A Consolidação pela Mudança da Estrutura Mundial
Por: Frederico Amorim • 26/10/2019 • Resenha • 1.455 Palavras (6 Páginas) • 255 Visualizações
Universidade Federal do Rio Grande - FURG (SVP)
Disciplina: História das Relações Internacionais I
Período letivo: Primeiro semestre de 2019
Discentes: Frederico Silveira Amorim, Haila Vilar de Paiva e Ríllari Ferreira Castro e Silva.
Docente: Professor Dr. José Carlos da Silva Cardozo
Data: 19/06/2019
A Consolidação pela Mudança da Estrutura Mundial
Ao realizar uma análise sobre a Pax Britannica, é indubitável a necessidade de acentuar certos pontos, os quais são: antecedentes, desenvolvimento e a questão principal, seu declínio, atenuando-se a alguns marcos essenciais durante esse período, entre eles, o Congresso de Viena, unificações tardias (emergência do nacionalismo), imperialismo (em específico o britânico), Segunda Revolução Industrial e ascensão estadunidense. Desse modo, esclarecendo todo o percurso desse determinado contexto da história mundial e explicar o por quê da tentativa de restabelecer o Antigo Regime Moderno Absolutista, em meados do século XVIII.
Em primeiro plano, é primordial destacar os momentos pré Pax Britannica, os quais remetem a decadência do Império Napoleônico, em seguida a formação do Congresso de Viena e o novo equilíbrio europeu, finalizando-se com as unificações tardias, imperialismo, consequentemente eclodindo na Primeira Guerra Mundial. Logo após a queda de Napoleão Bonaparte, a Europa Ocidental encontrar-se-ia em um cenário de instabilidade advinda da consolidação proporcionada pelo Acordo de Viena por volta do século XIX, sendo este baseado numa política anti-hegemônica entre os atores do Sistema Internacional desse período. Em contraponto, é importante atentar para a importância e função inglesa para a ordem mundial da época, visto que, diferentemente das premissas e conceitos sugeridos pelo acordo previamente mencionado, a Inglaterra era a potência hegemônica da época por causa da Primeira Revolução Industrial, um fenômeno definido como um conjunto de transformações de espectros tanto econômicos, como também políticos e sociais.
Considerado o berço da Revolução Industrial, a nação britânica foi a pioneira e protagonista desse importante acontecimento da história mundial, logo, criando condições essenciais para sua ascensão à caminho de sua hegemonia. Mais do que isso, é importante explicitar os fatores que possibilitaram que a Inglaterra fosse o país precursor de tal revolução, os quais, como já citado, estavam inseridos dentro dos cenários econômicos e político-sociais do país. Economicamente, baseado na circulação de mercadorias, o país acumulou capital, contribuindo para o desenvolvimento econômico. No campo político, por meio da queda de Carlos I, por intermédio da revolta parlamentarista, a burguesia (“Cabeças Redondas”) conquistou maior poder de representatividade e sua principal característica, a de possuir aspectos do movimento Iluminista, entre os quais estão: a ideologia liberal, sistematização do pensamento e fundamento da razão. Já no cenário social, ocorre a possibilidade de existir mobilidade social, nesse momento, a sociedade estamental não era mais definida por nascimento, mas sim por acúmulo de capital, ou seja, aquele que apresentar mais capital, apresentará maior poderio social, além da própria ascensão da classe burguesa, logicamente.
No entanto, mesmo a potência inglesa sendo um verdadeiro poder hegemon, houve um determinado momento em que ela se depara com um grande desafio, o qual era o surgimento da autonomia de outros Estados por via das unificações, criando-se, e intensificando-se, o termo de nacionalismo, juntamente à política diplomática de Otto Von Bismarck, devido ao desejo de protagonismo, equivalente ao da Inglaterra, ocasionando, não somente em tensões, mas também, no declínio da Pax Britannica. Além disso, momentos após a consolidação da supremacia britânica, outros dois fatores que contribuíram para sua decadência foram a independência das Treze Colônias, ou também denominada como Revolução de Independência Norte-Americana, e a Revolução Francesa, conhecida também por “Era do Terror”.
Primeiramente, quanto ao movimento de independência das colônias inglesas na América do Norte, esse ganhou força principalmente após a conclusão da Guerra dos Sete Anos, a qual consistiu em uma disputa entre Inglaterra e França por territórios no Novo Mundo e teve a primeira nação como vitoriosa. Como consequência de tal guerra, a metrópole decide por cobrar os prejuízos causados pelo conflito dos bolsos dos colonizadores que habitavam o território que hoje consistem nos Estados Unidos da América, causando grande euforia nesses, como demonstrado em: “De este modo, la idea de la soberanía del pueblo queda en la Declaración íntimamente relacionada con la lucha contra la opresión colonial, por la independencia de las colonias” (POTEMKIM, 1966, p. 289) e auxiliando para a emergência da ideia de independência. Analisando tal cenário pós-guerra, A França sabiamente enxerga a possibilidade de se unir à causa dos colonizadores, para enfim vencer seus rivais históricos, resultando em uma relação diplomática de grande sucesso que possibilitou a conquista da independência dos Estados Unidos em 4 de julho de 1776 e ascensão de um novo destaque na política internacional.
Já sobre a Revolução Francesa, essa foi contida em três fases, Assembleia Nacional, Convenção Nacional e Diretório, respectivamente, e teve como suas causas uma crise de fome, falta de participação política da burguesia francesa, elevados gastos públicos por parte da monarquia absolutista e a difusão dos ideais iluministas. Em outras palavras:
“...a Revolução Francesa foi a única ecumênica. Seus exércitos partiram para revolucionar o mundo; suas ideias de fato o revolucionaram. A Revolução Americana foi um acontecimento crucial na história americana, mas (exceto nos países diretamente envolvidos nela ou por ela) deixou poucos traços relevantes em outras partes. A Revolução Francesa é um marco em todos os países. Suas repercussões, ao contrário daquelas da Revolução Americana, ocasionaram os levantes que levaram à libertação da América Latina depois de 1808. Sua influência direta se espalhou até Bengala, onde Ram Mohan Roy foi inspirado por ela a fundar o primeiro movimento de reforma hindu, predecessor do moderno nacionalismo indiano. (Quando visitou a Inglaterra em 1830, ele insistiu em viajar em um navio francês para demonstrar o entusiasmo que tinha pelos princípios da Revolução.) [...]” (HOBSBAWN, 2018, p. 99 - 100).
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