Resiliência a mudar: uma revisão crítica
Monografia: Resiliência a mudar: uma revisão crítica. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: marconir • 29/9/2014 • Monografia • 7.891 Palavras (32 Páginas) • 328 Visualizações
RAE • v. 41 • n. 2 • Abr./Jun. 2001 31
Resistência à mudança: uma revisão crítica
RESISTÊNCIA À
MUDANÇA: uma
revisão crítica
ABSTRACT
When implementing changes and innovations, organizations often have to
deal with resistance to change. Maybe because few subjects pertaining to
organizational transformation are so broadly and consistently covered in
the popular literature, we may have been induced to believe we must know
all about it. If we know so much, why resistance is still a major barrier to
organizational transformation, and why so many change agents still strive
to overcome it? In this article, we attempt to respond this question by
questioning the predominant models of resistance and the assumptions of
the several “recipe-oriented” approaches to deal with resistance in
organizations. Our understanding is that such “recipes” are not particularly
helpful because they use a model of resistance to change that was built
upon several questionable assumptions, according to which resistance is
a) a “natural”, inevitable fact; b) malignant to the organization; c) employeedriven;
and d) collective. Based on counter-assumptions to each of these
widespread premises and on Psychology of Perception, a new Model of
Individual Resistance to Change is proposed. The model represents the
individual’s perceptual process during organizational change, from exposure
to stimuli until behavior adoption. The seven-stage model culminates in
four possible outcomes: resistance, resistance overcoming, indecision, or
change adoption. Implications for theory and practice, limitations of the
model and suggestions for future development are presented.
RESUMO
Ao implementar mudanças ou inovações, as organizações, muitas vezes,
têm de enfrentar resistências internas. Por ser a resistência à mudança
um dos tópicos mais estudados no campo organizacional, temos sido
induzidos a crer que sabemos tudo a seu respeito. Se sabemos tanto, por
que a resistência ainda é uma das principais barreiras à transformação
organizacional? Neste artigo, tentamos responder a essa indagação questionando
os modelos predominantes de resistência e pondo em dúvida os
pressupostos das diversas “receitas” recomendadas para lidar com a resistência.
Nossa proposição é que tais “receitas” não são de grande ajuda
porque estão embasadas em um modelo de resistência construído sob
diversos pressupostos discutíveis, segundo os quais a resistência é: a)
uma circunstância inevitável; b) nociva à organização; c) um comportamento
natural dos seres humanos; d) um comportamento exibido exclusivamente
por empregados; e) um fenômeno massificado. Usando contrapressupostos
para cada uma dessas premissas clássicas e utilizando a
Psicologia da Percepção, o estudo propõe um novo Modelo de Resistência
Individual à Mudança. Esse modelo de sete estágios procura representar
o processo de percepção individual durante a mudança organizacional,
desde a exposição ao estímulo até a adoção de um dado comportamento.
Implicações para a teoria e a prática, limitações do modelo e
sugestões para pesquisa futura são também apresentadas.
PALAVRAS-CHAVE
Resistência à mudança, mudança organizacional, percepção, cognição, organização.
KEY WORDS
Resistance to change, organizational change, perception, cognition, organization.
São Paulo, v. 41 • n. 2 • p. 31-45
José Mauro da Costa Hernandez
Administrador de Empresas pela FEA-USP, Mestre em Administração de Empresas pela FEA-USP
e Doutorando em Administração de Empresas pela FGV-EAESP.
E-mail: jmhernandez@fgvsp.br
Miguel P. Caldas
Administrador de Empresas pela UNB, Mestre e Doutor em Administração de Empresas pela FGV-EAESP,
Professor do Departamento de Administração Geral e Recursos Humanos da FGV-EAESP e Consultor de Empresas.
E-mail: mcaldas@fgvsp.br
Organizações
RAE - Revista de Administração de Empresas • Abr./Jun. 2001
32 RAE • v. 41 • n. 2 • Abr./Jun. 2001
Organizações
©2001, RAE - Revista de Administração de Empresas/FGV/EAESP, São Paulo, Brasil.
INTRODUÇÃO
A mudança organizacional tornou-se uma das principais
atividades para empresas e instituições em todo
o mundo. Embora as organizações costumassem mudar
esporadicamente, quando necessidades reais e urgentes
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