A INTERRELAÇÃO DE FOTOGRAFIAS, GUERRAS E PAZ
Por: vitorkobayashi • 27/11/2018 • Resenha • 1.247 Palavras (5 Páginas) • 228 Visualizações
RESENHA CRITICA
A INTERRELAÇÃO DE FOTOGRAFIAS, GUERRAS E PAZ.
Partindo do pressuposto de que imagens, mais precisamente fotos, são fortes ferramentas como meio de expressão, é normal vermos em jornais e outras fontes de informação, uma enorme quantidade de imagens atreladas às notícias a serem divulgadas, além das mesmas estarem muitas vezes editadas e manipuladas para vender uma maior quantidade de conteúdo possível.
Visto que vivemos em um mundo capitalista e praticamente tudo vira produto para comércio, imagens de dor, sofrimento e angústia de diversas pessoas são espalhados diariamente e consumida por uma grande parte da população mundial ao qual parece ter apreço por notícias e imagens que retratam a violência que o ser humano é capaz de causar.
Segundo o conceito popular de fotografia, ato de registar momentos por meio de imagens, faz com que nós tenhamos uma melhor assimilação do cenário se expressa por meio de fotografias, segundo Susan Sontag (2003), o evento se torna mais real se apresentado conjunto a fotografia.
O memento em que vivemos da história, cujos meios de comunicação possui velocidade de disseminação do conteúdo nunca visto antes, faz com que todos os dias recebamos uma inúmera quantidade de imagens sem qualquer tipo de filtro quanto ao conteúdo; Susan (2003) faz referência a tal fato e propõe a possibilidade de que devido ao exagero de fotos e fatos negativos ao que somos expostos durante a nossa vida, faz com que desenvolvamos um embotamento mental, em referência ao artigo produzido por Wordsworth.
Através dos escritos de Susan Sontag (2003), traz embasamento para afirmar o raciocínio de que a difusão de fotografias produzidas e difundidas pela mídia torna as pessoas cada vez mais, consumidores de espetáculos, visto que tais fotos são formuladas para o público principalmente com o intuito de vender o conteúdo, portanto justificando o apreço até mesmo pela dor e o sofrimento das pessoas.
Esse consumo de fotografias demonstrando dor e sofrimento fez com que surgisse uma profissão arriscada na qual se baseia em retratar os horrores que o ser humano é capaz de causar ao próximo. Os fotógrafos de guerra, que representam essa profissão arriscada, buscam transmitir por meio de imagens a violência e a crueldade que o homem provoca em busca de poder e bens materiais.
A profissão de fotografar guerras é cercada de medos e incertezas constantes, o cenário é sempre um imprevisível e perigoso campo de batalha que a qualquer momento alguém pode cair morto, devido a isso esses profissionais quando se encontram em trabalho devem estar trajando equipamento de segurança igualmente aos usados pelos soldados que ali lutam para defender os interesses de sua nação.
A violência proposta por Galtung (2003) é descrita como uma ofensa às necessidades básicas do ser humano de tal forma que o nível da satisfação destas necessidades é diminuído em relação ao seu potencial (2003:197). A negação de tais necessidades pode ser gerada através de três tipologias de violência: direta, estrutural e cultural.
O triangulo da violência apresentado por Galtung (2003), descreve os três tipos de violência proposto por ele; a violência direta seria a violência física e verbal como por exemplo, assassinato, guerra, torturas e etc. A violência estrutural acontece de forma indireta através da criação de estruturas sociais que impeçam ao ser humano a satisfação das necessidades básicas. Esta violência se apresenta na forma de desigualdade social, exploração e marginalização.
A violência cultural é a violência que legitima e justificar os demais tipos de violência, a violência cultural é a violência praticada por ideologias, religiões linguagens, ciência e etc. (Galtung, 2003)
A violência apresentada, não só é praticada como aceita e necessária em muitos casos, de acordo com o moralismo hipócrita ao qual é sustentada. É exercida por um amplo conjunto de meios, como a economia, a política, a cultura, a educação, a indústria cultural e a produção científica. Manter o “outro” oprimido e obediente é legitimado como meio de atender-se aos interesses próprios. A paz, contudo, não significa apenas a inexistência de guerra, mas sim uma paz subordinada à violência.
A paz positiva por sua vez tem o papel de transformadora para com as estruturas geradoras de violência direta, estrutural e cultural. Segundo Galtung (2003), a paz positiva constitui o meio e o fim para atingi-lo, sendo que a busca pela paz deve ocorrer de maneira pacifica.
Paz positiva direta se caracteriza pela ausência de violência direta, nisso fica incluso a inexistência de qualquer forma de descriminação. A paz positiva estrutural é a paz que promove a transformação da violência estrutural, logo pode ser caracterizada pela substituição da opressão pela liberdade, da injustiça social pela justiça, da exploração pela equidade e etc. A paz positiva cultural seria a solução para a violência cultural.
Paz não precisamente necessita ser plena para ser reconhecida, a existência de paz pode ser notada em diversos momentos cotidianos, a paz pode estar presente em um sorriso sincero, em um carinho na pessoa amada, na calmaria de um campo e etc., mesmo estando imersa em contextos falhos onde haja traços de violência não devemos deixar de praticar a paz em todas as situações que nos cabe atitudes, somente assim mesmo em meio a todo o caos existente a paz poderá ser efetivada.
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