Análise a Respeito do filme Edukators (Os Educadores)
Por: Gabriel Lolli Ghetti • 30/11/2016 • Resenha • 849 Palavras (4 Páginas) • 2.877 Visualizações
Análise a respeito do filme Edukators (Os Educadores)
Professor (a): Tchella Maso
Aluno: Gabriel Albiero Lolli Ghetti
Teoria das relações Internacionais II
Aparentemente supérfluo, o longa alemão, Edukators, se revela um excelente filme onde podemos identificar muitas características de como funciona uma sociedade capitalista e ainda nos faz entender como giram as engrenagens que movimentam esse sistema, ficando assim, mais fácil de compreender quem são os maiores prejudicados e beneficiados do capitalismo.
A história central gira em torno de três jovens; Peter, Jan e Jule (os educadores), os quais são jovens militantes que lutam por uma sociedade mais justa e igualitária, com isso, tentam passar para as pessoas suas idéias a respeito de como o capitalismo está usando meios cruéis para conquistar seus objetivos, entre esses meios estão, o trabalho infantil e as longas jornadas de trabalho enfrentadas por diversos trabalhadores em fábricas ao redor do mundo. Rebeldes contemporâneos que expressam sua indignação de forma pacífica e criativa. Os educadores invadem mansões, mudam os móveis de lugar, deixam tudo bagunçado, porém não roubam nada. Por fim, deixam um recado para o proprietário: “seus dias de farturas estão acabados” ou, “Você tem dinheiro demais ”
No entanto, o grupo se vê forçado a mudar suas táticas e métodos de ação por conta de algo inesperado. Em uma de suas invasões, Jule esqueceu seu celular em uma das mansões e ao retornar para tentar encontrá-lo é surpreendida pelo proprietário. Após achar que os mesmos eram ladrões invadindo sua residência, os educadores sem outra alternativa, o seqüestram.
O homem trata-se de Hardemberg, um burguês egocêntrico, com o qual Jule havia a pouco tempo atrás, se envolvido em um acidente de trânsito. A garota foi processada e condenada a pagar 100 mil euros para cobrir os gastos com sua Mercedes destruída. O carro que na verdade não significa quase nada para o magnata Hardemberg, muda completamente a vida de Jule, que para saldar sua divida, tem que mudar de apartamento e se vê obrigada a trabalhar arduamente por longos anos sem expectativa alguma de usufruir dos frutos de seu trabalho.
Os educadores levam Hardemberg para uma casa de campo e durante o tempo que convivem juntos, muitas revelações e reflexões são feitas. O magnata conta para o grupo que também já foi rebelde como eles e que também queria mudar o mundo, mas que com o passar do tempo foi deixando isso de lado e simplesmente “se adaptou” ao sistema. Ele ainda faz muitas declarações sobre como tem uma vida corrida, com horas de trabalho que chegam a 14 por dia, e que por isso não tem tempo de aproveitar todos os seus bens, nem de ficar junto com sua esposa. O que fica claro que em uma sociedade capitalista as pessoas estão em busca apenas de lucro e de adquirir mais e mais bens. Exatamente nesse ponto podemos encontrar a essência do filme, que nos permite uma reflexão sobre o processo de cooptação e adaptação que o sistema exerce sobre revolucionários de outrora, que transformam-se nos conservadores dos dias de hoje. Em meio as reflexões e conversas que os jovens tem com Hardemberg sobre a lógica do sistema capitalista, onde muitos trabalham e são explorados, para que poucos possam acumular bens enquanto outros mal tem o suficiente para sobreviver, fica claro a lógica Neomarxista de que a questão da transformação das realidades sociais e sobretudo política se apresenta como uma preocupação central da teoria crítica coxiana. Esse é o principal objetivo dos educadores, tentar mudar a realidade social e política vigente. Isso tem uma grande relação com a teoria crítica das RI, pois, para ela, as mais importantes forças para a transformação eram as forças sociais. As teorias precedem a construção da realidade no sentido de que elas orientam a mente daqueles que, por meio de suas ações, reproduzem ou transformam a realidade.
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