Rumo a conceituação pós hegemônica da ordem mundial
Por: Breno Fernandes • 16/4/2017 • Trabalho acadêmico • 1.343 Palavras (6 Páginas) • 488 Visualizações
Robert W. Cox
Rumo a conceituação pós hegemônica da ordem mundial
Não se define um problema global sem localizar a origem ontológica (ontologia, princípio de tudo, forma básica) “ a ontologia serve para manifestações sociais exemplo, estado; e para manifestações naturais, exemplo, hidrogénio.
Na ontologia social o subjetivo torna-se objetivo por meio da ação, pois, a ontologia com que as pessoas trabalham deriva da sua experiência histórica, por sua vez, incorpora-se ao mundo que elas constroem. O que é subjetivo na compreensão objetiva-se pela ação. Por exemplo: só dessa forma podemos compreender o Estado como uma realidade concreta. Ele não tem uma existência física como um edifício ou poste, no entanto é uma entidade real, porque todos agem como se ele assim fosse, porque sabemos que pessoas reais, armadas com fuzis, implementarão as decisões arbitradas a essa realidade não física.
O autor também ainda traz que agora, o pós-modernismo, mais afiado com uma geração que desenha a busca de modelos do passado, exerce uma função de substituir (para usar sua terminologia “desconstruir”) as ontologias aceitas até aqui. Nosso desafio não consiste em contribuir para a construção de um conhecimento universal e absoluto, mas em criar uma nova perspectiva, útil para focalizar os problemas do presente e permite-se a atuação sobre eles.
As fases históricas da nossa corrente de civilização são criadas, uma depois da outra, em um processo de contradição. As contradições e os conflitos surgem dentro de qualquer estrutura estabelecida e criam a oportunidade para elas se transformarem em uma nova estrutura. O conhecimento da história – não apenas dos eventos, mas das regularidades, ou princípios gerais que ajudam a explicar a mudança histórica – pode por sua vez torna se uma guia para a ação. Assim a história gera a teoria: teoria que não é revelação final ou incerteza do conhecimento racional das leis históricas. Mas um conjunto de hipóteses de trabalhos viáveis. É uma forma que transcende a época histórica específica, tornando-a inteligível em 1 perspectiva mais ampla – não a perspectiva da eternidade, que jaz fora da história, mas a longo prazo.
Os positivismos propõem uma abordagem epistemológica adequada a períodos de estabilidade estrutural. O positivismo permite a pesquisa empírica de problemas discretos, o sujeito que observa pode ser separado daquele que está sendo investigado com o que ele não está diretamente envolvido. (Ex: Guerra, balança de poder ou mesmo guerra fria). Essa identidade implícita no nível do conjunto que autoriza a separação fictícia entre sujeito e objeto, no nível dos temas específicos. O positivismo é bem menos adepto a investigação das mudanças complexas e compreensivas.
Para investigação de mudanças complexas e compreensivas precisamos de uma estratégia que não disfarce, porém explicitamente afirme o relacionamento dialético entre sujeito e o objeto do processo histórico, essa epistemologia hermenêutica interpretativa: “ a forma como interpretamos a realidade por nossa visão”; e orientada historicamente vê sujeito e objeto, no mundo histórico, como um fato mutualmente relacionado. Tratasse da epistemologia mais aprimorada como guia para a ação no sentido das mudanças estruturais, ainda que não possa atingir o grau de precisão do positivismo.
O conhecimento da política global
Categorias que presumir-se que sejam aplicáveis aos dois universos ocidentais e o islâmico são os termos - ordem mundial, instituições e estrutura - que , embora não fossem comuns a Ibn Kaldum e a nós, podem ser entendidos como tendo tal generalidade e abrangência que nos permita aplica-los transitoriamente para termos de comparação.
Ordem segundo Hadley Bull: constituintes da ordem se relacionam entre si de acordo com algum modelo, não como um relacionamento casual, mais contendo algum princípio discernível levando-se ao entendimento que mesmo as condições de acaso podem ser contestadas pois os cientistas agora percebem uma ordem dentro do caos, assim como um certo de ordem pode ser visto como anárquica. Ordem é todo o modelo ou regularidade de interação que encontramos em qualquer situação social logo, diferentes ordens promovem objetivos e valores distintos, o que é coerente a abordagem hermenêutica: “ pós modernistas”. Instituição e institucionalização são os conceitos seguintes aplicáveis ao estudo comparativo das ordens mundiais. Instituições são as formas amplamente aceitas e compreendidas de organizar a ofertas a ações particulares da ação social – matrimonio e núcleo familiar, FMI, Nações Unidas. Em outras áreas em diferentes culturas, o conjunto de instituições foram diferentes. Mesmo quando a instituição tem o mesmo nome, em ordens distintas, os respectivos sentidos são diferentes – por exemplo, família e Estado. As instituições são modos como as práticas sociais, desenvolvidas em relação a problemas particulares que confrontam uma sociedade, se transformar em rotinas composta por conjuntos específicos de regras. As instituições apoiam entidades mais amplas denominadas “estruturas”, que são o produto das ações e das expectativas recorrentes, os gestes répétés (“gestos repetidos”) de longa duração. Estruturas de linguagem, modo de pensar, nas práticas da vida política, econômica e social. As estruturas são construídas socialmente, isto é, torna-se parte do mundo objetivo em virtude da existência na intersubjetividade dos grupos relevantes. O mundo objetivo das instituições é real porque fazemos assim, realidade formada intersubjetivamente, as instituições que estruturam como a vida material é organizada e produzida são parte do mundo matéria, tão independente da vontade individual quantos os materiais físicos brutos sobre os que funcionam. Qualquer tentativa de compreender o processo de mudança histórica precisa enfrentar a questão fundamental: como esse mundo objetivo é feito e refeito mediante alterações na intersubjetividade. Portanto, a percepção dos novos problemas sensibiliza-nos para as inadequações das estruturas mentais convencionais que tendem as nos fazer focalizar problemas distintos dos que estão surgindo e reclamam soluções.
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