Responsabilidade social: a empresa como agente especial
Tese: Responsabilidade social: a empresa como agente especial. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: Palma • 9/6/2014 • Tese • 1.147 Palavras (5 Páginas) • 505 Visualizações
DESENVOLVIMENTO:
Responsabilidade Social: A Empresa como Agente Especial
Em uma sociedade mundial caracterizada por vigorosas e profundas transformações societárias como a nossa, as empresas, enquanto aparelhos privados de socialização (trabalho e identidade) e geração de riquezas (renda e lucro), ocupam o lugar de agentes especiais de promoção do desenvolvimento econômico e social. Para tanto suas ações devem ser direcionadas para a busca de uma articulação efetiva das relações sociais voltadas para o bem-estar da humanidade nos níveis local, regional e internacional. É nesta perspectiva que elas podem, e têm força para isso, consolidar níveis de equidade social tão esperados pelas populações que vivem sob o manto da desigualdade.
A experiência de uma consciência empresarial responsável é fundamental para que haja possibilidade de engajamento de todos no processo de desenvolvimento, objetivando a preservação do meio ambiente (relação natureza-sociedade), do patrimônio cultural (identidade e valores coletivos), a promoção de direitos humanos (dignidade e alicerce moral) e a construção de uma sociedade economicamente próspera e socialmente justa (desenvolvimento sustentável).
Desde o início do debate a respeito do significado da “Responsabilidade Social das Empresas”, que ganhou uma forma mais elaborada a partir dos anos 60 nos EUA, influenciada pela efervescência contracultural (preservação do meio ambiente, direito dos consumidores e trabalhadores), inúmeras questões têm sido objeto de discussão, tanto nos meios acadêmicos quanto no meio empresarial. É importante destacar que entre os interlocutores do tema existem divergências e convergências fundamentais a respeito do que realmente pode levar as empresas a adotarem um comportamento socialmente responsável na gestão dos negócios (não permanecer indiferente frente à gravidade dos problemas sociais que assolam a humanidade, assumindo um compromisso social que contribua para o maior bem-estar da sociedade e para sustentabilidade do próprio negócio). O marco para o debate dos temas ligados ao desenvolvimento social remete à questão da filantropia, enquanto caridade e contribuição financeira, mas que se contrapõe aos interesses econômicos das organizações. Essas duas situações marcaram um período em que a função puramente econômica das empresas foi questionada, indo ao encontro dos movimentos culturais que ocorriam nos anos 60, nos EUA, e mais no final da década, também na Europa.
A evolução das discussões e das pressões acerca da responsabilidade social nas empresas tinha o objetivo de conscientizar os executivos sobre essas questões de cunho social e ambiental, e, frente a isso, a expectativa de que as empresas pudessem criar condições para se inserirem de maneira mais harmônica e solidária em questões de interesse da sociedade, ampliando o espectro de doações e filantropia para institucionalização da responsabilidade social enquanto parte das operações regulares de negócios das empresas nas quais a ética (neste caso, regras e princípios que pautam as decisões de empresários e grupos de trabalho), e não os interesses privados e puramente econômicos, deveriam nortear as decisões empresariais.
Com vistas nisso, questões revestidas de caráter social e ético (conduta moral), de um lado, e econômico, do outro, passaram a fazer parte das discussões do meio acadêmico sobre o movimento da responsabilidade social das empresas. A partir daí, o termo “Responsabilidade Social” é descrito por autores de diferentes áreas do conhecimento, como nas Ciências Sociais, na Economia, na Administração e no Marketing, sendo que cada autor apresenta uma interpretação diferente e muito particular em relação aos interesses de sua área profissional. Em uma tentativa de síntese das expressões das ciências da sociedade e suas organizações, pode-se dizer que “Responsabilidade” é a expressão moral (socialmente construída) da personalidade consciente e livre: o indivíduo deve assumir os seus atos, reconhecendo-se como autor deles, sejam estes positivos ou negativos. Pressupõe-se, nesta definição, uma atitude livre de um indivíduo ao agir e ao assumir as conseqüências de uma determinada ação. Esta atitude proporcionaria, então, certa previsão, com base em experiências passadas, dos resultados de suas ações futuras. Ou seja, responsabilidade é a possibilidade de prever os efeitos do próprio comportamento e de corrigi-los com base em tal previsão. Isso quer dizer que, antevendo-se as conseqüências de determinado ato, torna-se possível regulá-las (mate-las sobre maior controle) e ter a livre escolha de evitá-las.
Já a definição do termo “Social”, em síntese, é: que pertence à sociedade, tendo em vista as suas estruturas, suas condições e seus movimentos. Logo, é possível compreender a “Responsabilidade Social” como a
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