As Categorias De Gramsci E A Realidade Brasileira

Entre 1966 e 1968, em um período de contradições internas ao regime ditatorial brasileiro instaurado em 1964, ainda permitia uma relativa margem de liberdade no campo cultural e com isso uma iniciativa editorial corajosa: em apenas três ano foram publicadas no Brasil cinco das mais importantes obras de Gramsci.

O pensamento gramsciano não encontrou espaço somente no âmbito do debate das idéias, ao contrário, pois muitas de suas categorias como: a revolução passiva, “Oriente e Ocidente”, a organização da cultura, intelectuais orgânicos, nacional-popular, sociedade política, sociedade civil, Estado ampliado, americanismo e fordismo e dentre outras, serviram para iluminar diferentes interpretações da realidade brasileira.

A partir das tais categorias, no final da década de 1970 e durante a de 1980, com a revogação do AI-5 (Ato Institucional nº5) e com o início do processo de “abertura” política, muitos autores começaram a produzir estudos que buscavam analisar criticamente a realidade brasileira dos períodos pré e pós-1964. Alguns desses autores que destacaram-se podemos citar os trabalhos de Carlos Nelson Coutinho e Luiz Werneck Vianna na década de 1970, já na de 1980 Marilena Chauí, Marco Aurélio Nogueira, Luiz Eduardo Wanderley e também com Carlos Nelson Coutinho.

Podemos dizer que a interpretação da realidade brasileira não se esgota nesses trabalhos, é valido, contudo trazer nos dias atuais algumas interpretações que permitem desvendar dimensões significativas da formação social do Brasil.

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