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Estudo de Caso - Revolução Bolivariana

Por:   •  28/6/2016  •  Trabalho acadêmico  •  1.161 Palavras (5 Páginas)  •  310 Visualizações

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Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro[pic 1]

Discente: Peterson Alexander Freitas Borges

Curso: Relações Internacionais | Matrícula: 201249528-1

Disciplina: Hegemonia e Populismo | Docente: Mayra Goulart

Estudo de Caso: A Revolução Bolivariana

1. Bloco Histórico

        O Bloco Histórico é definido como a articulação entre estrutura (campo econômico) e superestrutura (campos político, jurídico e ideológico). Não podemos afirmar que a eleição de Hugo Chávez para presidente promoveu o estabelecimento de um novo Bloco Histórico, mas este definitivamente rompeu com o Bloco Histórico anterior. Ela trouxe uma mudança na visão de como os homens deveriam se organizar, porém esta ainda não foi completamente aceita na sociedade venezuelana como um todo.

        A eleição de Chávez à presidência em 1998 marcou uma mudança expressiva no cenário político do país, desde 1958 que o cargo foi somente ocupado por membros dos três principais partidos venezuelanos - a Acción Democrática (AD) e a Unión Republicana Democrática (URD), de centro-esquerda, e o social-cristão Comité de Organización Política Electoral Independiente (COPEI). Os 40 anos de hegemonia desses partidos foram assegurados através do estabelecido no Pacto de Punto Fijo, essa aliança entre as elites políticas formou um sistema democrático que garantia a alternância de governo entre os partidos e serviu também para evitar qualquer nova tentativa de golpe militar. Esse sistema foi efetivo no decorrer de 30 anos.

        No começo da década de 1980 se iniciou o declínio do puntofijismo, com a renda do petróleo não sendo mais suficiente para suprir a estrutura do Estado. O aumento drástico do desemprego, dos índices de violência e o empobrecimento dos venezuelanos evidenciavam o desequilíbrio socioeconômico do país nesse período. A insatisfação da população gerou uma onda de revoltas populares, sendo a mais importante delas “El Caracazo” que ocorreu em 27 de fevereiro de 1989. Os protestos tiveram como resposta uma violenta repressão por parte do governo, e assim marcaram o rompimento com aquele sistema político, que continuou seu declínio dali em diante.

        

2. Luta Hegemônica

        O conceito de Hegemonia pode ser explicado como a preponderância de um em relação ao outro, independente da esfera a ser analisada. A Luta Hegemônica consiste na oposição entre esses dois lados. Estes conceitos serão aplicados ao cenário político venezuelano após a chegada de Hugo Chávez à presidência.

        Chávez já era conhecido popularmente devido à suas duas falhas tentativas de realizar um golpe militar como líder do Movimiento Bolivariano Revolucionário (MBR-200). Da prisão ele escreveu vários documentos que criticavam a democracia representativa e a perda de protagonismo do povo. Afirmava também que a democracia representativa era antipopular e não era nada mais que uma reformulação da antiga estrutura de dominação pré-democrática. Após ser solto em 1994, Chávez percorreu o país divulgando a doutrina bolivariana. Conforme foi ganhando apoio popular e de alguns grupos de esquerda, em 1997 o movimento bolivariano estava institucionalizado e registrado como Movimiento V República (MVR), partido pelo qual foi eleito.

        O Bolivarianismo foi ganhando cada vez mais espaço em um momento que o Puntofijismo estava enfraquecido devido às revoltas populares, isso ocasionou o afastamento das elites do cenário político. Assim foi se formando a oposição, na mesma medida em que o governo Chávez procurava o apelo do povo, a oposição procurava se fortalecer ao lado das elites. “Os atores que lideraram os dois lados do confronto vinham exercendo uma política "de classe", ou seja, vinham manejando discursos e práticas orientados por diretrizes que reforçavam sentimentos de identidade e solidariedade de acordo com os níveis sociais de renda, provocando assim o posicionamento dos setores organizados de média e alta renda predominantemente no polo da oposição, enquanto os setores populares identificavam-se majoritariamente com o projeto bolivariano do governo.” (MAYA, 2005, p.232-233).

        Com a inserção dos aspectos econômicos, a sociedade venezuelana encontra-se dividida entre dois polos completamente antagônicos. Um lado mais conservador defendendo o retorno da antiga república e o outro que defende o protagonismo do povo, cada um com um projeto distinto para o país. Como dito anteriormente, o atual Bloco Histórico não foi totalmente estabelecido devido à essa polarização, com dois lados que dificilmente podem ser conciliados.

3. Ideologia e as Relações de Antagonismo e Equivalência

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