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A crise de 1929 e seus precedentes

Por:   •  29/4/2016  •  Dissertação  •  1.261 Palavras (6 Páginas)  •  685 Visualizações

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O Século XX / Capitalismo Monopolista, Concentração de Capital e Centralização de Capital

Pedro Silvestre de Lima

  1. INTRODUÇÃO

A partir da segunda metade do século XIX, com o avanço para a segunda fase da Revolução Industrial e sua maior tecnificação (produção do aço, produção da energia elétrica, invenção do telégrafo e do telefone e a fabricação de automóveis), financiada pelos capitalistas industriais, o mundo passou por intensas transformações.

A ascensão das grandes indústrias e a concentração de capital (dos monopólios) resultaram em um aumento da produção industrial e da industrialização. As custas do empobrecimento de grande parcela da classe trabalhadora, poucos capitalistas industriais conseguiram enriquecer. O desemprego também aumentou, pois na cidade e nos campos a máquina começou a substituir a mão de obra humana. O salário da classe trabalhadora estava muito baixo para conseguir suprir todas as necessidades. Com estas condições, a deficiência da demanda solvável se instaurava no cenário.

Trabalhadores rurais migravam para a cidade, onde só encontravam miséria. De 1873 a 1896 o sistema capitalista viveu sua primeira grande crise, gerando um descompasso entre a superprodução de mercadorias e a população sem poder aquisitivo para compra-las. O resultado foi a falência de médias e pequenas empresas, e a concentração do capital nas mãos de poucos capitalistas industriais.

No lugar da concorrência acirrada, começaram as surgir trustes, estruturas empresariais onde várias empresas que já detêm a maior parte de um mercado se ajustam ou se fundem para assegurar o controle, estabelecendo preços mais altos para ampliar os lucros. Foram formados “carteis” de empresas, onde o círculo se tornava restrito a elas, ou seja, monopolizavam um determinado mercado. Holdings também se formaram, onde grandes empresários ao invés de montar as próprias indústrias, passam a comprar ações de empresas de um mesmo ramo de negócio, controlando assim duas ou três empresas concorrentes que fazem um mesmo produto.

Outra consequência foi a busca de mercados consumidores externos, nos continentes ainda não industrializados, como Ásia e África. Este foi o começo do Neocolonialismo europeu, ou seja, a partilha destes continentes entre as potências da Europa. Segundo Leandro Carvalho “Este foi o início da exploração capitalista, espoliação dos trabalhadores e dos recursos ambientais mundiais”.

Estas partilhas de terras fizeram gerar muitos desentendimentos entre as nações europeias, pois enquanto Inglaterra e França ficaram com muitos recursos e terras, Itália e Alemanha ficaram com poucos. Países começaram a investir em armamentos, aumentando a tensão, e a concorrência dos países por matéria prima estava acirrada, assim como por mercados consumidores. Estes conflitos tiveram seu estopim em 1914, quando começou a Primeira Guerra Mundial.

  1. Causas da Crise de 1929 (Grande Depressão)

Em 1918 quando a guerra acabou, os Países da Europa estavam destruídos, e precisavam se reconstruir. Suas economias começaram uma fase de reconstrução, enquanto os Estados Unidos estavam mais fortes do que nunca, produzindo muito e lucrando alto com a exportação de alimentos e produtos industrializados. A produção norte-americana se acostumou com este crescimento que aumentava dia após dia, o famoso “Grande Boom” da economia. O cenário era de vários empregos, pessoas prosperando, agricultura produzindo sempre mais, e a expansão do crédito. Esta prosperidade econômica gerou o chamado “american way of life”.

Esta alegria norte americana durou até 1928, quando as nações europeias conseguiram restabelecer suas economias, e passaram a diminuir as importações. Com esta retração na exportação dos Estados Unidos, as indústrias não conseguiam vender sua superprodução. A oferta foi ficando cada vez maior que a demanda, fazendo os preços caírem, e mesmo assim sobravam produtos. Eventualmente, em 1929, a produção diminuiu em um nível que foi necessário as empresas demitirem, para reduzir custos. A taxa de desemprego crescia exponencialmente. Com o alto nível de desemprego, a classe trabalhadora não tinha mais um poder aquisitivo para consumir produtos como antes, o que gerou queda no lucro dos capitalistas. Com esta queda nos lucros ocorreu uma retração geral da produção industrial e agrícola e a paralização do comércio, levando a uma queda das ações da bolsa de valores e mais tarde em sua quebra.

  1. A Crise

Com a quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque de 1929, bancos e investidores perderam grandes somas em dinheiro. A situação dos bancos era agravada pelo fato que muitos destes bancos haviam emprestado grandes somas de dinheiro a fazendeiros. Após o início da Grande Depressão, porém, estes fazendeiros tornaram-se incapazes de pagar suas dívidas. Isto, por sua vez, causou a queda dos lucros destas instituições financeiras. Pessoas que utilizavam-se de bancos, temendo uma possível falência destes, removeram destes os seus fundos. Assim, várias instituições bancárias foram fechadas. O total de instituições bancárias fechadas durante a década de 1920 e de 1930 foi de 14 mil, um índice astronómico. As taxas de desemprego subiram de 9% em 1930 para 16% em 1931, e 25% em 1933.

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