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Fichamento Maquiavel O Príncipe

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Por:   •  30/9/2013  •  4.614 Palavras (19 Páginas)  •  744 Visualizações

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DADOS DA OBRA

MAQUIAVEL, Nicolau. O Príncipe. São Paulo, Nova Cultural, 1999.

INTRODUÇÃO

Nicolau Maquiavel (1469-1527) nasceu em Florença, na parte central da península Itálica. Cresceu e foi educado em ambiente culto, pois seu pai era jurista do Principado e relativamente abastado. De 1478 a 1492, Florença foi governada por Lourenço de Médici, cognominado o Magnífico, importante poeta e patrono das artes do Renascimento Italiano. Na Itália do Renascimento reina grande confusão, a tirania impera em pequenos principados, governados despoticamente por casas reinantes sem tradição dinásticas e ou direitos contestáveis. A ilegitimidade do poder gera situações de crise e instabilidade permanentes. Somente o cálculo político, a astúcia, a ação rápida e fulminante contra os adversários são capazes de manter o príncipe. É nesse panorama de crise política que Maquiavel escreve sua obra mais famosa, O Príncipe, um valioso legado e conjunto de ideias elaboradas para a prática política, cujo objeto de suas reflexões é a realidade política, pensada como prática humana concreta, e o centro maior de seu interesse é o fenômeno do Poder.

IDÉIA CENTRAL

O Príncipe foi um manual (para época, no caso o Renascimento Cultural do Século XVI, eram também conhecidos como espelhos), escrito e destinado a um príncipe com o intuito de ensinar, ao mesmo, de como conquistar os Principados e como mantê-los.

OBJETIVO

Maquiavel trata com seus escritos, a temática referente à Conquista e Manutenção do fenômeno do Poder.

PROBLEMATIZAÇÃO

Maquiavel rompe com a realidade política de sua época, ou seja, rompe com os princípios morais e cristãos, as virtudes ditas clássicas, que de sua ótica, não servem para governar. Procura através de seus escritos, os fundamentos para legitimar o Poder. Ensina, ao príncipe, através de um estudo profundo da Antiguidade Clássica e juntamente com uma leitura dos fatos de sua época, mostrar através dos exemplos de personagens históricos, que nem sempre, a realidade política, dissecada á moda do Renascimento, é virtuosa, e que para manter o poder, o príncipe precisa fazer o que for necessário dado as circunstancias, sendo bom ou mau aquilo que for preciso para conquistar e manter o seu Poder.

RESUMO LÓGICO

Em linhas gerais, estarei estruturando este resumo, para fins didáticos e para melhor compreensão, conforme Arnaldo Cortina (1994) da seguinte forma:

• Do Capítulo I ao XI: Maquiavel discorre sobre as diversas formas de principados e o modo através do qual podem ser adquiridos e mantidos;

• Do Capítulo XII ao XIV: O objeto de sua análise é a necessidade da formação e organização das Forças Armadas e da análise da Arte da Guerra;

• Do Capitulo XV ao XIX: Maquiavel tem como objetivo e reflexão a forma de como o Príncipe de proceder para continuar no Poder;

• Do Capitulo XX ao XXIII: Assuntos de especial interesse do príncipe e as escolhas dos Ministros;

• Do Capitulo XXIV ao XXVI: Contextualiza a situação da Itália em sua época.

DOS PRINCIPADOS

Capítulo I: Neste capitulo Maquiavel especifica os tipos de Principados e os modos pelos quais se conquistam. Conforme escreve: “(...) Os Principados ou são hereditários, e tem como senhor um príncipe pelo sangue (...)” (37). Neste caso é herdado pelo laço de sangue, e o outro tipo de principado, Maquiavel especifica como sendo “novo” e geralmente são adquiridos pela junção a um Estado adquirido.

Capítulo II: Maquiavel exorta o príncipe sobre o cuidado de não abandonar as tradições de seu antecessor, e orienta, sobre como o príncipe deve contemporizar com as situações novas e inusitantes. Ensina o príncipe a agir com inteligência comum para preservar o seu Estado, de forma que se faça amado e benquisto pelo povo, evitando ser odiado pelo mesmo. Cita alguns exemplos, sem muito aprofundamento, no caso do Duque de Ferrara e do Papa Júlio. Finaliza com o conselho sobre a facilidade do esquecimento de obras pelo povo, obras estas que sempre sofrem inovações e mudanças, e antecedem a edificação de outra.

Capítulo III: Maquiavel escreve sobre as dificuldades encontradas pelo príncipe quando conquista novos principados. “(...) Dessa maneira, teus inimigos são todos os que se acham ofendidos porque ocupas o principado; e não podes considerar amigos os que ali te colocaram, pois que não podem estes ser satisfeitos como desejavam (...)” (41). De acordo com a natureza desses principados, é uma dificuldade comum, que os homens trocam com boa vontade de senhor, acreditando melhorar, e essa crença faz com que sejam volúveis e tomem armas contra o senhor atual. Maquiavel discorre das dificuldades encontradas pelo príncipe, quando conquista principados com línguas, hábitos e leis distintas, e exorta ao príncipe para agir de forma impetuosa e com grande capacidade para conservar o seu governo. “(...) Note-se que os homens devem ser mimados ou exterminados (...)” (43). Em outro trecho, Maquiavel compara os problemas do Estado com os problemas de saúde, ou seja, que todo príncipe prudente deve agir não apenas provendo o presente e sim também antecipando e precavendo o futuro das coisas. “(...) Se aos males se conhece com antecedência, o que é concedido apenas aos homens prudentes, rapidamente se pode curá-los; mas se, por estes ignorados, aumentam ao ponto de a todos se darem a conhecer, não terão aqueles males, mais remédios (...)” (45). Neste capítulo, relata os feitos do rei Luís XII da França, que tomou a cidade de Milão num átimo e num átimo a perdeu, pois este príncipe incorreu em atos e erros que causaram sua ruína, pois não era prudente e virtuoso, pois para Maquiavel: “(...) O desejo de conquistar é natural e comum, e os homens capazes de satisfazê-lo sempre serão louvados, jamais criticados (...)”(47).

Capítulo IV: Continuando sua argumentação de como manter os principados conquistados, Maquiavel usa do exemplo de Alexandre, o Grande; tendo este em poucos anos dominado a Ásia, e falecido logo após conquistar aqueles Estados, não hajam eles se rebelado contra os seus sucessores, no caso seus generais. Maquiavel escreve: “(...) Responderei que os principados cuja memória se mantém foram de duas maneiras

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