Desenvolvimento Econômico
Ensaios: Desenvolvimento Econômico. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: Aluna1 • 5/6/2014 • 845 Palavras (4 Páginas) • 247 Visualizações
4. Elementos de Política para o Caso Brasileiro
Uma vez detalhados os desafios mais importantes para o desenvolvimento econômico,
as relações entre estado, estrutura produtiva e SNIs e a política industrial e de inovação de
Rússia, Índia, China e África do Sul (RICS), o objetivo dessa sessão é fornecer uma reflexão
sobre os principais elementos de política desses países são considerados mais relevantes
subsidiar políticas industriais e tecnológicas para o Brasil.
4.1 Estrutura Produtiva
Uma comparação da estrutura produtiva do Brasil com aquela dos BRICS revela que, em
termos relativos, o país tem uma vantagem potencial que deve ser levada em consideração no
design de políticas de investimeto. Ao contrário do pode ser observado nos RICS ao longo
desse estudo, a estrutura produtiva brasileira, em que pese diferenças importantes de escala,
mostra-se mais diversificada.
Em primeiro lugar, deve-se destacar que o país conta com um parque industrial
relativamente compelexo. Não existe um setor específico que domine os demais em termos
de produção, cujo funcionamento acabe por determinar em última instância a dinâmica do
setor industrial como um todo. Esse fator consiste em uma clara vantagem relativa sobre
países como a Rússia, cuja economia depende fortemente da dinâmica do setor primárioexportador
e das atividades ligadas ao setor energético (petróleo e derivados). Da mesma
forma, a dependência de um único setor pode ser considerada como o maior desafio
enfrentado pela África do Sul, como é o caso do setor de mineração.
Outra característica importante do Brasil é a ampla integração de seu parque industrial
com o mercado internacional. Essa relação pode ser vista tanto do ponto de vista dos fluxos
de comércio, cuja percentual em relação ao PIB é crescente e compatível com a dimensão do
país, quanto do ponto da estrutura de propriedade das empresas aqui instaladas. Essa
integração constitui uma importante vantagem comparativa para o Brasil na comparação com
a Índia, por exemplo. Conforme visto com mais detalhes anteriormente, ainda existe uma
forte resistência cultural neste país em relação aos investimentos de empresas estrangeiras.
Por outro lado, o alto nível de integração pode trazer algumas limitações dinâmicas,
como é o caso da geração interna de inovações como será visto mais adiante, e da ausência de
grandes grupos nacionais que possam se tornar players globais. Nesse último quesito o país
parece se colocar em uma situação limite na qual as grandes empresas tendem a se
internacionalizar quando atingem um tamanho crítico.
Ainda em relação ao sistema produtivo, podemos destacar um segundo grupo de
vantagens do país em relação aos RICs. Ao contrário de Índia e China, o país não possui
limitações importantes no que concerne à oferta de recursos naturais e à disponibilidade de
terras cultiváveis. Vale notar ainda que ao contrário desses dois países o dualismo existente
entre as populações rurais e urbanas no Brasil é significativamente menor. Assim, essas
atividades impõem menores limites sobre o crescimento ainda que existam problemas
estruturais importantes a serem considerados por políticas de mais lono prazo. Finalmente, o
país possui um setor de serviços modernos relativamente complexo e avançado.
Se por um lado o Brasil possui uma vantagem relativa inerente à essa maior diversidade
do seu sistema produtivo, por outro pode ser beneficiar de alguns exemplos bem sucedidos de
políticas adotadas por outros
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