design e de manufatura, o que por sua vez aumenta seu poder dentro da cadeia de suprimentos (CARVALHO, 2008). Todo este panorama contribui para um aprofundamento no estudo das relações cliente-fornecedor na indústria automotiva.

Helper (1991) propõe que o relacionamento entre montadoras e fornecedores tem duas dimensões: fluxo de informações e compromisso.O fluxo de informações, em seu nível mais baixo, cobre apenas aspectos comerciais. Em um nível intermediário, engloba troca de informações sobre fábrica, finanças e equipamentos. No nível mais alto, envolve ajuda mútua na solução de problemas operacionais e técnicos. O compromisso é relativo à certeza que o fornecedor tem da continuidade do fornecimento. Considerando estas dimensões, a autora propõe quatro estratégias possíveis de relacionamento entre montadoras e fabricantes de autopeças, representadas na Figura 1. Segundo ela, há apenas duas formas de relacionamentos que são viáveis, as dos quadrantes 2 e 3, e que o modelo “ativo” é superior,

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