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Crise De 1929

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Por:   •  28/5/2014  •  1.045 Palavras (5 Páginas)  •  238 Visualizações

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O livro “A crise de 1929” objetiva estudar as transformações do capitalismo no século XX. Gazier investiga os acontecimentos sob a ótica das contribuições recentes, que diversas vezes retificam algum aspecto e demonstram de maneira clara e objetiva o caso de 1929. O autor não desenvolve subsídios para resolver as polêmicas sobre as motivações da catástrofe, ele apenas utiliza elementos que possuem significações culturais, psicológicas, sociais e politicas, almejando auxiliar na compreensão da crise, além de iniciar um debate com as certezas e dúvidas do século XXI.

O autor inicia o livro esclarecendo que a crise de 1929 representou um declínio generalizado da produção em quase todos os países industrializados. O declínio da atividade industrial que começou nos Estados Unidos ao longo do ano de 1929 acabou desencadeando a grande depressão, devido às quedas repentinas das cotações da bolsa de valores de Nova York, o que gerou uma crise de proporções internacionais, na medida em que afetou a economia dos demais países, sócios comerciais dos estadunidenses, como também gerou uma onda de desempregos e tornou difícil a vida nas cidades.

A crise ressalta a fragilidade da situação econômica capitalista, uma vez que, ao longo da mesma é possível perceber momentos de recuperação que são logo seguidos de situações de agravamento. Nesse contexto, os problemas mudam de foco, em um mundo que começa a exigir a capacidade industrial e organiza a força de trabalho por meio de medidas cada vez mais autoritárias. Gazier explica que não é possível comparar esses níveis, pois cada país adota práticas diferentes para organizar a produção e manter o controle de problemas.

A desordem econômica resulta em restrições monetárias e financeiras, queda dos preços e dos lucros, recuo da própria atividade industrial e da receita nacional; queda nas trocas mundiais entre a fortíssima retração industrial e a resistência das produções de base. Tais fatos ocasionam flutuações das cotações das matérias-primas, as quais se mantiveram baixas por muito tempo e o desemprego maciço da população ativa, com a redução autoritária das horas, a baixa correspondência dos salários e a suspensão temporária.

As pessoas encaravam a mudança repentina da conjuntura de 1929 como um processo natural e no crash da bolsa e nas falências um fenômeno moral, ou seja, a crise durante esse período não tinha nada de extraordinário, apenas seguia o modelo de outras quedas que aconteceram no século XXI. Nesse sentido, o desemprego e as intervenções estatais almejavam acompanhar essas evoluções consideradas naturais.

O sistema monetário enfrentava problemas inflacionários e de controle de capital que limitavam a liberdade comercial. O mecanismo que vigorava antes de 1914 era o padrão-ouro, no qual as diferentes moedas estavam ligadas através do deu peso em ouro e prata definido de forma fixa. Entretanto, devido a raridade desses metais, a moeda de cada país não ficava diretamente ligada ao ouro, mas a outra moeda fundamental, definida e convertível em ouro, sendo que ele não circulava mais, adquirindo um papel de reserva nacional ao lado das reservas cambiais, o qual confirmava o fortalecimento da libra esterlina e do dólar.

O autor evidencia também a fragilidade das nações devedoras, visto que estão submetidas a uma complexa dívida de longo prazo e são obrigadas a recorrer a capitais de curto prazo para equilibrar o sistema, esses capitais dependem do grau de credibilidade que lhe é atribuído. Dessa maneira, a confiança na estabilidade econômica de determinado país permitia a coordenação da regulação internacional do comércio.

A obra destaca que falar em “boom” entre 1925 e 1929 seria exagero, porém, o crescimento é marcante em quase todos os países do mundo capitalista. Nesse sentido, abertura de novas possibilidades de consumo e a expansão do setor de construção constituem exemplos desse desenvolvimento, somente agricultura permanece, em todo mundo, distante da prosperidade. Enquanto Bélgica e França se favorecem por meio de um forte crescimento, o desemprego crônico atinge a Europa em geral.

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