FICHAMENTO DE KÖCHE, José Carlos. Conhecimento do senso comum. In: KÖCHE, José Carlos. Fundamentos de metodologia científica: teoria da ciência e iniciação à pesquisa.
Por: Sarah Amorim • 18/9/2022 • Abstract • 455 Palavras (2 Páginas) • 218 Visualizações
KÖCHE, José Carlos. Conhecimento do senso comum. In: KÖCHE, José Carlos. Fundamentos de metodologia científica: teoria da ciência e iniciação à pesquisa. Petrópolis, RJ: Vozes, 2011. p. 23-27.
O conhecimento do senso comum é o conhecimento que surge como forma de solucionar os problemas práticos que surgem ao longo da vida. Foi através dele que o homem conseguiu solucionar seus problemas para sobreviver ao longo da história. Assim, ele não é fruto de um planejamento, mas apenas uma forma de solucionar os problemas imediatos, além disso, “por ser elaborado de forma espontânea e instintiva” (KÖCHE, José Carlos, 2011, p. 24), ele não é embasado na razão, é utilitarista, ou seja, é simplesmente pela sua eficiência para resolver determinado problema que ele é repassado, como uma tradição, de geração para geração, sem uma busca por explicações mais elaboradas.
Dessa forma, esse conhecimento, por ser fortemente ligado a situações vividas e busca de soluções imediatas, está extremamente ligado ao sujeito que o produz, suas crenças e interpretações pessoais, não retratando a realidade objetiva. Segundo Köche, “o motivo mais sério, portanto, que faz com que o conhecimento do senso comum se torne subjetivo e inseguro, é essa incapacidade de se submeter a uma crítica sistemática e isenta de interpretações sustentadas apenas nas crenças pessoais” (2011, p. 25).
Duas características do conhecimento do senso comum levam a essa incapacidade, segundo o autor. A primeira delas é a linguagem vaga, as palavras utilizadas não têm seus conceitos bem delimitados de forma que os termos têm seus significados provenientes “de um uso individual e subjetivo espontâneo que se enriquece e se modifica gradualmente em função da convivência num determinado grupo” (KÖCHE, José Carlos, 2011, p. 26). Assim, o significado dos termos depende de diversos fatores, portanto, essa subjetividade impede a realização de testes que verifiquem a veracidade dos enunciados do senso comum. Para isso, seria necessário objetividade de forma que os conceitos fossem bem delimitados, possibilitando a submissão a uma discussão crítica em busca de um acordo consensual (KÖCHE, José Carlos, 2011, p. 27).
A segunda característica é o desconhecimento dos limites de validade, ou seja, não é possível saber até onde as soluções do senso comum continuam efetivas se modificarmos algo no cenário do problema, o que impede o controle da precisão desse conhecimento.
Diante disso, conclui-se que o conhecimento do senso comum
É um conhecimento fragmentado, voltado à solução dos interesses pessoais, limitado às convicções subjetivas, com um baixo poder de crítica e, por isso, com tendências a ser dogmático. Apesar da grande utilidade que apresenta na solução dos problemas diários ligados à sobrevivência humana, ele mantém o homem como espectador demasiadamente passivo da realidade, com um baixo poder de interferência e controle dos fenômenos. (KÖCHE, José Carlos, 2011, p. 27).
Disponível em:
http://www.adm.ufrpe.br/sites/ww4.deinfo.ufrpe.br/files/Fundamentos_de_Metodologia_Cienti%CC%81fica.pdf?fbclid=IwAR0_ZYaYS2xOp7WDkc-S8deon-oZBcsA1xuuoeQ2jtAOp5EDmDOoreZ0sFc
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