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O debate entre positivistas e pós-positivistas

Por:   •  21/8/2019  •  Resenha  •  661 Palavras (3 Páginas)  •  265 Visualizações

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        O debate entre positivista e pós-positivistas ou racionalistas e reflexivistas, no campo das Relações Internacionais data do final da década de sessenta, e surge a partir das fragilidades do debate neo-neo que levantava dúvidas quanto as formas de explicação e resolução das novas questões da esfera internacional do pós Guerra Fria. O positivismo durante o século XX foi a base epistemológica e metodologica que caracterizou a área de RI enquanto disciplina.

        Os principais debates – realismo e idealismo; realismo e liberalismo; behavourismo e tradicionalismo – tiveram como pilar seus preceitos na formulação de leis gerais capazes de explicar e prever os fenômenos das interações estatais. Além desses debates constitui-se também dos preceitos marxistas como lente de análise, o que consolidou a disciplina como um debate interparadigmático, ou seja, embora todas essas perspectivas ideologicas divergissem quanto a sua formulação epistemólogica, convergiam quanto ao método. O positivismo é pautado a partir da observação. Segundo Smith, utiliza-se dos mesmos principios das ciências naturais para se explicar os fatos das ciências sociais.

        Nesse sentido, a metodologia positivista busca explicações empiricas legitimadas pela observação que apontam generalizações que resultam em leis capazes de explicar o universo. O cientista fica a parte do seu objeto de estudo, e a partir do uso da razão chegaria à uma unica verdade. Por isso, é naturalista, ou seja, dispõe de uma unidade metodológica; neutra, por buscar sempre a objetividade, principalmente em termos quantitativos; regular, por dispor de modelos teóricos; verificavél, para se desprender da metafisica, da subjetividade  e portanto ter sua validade empiricista.

        Nas Relações Internacionais, o positivismo considera o Estado como modelo unitário de análise, e leva em conta elementos que o retificam, como a soberania. Sendo assim, o aparato teórico racionalista da disciplina caracteriza-se por principios materialistas. Limita-se, portanto, as interações entre Estados que compõem o Sistema Internacional.

        De acordo com Smtih, tal método é simplista e redutivel. Pois, o mundo social dispõe de elementos não-observavéis que formam os fatos sociais. Apenas a observação, não seria suficiente, porque os fenômenos sociais também dispõem de uma verdade subjetiva e intuitiva não mensuravél, e por isso, o uso da razão não seria suficiente para explicar as relações invisiveis. É a partir disso que o pós-positivismo reinvidica a revisão do que se é consideração ciência. Ele afirma que o modelo positivista não está isento de uma lógica dominante que controla o mundo para atender interesses particulares a partir do momento que se delimita o que se é ciência e o que se é verdade.

        Para o pós-positivismo, a realidade dos fatos sociais não dispõe das mesmas leis que regem as ciências naturais. Nele, a realidade é uma construção social, e nessa perspectiva, ela é subjetiva. O cientista faz parte dela e é afetado por ela, por isso ele a explica de acordo como se compreende por ela. Por isso, não há neutralidade, por ser reflexo dos seus autores.

        O pós-positivismo não busca uma unica verdade. Coloca em evidência pluralidades epistemologicas e metodologicas capazes de explicar os fenômenos sociais e a complexidade do mundo. Por isso, não é unitário. Assim como o positivismo, ela parte da observação, mas também coloca a compreensão como fator importante na explicação dos fatos. Ele nega modelos teóricos padronizados e coloca em evidência que mecanismo imutavéis não são capazes de compreender toda a realidade.

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