Resenha Carl Menger - On The Origins of Money
Por: anamagalhaesds • 18/5/2015 • Resenha • 960 Palavras (4 Páginas) • 892 Visualizações
RESENHA
MENGER, Carl (1892). On The Origins of Money. In: The Economic Journal, v. 2, n. 6, Jun. 1892, pp. 239-255
Ana Paula Magalhães David de Sousa
Em On the Origins of Money, Carl Menger discute a origem da moeda como mediadora das relações econômicas, uma vez que, para ele, é óbvio que um comprador deveria abrir mão de uma mercadoria em troca de outra de maior utilidade, porém é “misterioso” o processo de uma nação abrir mão de seus bens por discos de metal ou pedaços de papel que apenas representam valores, pois isso seria contrário ao curso natural das coisas.
A maneira adotada por Menger de se analisar esse fato social é dispensar a discussão sobre de “porque essa forma de moeda ou documento?” e focar no desenvolvimento da economia até chegar ao ponto que se incorpora esse método de transação na realidade. Assim, o autor questiona se o dinheiro é uma parte do mundo econômico ou uma anomalia e se o valor comercial e o valor de troca são produtos de um mesmo fator ou de fatores diferentes, sendo eles convenção e autoridade.
Fica claro que Menger se posiciona contrariamente à primeira teoria para explicar a moeda, que se refere a ela como uma convenção geral, ou seja, sua existência foi determinada por lei ou algo do tipo. Para o autor, essa visão apresenta dois problemas principais: o primeiro, de que seria impossível determinar algo de tamanha importância, uma vez que conflitaria com interesses individuais, independente da alegada inquestionável vantagem da moeda. O segundo, de que, se essa lei ou esse momento histórico determinante realmente ocorreu, dada sua importância, deveria ser notoriamente reconhecido, porém não há registros de tal marco.
Assim, o dinheiro teria origem na sociedade e não no Estado, e a ideia de troca de valores sempre existiu primordialmente antes de se implantar metais e papeis em circulação.
Desde os primórdios do mercado, existiam trocas. Porém, gradualmente o homem foi evoluindo e entendendo a economia, até se chegar a um ponto que percebeu que os valores de certas mercadorias não são ligados diretamente. A mercadoria de um proprietário muitas vezes tem mais valor do que a mercadoria de outro. E no mundo econômico, esses proprietários se encontram e querem realizar transações, porém são impedidos pelas diferentes valorações. Essas divergências explicam o início da teoria do dinheiro.
Porém, é importante ressaltar o destaque que Menger dá para preços e valores em diferentes épocas e em diferentes lugares, uma vez que na economia a determinação dessas variáveis não cabe ao homem e sim a fatores independentes de sua vontade. Assim como preços de venda e revenda e subsequentes também são diferentes, mesmo para mercadorias muito valiosas. Os mercados seriam muito simples se a teoria se equivalesse á prática, e se os valores dos produtos fossem os mesmo sempre.
Além disso, não se pode deixar de mencionar a maior ou menor “vendabilidade” das mercadorias, que determina a quantidade que uma mercadoria pode ser vendida a um preço. Se um produto é valioso, como milho ou algodão, citados pelo autor, são vendidas maiores quantidades a um mesmo preço, sendo ele o preço de mercado. Assim, Menger destaca o fato de que pesquisas anteriores sempre relacionavam os preços à quantidade oferecida, mas nunca à facilidade de troca.
Diante desse conceito de mercadorias mais ou menos “vendíveis”, era comum a situação de alguém chegar ao mercado com um produto menos valioso querendo sair com um mais valioso. Porém, essa troca não poderia ser feita diretamente, então essa pessoa gradualmente vai realizando trocas e transações por produtos mais e mais valiosos até chegar onde desejava. Entretanto, foi preciso muito progresso e análise do próprio interesse para que se chegasse nesse processo simples, e que o homem percebesse a vantagem dele para o seu interesse econômico. É evidente, porém, que o hábito só se espalhou quando um observou o sucesso do outro e assim por diante.
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