Fichamento do Livro "A Evolução da sociedade Internacional".
Por: Giuseppe Lwyzi • 2/3/2017 • Resenha • 10.936 Palavras (44 Páginas) • 776 Visualizações
FICHAMENTO A EVOLUÇÃO DA SOCIEDADE INTERNACIONAL
INTRODUÇÃO
- Um entendimento de como a sociedade contemporânea de Estados veio a ser o que é, e como pode desenvolver-se no futuro, exige uma noção de como outras sociedades operaram e desenvolveram-se no passado.
- O livro propõe-se a perguntar, em primeiro lugar, quais eram as instituições e também os pressupostos e os códigos de conduta por meio dos quais grupos pretéritos de entidades politicas tentaram ordenar e regular os sistemas que os uniam.
- Um entendimento adequado do passado e do presente também é necessário para que se possa ver o que pode acontecer no futuro e como podemos esperar influenciá-lo.
- Wight descreveu a sociedade internacional europeia como uma sucessão de hegemonias, na qual uma grande potencia após a outra tenta transformar o sistema de Estados, ou mesmo aboli-lo. Queria examinar as semelhanças, assim como as diferenças entre sistemas, e não queria descartar nenhum deles, por serem ultrapassados, exceto os Estados independentes.
- Para entender sociedades igualitárias de Estados mais ou menos independente precisa-se de um horizonte mais amplo, que veja a independência como apenas um fim de toda a gama da experiência humana, ao administrar a coexistência de grandes e diversas comunidades de homens.
- Embora sistemas de Estado independentes certamente difiram de sistemas suseranos ou imperiais, uma simples dicotomia entre eles é inadequada para descrever as verdadeiras realidades.
- Os estadistas e estudiosos do século XVIII viam a Europa não como uma anarquia, mas como uma família ou comunidade de Estados em sua maioria governados por príncipes aparentados.
CAPITULO UM
- O sistema internacional contemporâneo surgiu a partir do sistema europeu, e muitas das regras e instituições da sociedade europeia foram simplesmente aplicadas de maneira global: mas o sistema também incorpora ideias e praticas de sistemas anteriores.
- Há, nos sistemas de Estados, uma tensão inevitável entre o desejo de ordem e o desejo de independência. A ordem promove a paz e a prosperidade, que são grandes dádivas. Toda ordem limita a liberdade de ação das comunidades e especialmente a de seus dirigentes. Todavia em que a ordem é imposta pela força real ou potencial de uma autoridade hegemônica, esta pode ser sentida como opressiva. A ordem é ainda promovida por acordos e regras gerais, que limitam e favorecem todos os membros de uma sociedade.
- O desejo de autonomia e depois de independência, é o desejo dos Estados de relaxar as limitações e os comprometimentos sobre eles impostos.
- Na pratica, a liberdade para tomada de decisões externas é diminuída pelas limitações que o envolvimento em qualquer sistema impõe e também pelos comprometimentos voluntários que os Estados assumem a fim de gerir suas relações externas de maneira mais eficaz.
- O uso do termo hegemonia pode ser utilizado para explicar o exercício da autoridade exercido por uma única potencia. A autoridade pode ser exercida, seja por um Estado individual poderoso, seja como ocorre amiúde, por um grupo de Estados nessas condições.
- A hegemonia quer sejam exercida por uma potencia individual, quer por um pequeno grupo, envolvem dialogo constante entre a autoridade hegemônica e os outros Estados e uma noção, dos dois lados, da vantagem da celeridade. (Celeridade – rapidez, velocidade, agilidade).
- A legitimidade é a aceitação da autoridade, o direito de uma regra ou de um dirigente, de ser obedecido, diferentemente do poder de coagir. É determinada pelas atitudes daqueles que obedecem a uma autoridade. Quanto mais estreitamente envolvidos estejam Estados independentes entre si, menos tentarão operar isoladamente, pois podem promover alguns de seus interesses e defender seus princípios, especialmente a preservação de sua independência, por meio da cooperação com aliados, levando em conta as visões e os desejos deles, assim modificando seu próprio comportamento.
- A sucessão de sistemas permite examinar o problema da continuidade: como um sistema pode herdar e adaptar as instituições e as práticas de seus predecessores, as maneiras específicas de organizar as relações entre entidades politicas e também as suposições sobre o que essas relações eram e deveriam ser.
- A sociedade de Estados indiana interessa graças a seu complexo desenvolvimento próprio e pelo impacto que sofreu com a influência das práticas persa e macedônica. As práticas e as teorias do sistema chinês desenvolveram-se praticamente no isolamento. Esses dois sistemas fornecem base útil para comparação com a sucessão que se observa no Oriente médio.
CAPITULO DOIS
- A Suméria foi uma das primeiras e mais inovadoras civilizações, tendo sido especialmente criativa em sua maneira de administrar a coisa pública. Não era um império, mas um conjunto de comunidades separadas dentro do quadro de uma cultura comum, cada uma com sua personalidade distinta e sua vida econômica individual. Mantidos por um sistema de religião e governo.
- O estimulo econômico e culturais exercidos pelos povos vizinhos ofereciam difusão da palavra escrita e do conhecimento dos números era disseminado entre a periferia de comunidades independentes, sendo muito maior que sua área de sociedade politica de Estados.
- A questão básica que dominava as relações entre as cidades sumérias era como regular o comercio e a concorrência entre elas, mais especificamente, como resolver as inevitáveis disputas a respeito de agua, terra e comercio, de modo que pudessem prosperar em seu envolvimento estreito umas com as outras, mas de maneira que cada cidade pudesse preservar sua independência.
- Cada cidade suméria era de um deus ou deusa especifico, os negócios eram regidos pelo rei, que era o representante de seu deus. A religião oficial suméria era eminentemente prática, quase comercial. Mantinha registros, calculava calendário e o momento apropriado para as atividades, à rede de templos estava disponível como um serviço diplomático entre as cidades.
- A função do rei era de moderar os conflitos entre as cidades, proclamar e quando necessário, aplicar os vereditos, realizando a vontade do deus de sua própria cidade. A necessidade de vereditos sábios dados por eles manteriam a ordem desejada pelos deuses e especialmente por seu deus, que era rei e pai de outros deuses.
- O sistema sumério de relações internacionais não era um único império, como o Egito, mas sim uma hegemonia, uma cidade que por intermédio de seu dirigente, recebia autoridade legitima para funcionar como arbitro entre outras cidades e para manter a concorrência e o uso de forças dentro de limites aceitáveis, mas não o direito de interferir em seus assuntos internos.
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