Mearsheimer e o Veto Iraniano
Por: Mayra Gomes • 5/10/2016 • Trabalho acadêmico • 402 Palavras (2 Páginas) • 163 Visualizações
Nos últimos anos, o programa nuclear iraniano tem estado em pauta em diversas reuniões entre os Estados e a ONU. Este (em 2010) havia imposto sanções para vetar o envio de armas para o Irã como meio de amenizar os confrontos. Porém, no dia 13 de abril deste ano, a Rússia, suspendeu o veto e acertou o envio de um sistema de mísseis de defesa antiaérea para Teerã. O presidente russo, Vladimir Putin, decidiu revogar o veto, após um acordo preliminar que envolve: Alemanha, China, Estados Unidos, França, Grã-Bretanha, Irã e a própria Rússia; o acordo tem o propósito de conter o programa nuclear iraniano. Com isso, o Sistema Internacional ficou em estado de alerta, Estados Unidos (que enfrenta um problema em seu congresso devido ao acordo preliminar) e Israel estão preocupados com a revogação do veto de maneira “precoce”. Uma das maneiras de um Estado demonstrar e conquistar poder – segundo Mearsheimer – é se armar de maneira defensiva ou ofensiva, e isso dentro do sistema anárquico causa preocupação a outros Estados, que neste caso, acreditam que os mísseis serão usados para evitar a inspeção dos depósitos nucleares do Irã.
Segundo Mearsheimer, grandes potências são atores racionais que dentro do sistema anárquico, visam a sobrevivência e a hegemonia e esta só poderá ser alcançada por meio de ações ofensivas e de maximização de poder. É possível analisar a situação entre Rússia e Irã (de maneira hipotética), como uma estratégia russa de atiçamento e ao mesmo tempo de bandwagening, ou seja, uma forma de incentivar o confronto entre Irã e Iraque, fazendo com que o Iraque ataque o Estado iraniano acreditando que a motivação ou ideia partiu dele. Quando na verdade, a Rússia, ao ceder o armamento levou em conta o conflito que causaria entre os Estados de Israel e Irã. Claro que tudo isso não passa de uma hipótese infundada, mas que pela teoria do Realismo Ofensivo de Mearsheimer faz um certo sentido. A análise pode ser feita também, através do “Equilíbrio”, estratégia compreendia por Mearsheimer como forma de controlar agressores. A união das potências para a realização de um novo acordo com o Irã, pode ser um meio de solucionar o problema e controlar o programa nuclear iraniano, dessa forma, a aliança entre eles controlaria o eminente “agressor”.
Sendo assim, a notícia não apenas informa, mas nos permite analisar como a relação entre os Estados pode ser mais complexa do que aparenta.
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