Atividade de Espacialidade e Territorialidade nas Relações Internacionais
Por: sososososososos • 13/10/2023 • Trabalho acadêmico • 543 Palavras (3 Páginas) • 107 Visualizações
Atividade 1 de Espacialidade e Territorialidade nas Relações Internacionais
Dentro dos conceitos desenvolvidos por Saskia Sassen, o mais único é o que a autora caracteriza como assemblages, que englobam existências para além das divisões territoriais tradicionais que se subdividem em quatro, sendo um desses o que Sassen define como “Rede global de ativistas locais”. Dentro deste é possível enquadrar casos práticos para assim compreender o aspecto teórico desenvolvido por Saskia Sassen. Para além das barreiras físicas, há associações como o Movimento Estudantil, pauta global que se expande para muito além do espaço, do tempo e da história, esse ativismo que costumeiramente se manifesta de forma local por entidades, nesse caso destacando a OCLAE, Organização Caribenha e Latino-Americana de Estudantes.
A OCLAE é uma instituição ativista de mais de 56 anos, que surge sob proposta de Fidel Castro, durante o IV CLAE, Congresso Estudantil Latino-Americano, como forma de solidificar a presença continental do movimento. A priori, o nome leva a presunção de um fator regional, mas a América Latina como identidade vai muito além da proximidade territorial, incluindo países caribenhos e até mesmo o México, pertencente a América do Norte, porque retrata e retoma o panorama comum das nações emergentes que foram por muito tempo sujeitas ao imperialismo. A união latina é por si só um movimento muito jovem.
Por muito tempo, as pautas estudantis possuíram caráter altamente local e especializado, pela suposição da diferença fundamental: serem diferentes nações com diferentes governos e assim por diante. Contudo, a partir da globalização e da tecnologia surgiu a aproximação dos movimentos estudantis e a compreensão de que as realidades latinas surgiram das mesmas bases e reverberavam os mesmos problemas, gerando a internacionalização da pautas anteriormente pátrias. A OCLAE permite o fortalecimento do movimento e uma pressão internacionais a problemas nacionais, e expande o engajamento da pauta para além dos ambientes universitários. De forma geral, tem-se muitas semelhanças nos principais defeitos da educação nos países latinos: escassez de investimentos, movimentos crescentes de privatização e mercantilização das instituições de ensino e ausência de políticas de permanência estudantil, problemas agudizados em crises econômicas, que atualmente são parte do panorama pós pandêmico da América Latina.
Uma das atuais agendas da instituição, que reforça o caráter internacional regional da OCLAE, é a retomada do estabelecimento da Universidade de Integração Amazônica, UNIAM, complementada por um projeto de mobilidade acadêmica a fim de produzir pesquisas cientificas direcionadas a proteção e cuidado do bioma, agenda essa que é de integração intrínseca dos movimentos estudantis brasileiros e locais da região Norte. O caráter misto e único que representa as “Redes globais de ativistas locais” de Saskia Sassen é visível também por meio de uma fala do atual presidente da instituição, Miguel Ángel Machado: “Que as lutas nacionais sejam também regionais, essa deve ser a visão e o desafio fundamental, para nos mantermos como um bloco estudantil unido e solidário também com outras causas”.
Bibliografia
SASSEN, Saskia. 2008. "Neither global nor national: novel assemblages of territory, authority and rights", Ethics & Global Politics, 1:1- 2, 61-79.
DE MELLO, M. Venezuela sedia Congresso Latino-Americano e Caribenho de Estudantes. Brasil de Fato, Caracas, Mai, 2019. Disponível em: https://www.brasildefato.com.br/2019/05/22/venezuela-sedia-congresso-latino-americano-e-caribenho-de-estudantes. Acesso em: 15 set. 2023.
OCLAE, 57 anos levantando a voz dos estudantes latino-americanos. Prensa Latina, Havana, Ago, 2023. Disponível em: https://www.prensalatina.com.br/2023/08/11/oclae-57-anos-levantando-a-voz-dos-estudantes-latino-americanos/. Acesso em: 15 set. 2023.
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