Debate político e religião
Tese: Debate político e religião. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: Karollinna • 29/9/2014 • Tese • 3.764 Palavras (16 Páginas) • 166 Visualizações
Discussão política e Religião
Nas sociedades antigas, as relações políticas eram em grande parte religiosas. Assim, a religião justificativa guerras, fome, abonância no caminho da busca pela salvação da alma.Nesse contexto, a tão falada coesão social de Weber ocorria, pois caso a relação com o divino fosse quebrada o inferno era o caminho a seguir como punição. Portanto, a religião funcionou como mecanismo de controle social.
No Império Romano, Constantino em meio a crescente ascensão dos cristãos ás instituições políticas, assina o Tratado de Milão a fim de impedir a perseguição aos cristãos, pois como diz o ditado: “Se o inimigo for forte, junte-se a ele” . Além disso, em 313 d.c. Teodósio inclui o Catolicismo como religião oficial. Nesse contexto , a homogeneização da religião contribui para a centralização do imperador como homem mór frente ao povo, pois o imperador obtinha o contato direto com o divino, trazendo mais bênçãos á população. Logo, vê-se que o aspecto cultural do culto é sustentado pelo poder.
Como a religião está na terra, onde a há sistema econômico, social, no momento que estes mudam, a religião também muda, pelo menos em alguns rituais,a exemplo, a missa da igreja católica que era realizada em Latim,visto ser cultura. Isto fica bem claro na Reforma Protestante, pois a igreja Católica era paradoxal em defender a igualdade social e vender indulgências para um “terreno” celeste, logo sendo hipócrita. Baseado nisto, Santo Agostinho fomenta que as bênçãos celestes podem ser terrenas, assim, a prosperidade econômica é natural se o indivíduo segue o trabalhismo de Calvino. Esse ideal se opôs ao de Tomás de Aquino, o qual pregava que a busca essencial era da vida celeste. Portanto,com a nova ética, a sociedade pode aceitar o espírito do capitalismo, incluindo as desigualdades como predestinação baseadas nas atitudes de ócio, pois a religião se justifica perante o contexto.
Na literatura, a coesão social carismática é amplamente divulgada com um estilo próprio: o Barroco, porque o ser humano fica em dúvida sobre o celeste e o terreno, entre o carnal e o espiritual, causando um completo descontrole por parte dos poetas, pois ao escolherem o carnal sofrem com a idéia de pecado, como acontece o“Boca do Inferno”. A partir disso, observa-se que a liberdade é afetada, pois a submissão ao celeste causa um misto de sentimentos contraditórios.
Mas para que a religião não seja encarada só como mecanismo político, vale lembrar que quem faz política é o povo e que por isso a religião é imperfeita visto que Jesus não criou a sua, e se criou, o Homem a corrompeu por interesses pessoais, muito diferente dos do Sermão da Montanha. Portanto, a religião verdadeira, para os excluídos se faz pela formação de uma consciência do papel social, não a de Platão, chamada das virtudes, e sim uma includente, pois o Homem é um ser político, basta ser para o próximo.
Do liberalismo econômico ao cidadão.
Há muito tempo filósofos, sociólogos tentam definir o conceito de liberdade, pois até no momento que não existe o controle do Estado, Hobbes dizia que houve um Estado de Natureza,chamado de Estado de Guerra,o qual o era por falta de coesão estatal . Mas hoje, o Estado democracia entra em contradição, pois não garante subsídios de instrução para a população, para que com senso crítico possa definir um ponto de vista sem alienação ideológica. Neste sentido, o liberalismo iluminista ajuda o Estado a tanger acentuadamente a parte econômica de uma nação, deixando de lado os constituintes. Portanto, do período da escravidão física podemos estar passando para uma escravidão material.
A sociedade estabelece costume aceitáveis, e estes dependem de um determinado período. Por exemplo, a lei que garante os direitos de homo sexuais nunca seria aprovada no século XX, pois antes de se constituir uma lei, a sociedade tem que formar uma consciência, no caso foi a de aceitar o conceito de cidadão de forma universal. Nesse contexto, a liberdade desse seguimento social foi tolhida por muito tempo pelo que Durkheim discorre: o Fato social, ao qual é superior, exterior e coercitivo. Mas,para que a liberdade não seja encarada como guia a uma sociedade mais justa, temos que perceber que ela por si só não garante a cidadania, como foi o que aconteceu com os ex- escravos depois de 1888,pois sem condições de trabalho dignas, formaram“bolsões de pobreza”, principalmente em Salvador. Essa desigualdade é fruto da falta da liberdade cidadã.
Baseado nisso, a famosa: liberdade, igualdade e fraternidade apresenta em muitas situações a maior inverdade dos séculos, pois qual a liberdade de uma pessoa sem conhecimento científico ao ligar a Tv? E ser sucumbida por notícias que desinformam, reproduzidas para mero fetiche comercial, desnorteando a arte como instrumento de saber, ao qual Adorno discorre, utilizando o nome : A Indústria Cultural. Qual a igualdade de direitos que temos se para obter educação de qualidade, o aparato econômico se faz necessário? Qual a fraternidade se, no momento que há doentes e se vai em hospitais particulares, muitos médicos desejam a morte do seu paciente, para não ter trabalho? Nesse sentido, a fraternidade, tratar o outro com um mínimo de educação se tornou algo mercadológico, com interesses restritos em comparação dos destacados pelo capital social, pois servem somente para obter bens pelo capita material. Essa redução, da moral como simples mecanismo para se dar bem, é um ato irracional humano, um retrocesso desde o Homo Sapiens.
Para atingirmos a insanidade desta ação, basta lembrarmos qual era uma das moedas dos Incas: a semente do Cacau. No primeiro momento, movidos pelo etnocentrismo, até uma risada pode ocorrer, porém, ao percebermos que esta semente tem um valor ritualístico essencial para os Incas, deixamos de o fazê-lo. Hoje, muitos adoram o “Deus Capital”, junto com o “Deus Mercado”, sem a finalidade ritualística, e, assim, carregam a insanidade de adorar um ser inanimado. Nesse contexto, Marx contribuiu para colocar o papel que é próprio o capital, como simples objeto para se obter algum bem, assim, ajuda a negar a felicidade por mera acumulação, além de fortalecer a idéia que o capital serve como mecanismo de dominação, causando condições sub-humanas aos marginalizados da sociedade. Portanto, viver só com liberdade econômica não garante os direitos humanos.Para tanto derrubar a Convenção de Washington e renovar a força de Estados Keynesianos é essencial,não só por uma conjuntura global, mas para sempre, longe de qualquer atitude clientelista, paliativa assistencialista,uma ação concreta é essencial: valorizar a fonte
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