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Resumo-Moneyball

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Por:   •  25/10/2014  •  Resenha  •  1.385 Palavras (6 Páginas)  •  1.091 Visualizações

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Há muitas coisas que fazem de O Homem que Mudou o Jogo um dos melhores filmes do subgênero esportivo dos últimos tempos. Há, também, muitas coisas que fazem O Homem que Mudou o Jogo se distanciar do rótulo de “filme esportivo” - mesmo que, em uma combinação surpreendentemente eficaz, o longa comedidamente abrace o romantismo do esporte (no caso, do basebol) ao mesmo tempo em que o contesta severamente sob diferentes camadas. Mas o que realmente faz de O Homem que Mudou o Jogo uma obra genial e que permanece viva em sua mente é mesmo seu protagonista; um personagem tridimensional que em meio a um filme de vários atrativos, consegue se destacar, de longe, como a melhor coisa dele.

Nós temos um protagonista, o gerente do time de basebol Oakland A's, Billy Beane, vivido por Brad Pitt em uma interpretação que reúne os habituais trejeitos do ator, mas que é potencializada pelas nuances que o roteiro lhe confere - e que Pitt, mesmo num aparente piloto automático, consegue absorver com segurança e frescor. Sua equipe vem de mais um fracasso no campeonato, e as perspectivas para o ano seguinte são péssimas, já que, além de terem perdido três de seus principais jogadores para times rivais, o clube simplesmente não tem o dinheiro que os outros times possuem, o que os deixa em uma posição “injusta” em relação aos grandes e mais endinheirados - como percebe e faz questão de enfatizar Billy.

Billy se desentende com todos os outros gerentes, conselheiros e olheiros de seu clube. Todos seus colegas são senis, velhos (algo ressaltado pelo curioso casting do filme), e mesmo assim é Billy, um ex-jogador de basebol e significantemente novo perto dos demais o encarregado de tomar as principais decisões. Então Billy traz para sua assistência um garoto ainda mais novo, o graduado em economia pela Yale de nome Peter Brand (Jonah Hill), um brilhante nerd que reproduz um método de estatísticas criado para a melhor obtenção de resultados. É um esquema que, além de financeiramente em conta, é completamente racional, frio e, perto da cimentada experiência e intuição esportiva, um tanto quanto duvidoso.

Mas Billy e Peter, bem como o roteiro do filme, são convictos dessa nova filosofia, e convincentes ao teorizá-la. E as demonstrações preliminares do método, que se dão antes das novas contratações serem efetivamente feitas, são impressas de forma fascinante pelo longa. Eu, particularmente, não gosto de esportes, de nenhum. Não tenho nenhuma objeção quanto à prática, apenas não me interessa o esporte comercializado e fanatizado. Muito disso se deve ao fato de que a competição esportiva é consumida de maneira irracional. É compreensível que o sentimento de torcida seja puramente emocional, um amor, uma paixão. Mas a que propósito? Para ganhar uma competição que tem valor único e puramente interno?

Talvez seja por isso que, embora o foco do filme seja outro (não a torcida, mas a gerência por trás de um time, ainda que o roteiro toque em alguns pontos que mencionei acima), a trama de O Homem que Mudou o Jogo e seu propósito tenha me fascinado tanto. A filosofia adotada por Billy é um verdadeiro baque sobre uma esfera tão instintiva como a do esporte. Nessa nova abordagem, tudo se resume à matemática. Jogadores são avaliados por dados estatísticos, por números - o que diz muito sobre o protagonista, que rapidamente acolhe essa ideia sem nenhum tipo de reserva e a defende tanto quanto seu colega Peter, uma vez que confessa se distanciar ao máximo dos jogadores a fim de não criar laços emocionais apenas para facilitar na provável hora de demiti-los.

Billy Beane, aliás, é um dos personagens mais fascinantes e complexos já construídos em um filme do gênero. Na superfície, demonstra ter uma personalidade direta, segura e prática que, no entanto, apresenta pequenas reações agressivas e sistemáticas que parecem servir como uma válvula de escape fugaz - e que até mesmo confere momentos cômicos ao filme devido à desproporção desses pequenos atos, como o de atirar uma cadeira com toda a força para fora de sua sala ou ainda derrubar um recipiente de Gatorades no vestiário mesmo depois de ter sido bastante claro em seu curto e objetivo discurso (algo que o personagem também costuma fazer). Mais a fundo, o roteiro proporciona rápidos mergulhos ao passado e à vida pessoal do personagem, desenhando uma figura de múltiplas e palpáveis dimensões que se contesta até o final da narrativa.

É interessante como O Homem que Mudou o Jogo, por sua abordagem fria e que basicamente se abstém do brilho esportivo, passa, aos poucos, a aspirar o romantismo habitual do tema conforme os percalços da nova filosofia de gerência surgem no caminho dos personagens, os forçando a alterar um pouco suas atitudes. Os roteiristas passam a injetar mais humanidade na história, estabelecendo uma transição a Billy, permitindo que o personagem se socialize e aconselhe diretamente os membros de seu time; que vibre com aquisições de novos jogadores e que até mesmo se sinta tentado a abandonar seu velho hábito de não assistir/ouvir

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