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Responsbilidade Social

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Por:   •  16/11/2013  •  1.413 Palavras (6 Páginas)  •  405 Visualizações

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2.1 Conceituação da responsabilidade social

2.1.1 Introdução

O conceito de responsabilidade social empresarial associa-se ao fato de que uma

organização é responsável pelos impactos que suas práticas e ações gerenciais

produzem, que não se referem somente ao âmbito da empresa em si, têm cunho

interno e externo. Seu exercício é a gestão dos negócios não restrita apenas ao resultado

econômico da atividade produtiva, mas à contínua aprendizagem, inovação

e recombinações institucionais, subsidiadas nas práticas de gestão, na vontade

política interna – portanto, com grande importância para o papel de suas lideranças

–, na qualificação, capacitação e conhecimento das ferramentas e técnicas

associadas.

Dizer que uma organização é responsável, nesse caso, significa que as pessoas

que a ela se associam devam responder pelos próprios atos ou apelos de

outrem, de forma legal ou moralmente pela vida, pelo bem-estar de alguém

(FERREIRA, 1999).

A tematização da responsabilidade social, bem como sua consolidação, é permeada

por diversos discursos político-ideológicos. Mostramos os principais matizes dessas

posições e apresentamos diversos conceitos emergentes que influenciam o discurso

empresarial contemporâneo.

2.1.2 Transformações políticas recentes e responsabilidade social empresarial

A discussão atual sobre a responsabilidade social empresarial emergiu tendo como

pano de fundo o fortalecimento do ideário neoliberal que se seguiu à derrocada dos

22 Responsabilidade Social e Cidadania

regimes do chamado “socialismo real” e o enfraquecimento das propostas e dos dispositivos

característicos do Welfare State, ou Estado de Bem-Estar Social1.

Após a Segunda Guerra, em confronto polêmico com o ideário e as práticas do Welfare

State, alguns economistas teóricos como Friedrich Hayek (1994)2 e Milton Friedman

(1977)3 atualizam as teses do liberalismo, enfatizando que somente o livre-mercado

pode ser o contexto institucional adequado e propício à afirmação das liberdades individuais

e à promoção da prosperidade econômica. O núcleo doutrinário das propostas

ditas neoliberais é a apologia dos mercados e a suspeição dos intervencionismos

burocrático-estatais. De um lado, afirma-se positivamente ser o sistema de mercados

livres e auto-regulados o paradigma da mais eficiente alocação possível dos recursos

econômicos. De outro lado, afirma-se negativamente que o domínio do Estado sobre as

atividades econômicas deve ser reduzido ao mínimo indispensável.

1 WELFARE STATE. O Estado de Bem-Estar Social, ou Welfare State, configura uma forma particular de regulação

social de atividades de interesse público, apoiada na emergência de sistemas nacionais estatalmente regulados

de educação, saúde, previdência social, integração e substituição da renda, assistência social e habitação

e em políticas de investimento público voltadas para regular direta ou indiretamente o volume, as taxas e os

comportamentos do emprego e do salário da economia. Desse modo, o foco privilegiado de atenção

do Welfare State é o nível de renda da população trabalhadora (WERNECK VIANNA, 1997).

2 Friedrich August von Hayek (1899-1992). Economista austríaco de renome internacional, considerado um

dos mais importantes pensadores liberais do século XX pelas suas contribuições nos campos econômico, jurídico,

político, filosófico e histórico. Prêmio Nobel de Economia em 1974. Tornou-se conhecido principalmente a partir

da publicação da obra O caminho da servidão, de 1944, em que lança um alerta contra a ameaça crescente à

liberdade e aos direitos individuais, provocada por movimentos políticos totalitários de esquerda e direita que se

expandiam na Europa. Para Hayek, programas socialistas, como os associados ao Estado de Bem-Estar Social,

defendidos pelos trabalhadores ingleses após a Segunda Guerra Mundial, eram temerários, sendo portadores

das sementes do totalitarismo e representando um risco permanente às liberdades humanas. Para saber mais:

HAYEK, F. A. V. O Caminho da servidão. Rio de Janeiro: Bibliex Cooperativa, 1994.

3 Milton Friedman (1912 – 2006). Economista americano. Prêmio Nobel de Economia em 1976. Sua obra destaca-

se pelas suas contribuições nos campos de análise de consumo, história e teoria monetária e demonstrações

sobre as complexidades das políticas de estabilização. Ressalta que a iniciativa individual é a base da atividade

econômica, justificando o mercado como regulador da riqueza e da renda. Defende o capitalismo competitivo,

organizado por meio de empresas privadas, como um sistema que exercita a liberdade econômica. Para ele, o

papel do Estado é o de promotor de condições positivas à competitividade individual e aos contratos privados.

Chama a atenção para os riscos decorrentes da intervenção

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