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FICHAMENTO RUMO à MODERNIZAÇÃO: A ERA MEIJI IN: OS JAPONESES

Por:   •  29/4/2018  •  Trabalho acadêmico  •  2.935 Palavras (12 Páginas)  •  279 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO    

 INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS  

 CURSO DE GRADUAÇÃO EM RELAÇÕES INTERNACIONAIS 

SAKURAI, Célia. Rumo à Modernização: A Era Meiji In: Os Japoneses. São Paulo: Editora Contexto, 2007. p. 126 – 150.

No ano de 1868, no Japão, começou a Era Meiji, onde ocorreram uma série de mudanças internas com o objetivo de modernizar o país adaptando-o e ajustando a sociedade às condições internacionais da época. Essas mudanças se deram por conta do enorme período de domínio do Xogunato Tokugawa e do fechamento do país ao mundo.

“[...] profundo redimensionamento das forças sociais [...] pela elite do país [...] a partir de uma escolha: participar com alguma força no circuito capitalista.” (p. 126)

Por mais que a elite que conduziu a modernização soubesse que era preciso uma mobilização nacional, a princípio eles não tinham um caminho claro a ser seguido para que conseguissem alcançar seus objetivos. E por isso, nos anos seguintes a 1868, houveram diversos conflitos dentro do próprio movimento, originando duas vertentes de medidas para a mudança do sistema que perpetuava na época, as de caráter social e as de caráter econômico.

“Pode-se dizer que a Restauração Meiji foi mais uma adaptação que uma revolução, mas foi bastante radical em sua exigência por mudanças. (p. 127)

REFORMAS ECONÔMICAS

As medidas de cunho econômico eram relacionadas a uma centralização econômica para um benefício comercial. E para isso foi criado ministérios que detinham regras de controle para o funcionamento interno do Japão, comandados por senhores feudais de províncias que chefiavam a modernização.

Para promover uma orientação econômica, o governo, em pouco tempo, favoreceu a iniciativa privada, aumentou a rede de transportes e comunicação, estabeleceu monopólios e fortificou o sistema bancário

No campo

Após a extinção do feudalismo japonês, as regras vigentes não resistiram e deixaram de existir. Os feudos passaram a ser prefeituras comandadas por funcionários indicados pelo governo, assim, unificando as deliberações e rompendo com a estrutura feudal antes existente. Em seguida, foi-se permitido o arrendamento de terras e houve a “Regulamentação para a Reforma dos Impostos Territoriais (1873)”, uniformizando o pagamento dos impostos, agora efetuados somente por dinheiro e, ao invés de aos “daimio” (senhores feudais), ao Império. E são os impostos do campo que vão sustentar a indústria emergente.

Indústrias e negócios

O desenvolvimento industrial manufatureiro prematuro japonês, no século XIX, foi favorável ao país. E mesmo com a abertura à artigos estrangeiros equivalentes, a manufatura japonesa apresentou-se como uma boa adversária, tornando-se "o principal setor industrial” do país.

Além da manufatura, o Japão também se empenhou no desenvolvimento de indústrias no “ramo de processamento de alimento e bebidas”, de bens de consumo, de indústria pesada etc. E essas, geralmente, eram aperfeiçoadas com tecnologia vinda do ocidente, os japoneses aprendiam com os acidentais e adaptavam esses conhecimentos para a melhoria de seu maquinário.

O Japão, naquele momento, tinha uma economia direcionada ao comércio exterior, exigindo uma grande competência dos governantes, pois era necessário a competição por mercados, coisa que os japoneses não tinham experiência na época. Suas medidas iniciais eram inclinadas a procura de mercados com produtos que atraiam os consumidores, como tecidos de seda e de algodão.

Para tentar ultrapassar, no mercado mundial, países que estavam no topo, como China e Índia, os japoneses aumentaram seu fundo monetário incentivando, com subsídios, as indústrias, e exportando seus tecidos com preços baixos, ganhando, assim, em quantidade. Assim, o Japão conseguiu alargar sua produção e conquistou a liderança da China.

“[...] em 1886, 62% do fio de algodão consumido no Japão era importado; em 1902, já era tudo nacional; em 1913, o Japão era responsável por um quarto das exportações mundiais desse fio.” (p. 129)

Além dos fatores econômicos e das viagens para a obtenção de conhecimento técnico, patriotismo, a capacitação dos trabalhadores e a disciplina, influenciaram o rápido desenvolvimento industrial japonês.

“[...] no Japão os trabalhadores eram pressionados a trabalhar [...] também levando em conta a nação; patriotismo, sacrifício e trabalho duro estavam vinculados.” (p. 131)

Nesta época, era comum antigos samurais migrarem para o comércio, em uma tentativa de adaptar-se ao novo regime instalado. Um exemplo disso, é o ex-samurai Yataro Iwasaki, fundador do grupo Mitsubishi, que viria, junto com o grupo Mitsui, mudar a forma comercial e bancária da época, e, a partir de 1873, se associariam ao governo para ajudar na modernização econômica do país.

O governo japonês, em 1882, vendeu empresas estatais para grupos privados justificando que “para um país ser rico, o governo deve amparar indústrias estratégicas necessárias, enquanto o Estado se dedica a criar e manter um exército forte, uma polícia eficiente e uma educação que contemple a todos”. (p. 132)

REFORMAS SOCIAIS

Por conta da pressa para modernizar o Japão, o governo produziu medidas de cunho social que regimentavam o funcionamento da vida da sociedade, e fez isso através de regras impostas ao povo por decretos. Uma dessas medidas foi a abolição da estrutura social rígida que se tinha antes, agora todos passaram a ser cidadãos iguais por direito. Até os samurais foram atingidos por essa medida, foram obrigados a eliminar qualquer distinção que tivessem dos outros cidadãos, tendo suas espadas e penteados abolidos.

Forças armadas

O Japão possuía um “governo duplo”, ou seja, as forças armadas japonesas detinham sua própria autoridade, sendo assim, eram independentes do governo civil, esse então, não intervendo nos assuntos militares.

O exército e a marinha por ter serviço militar universal obrigatório, uso de uniforme e uma disciplina forte, ajudaram a potencializar a identidade nacional e a superar a antiga estrutura social.

Educação

Os japoneses achavam que assim como as forças armadas, a educação deveria ser considerada prioridade para a realização de um novo Japão, pois se as pessoas fossem iletradas a riqueza e poder do país seriam prejudicados.

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