Setor de Baterias Automotivas: Cegos Para a Ameaça Elétrica
Por: leo.r.muller • 12/6/2019 • Trabalho acadêmico • 852 Palavras (4 Páginas) • 194 Visualizações
Setor de baterias automotivas: Cegos para a ameaça elétrica
A crescente expansão dos modelos de negócios no setor automobilístico não conhece limites. Desde meados de 1900 com o levante do fordismo, a indústria de veículos se aprimorou cada vez mais, com uma velocidade progressiva até os dias de hoje, em que os veículos de combustão são produzidos em massa em todo o globo.
Contudo, o modelo de veículo à combustão está se tornando obsoleto. Em tempos de expansão tecnológica, a preocupação com o meio ambiente impulsiona o desenvolvimento de tecnologias limpas e sustentáveis. Assim surgiu o carro elétrico, que não faz uso de combustão, ou seja, não gera gases nocivos ao meio ambiente.
A alternativa de veículos que usem sistemas elétricos ainda é pouco comum ao grande público, porém pesquisas já mostram aumento significativo no número desses veículos, em que, segundo o Centro de Pesquisa em Energia Solar e Hidrogênio de Baden-Württemberg, a frota mundial de carros eletrificados cresceu cerca de 55% em um ano.¹
Contudo, essas tecnologias ainda apresentam dificuldades para ingressar e se consolidarem no Brasil. Porém, setores do governo já demonstram interesses em facilitar a entrada destes novos modelos ao país, como a medida de redução de 25% para 7% ao IPI (Imposto sobre Produto Industrializado) dos carros híbridos e elétricos². Medida apresentada pelo Ministro da Indústria Marcos Pereira, que tem como objetivo a maior facilidade da industrialização dessas tecnologias sustentáveis com o mínimo de impacto fiscal possível.
As empresas de baterias ainda não olham para o mercado lá fora
Com as crescentes mudanças do setor automobilístico do mundo, acarreta à novas formas de energia. Um carro elétrico especificamente, não utiliza da mesma captação de energia elétrica do que os carros à combustão. Pois enquanto o último utiliza uma bateria de modelo básico para seus componentes elétricos, os novos modelos de carros usam um sistema de baterias integrados para gerar energia ao veículo como um todo. Portanto, os dois modelos de carros utilizam formas de energia completamente diferentes.
Neste cenário, o Brasil vive um momento positivo para as empresas de baterias automotivas, como Moura, Baterax, Heliar, etc. Em que as vendas de carros novos à combustão subiram cerca de 38% no último ano.³
Ou seja, enquanto as vendas de carros à combustão sobem no Brasil, o cenário se torna lucrativo às empresas do setor de baterias para estes veículos. Sobretudo, as empresas carecem de pesquisas e investimento às novas formas de energias para acompanhar o desenvolvimento e a entrada dos carros elétricos. No último ano, as empresas Heliar, Moura e Baterax não apresentaram nenhum interesse em pesquisas ou investimentos no novo mercado que cresce fora do Brasil.
Ainda que um forte mercado em desenvolvimento, as baterias de carros elétricos apresentam um alto custo para seu desenvolvimento, o que pode gerar insegurança para que as empresas de baterias automotivas do Brasil agreguem este mercado.
Porém, recentemente, novas tecnologias desenvolvidas geraram uma queda no custo de fabricação das baterias para os novos modelos de carros. Uma bateria de lítio que em 2007 custava cerca de US$ 1000 kW/h para ser fabricada, em 2014 esse valor reduziu para US$ 450 kW/h. Uma redução surpreendente em termos econômicos, visto o uso de novas tecnologias desenvolvidas em sua fabricação.
As previsões constatadas são de que por volta de 2020, o custo de fabricação destas baterias já seja de US$ 250 kW/h, tornando mais acessível para as empresas deste ramo. Contudo, mesmo com todas os indicadores em potencial para este mercado, as empresas brasileiras do setor de baterias automotivas, não apresentam qualquer interesse nestas novas tecnologias.
Ainda que as baterias de carros elétricos não equiparam seus custos de produção às baterias convencionais, a falta de interesse nesses novos modelos por parte das empresas
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