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O Projeto da China pós maoísta

Por:   •  26/10/2017  •  Trabalho acadêmico  •  1.875 Palavras (8 Páginas)  •  190 Visualizações

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O projeto da China pós maoísta

  • A primeira questão que o autor trás no texto é a da passagem para o capitalismo dos países que se alinhavam ao socialismo. O aspecto defendido é de que a conversão dos países do Leste Europeu e da ex- URSS  para o capitalismo, é mais dolorosa do que se a conversão da China para o mundo capitalista.
  • Pode-se explicar essas diferenças em dois aspectos, pelas políticas econômicas que foram consolidadas no interior desses países e também pelos aspectos externos, no que se refere a geopolítica.
  • A ideia defendida pelo autor é que o mundo está dividido em dois. Os países situados na metade ocidental: continente americano, Europa, Africa e Asia ociedental, em que percebe-se crise de 25 em 25 anos. E os países situados a leste, que não conhecem essa crise, que são aqueles da Ásia Oriental – Japão, China, Coreia, Taiwan, incluindo a Asia do Sul. Portanto, enquanto o ocidente estava vivendo um contexto de crise, a Asia Oriental entrava em uma fase de crescimento muito forte. O Japão, por sua vez, parece entrar em crise.
  • Podemos daí levantar uma diferença entre esses polos, ocidental e oriental, para compreender a Europa Oriental e a China.
  • 1. Segundo o autor, na Europa Oriental não existe projeto de sociedade, ou seja, um projeto coerente que procure estabelecer e consolidar essa nova sociedade que adota o sistema capitalista. Em contrapartida, na China é possível dizer que há um projeto coerente, que o autor qualificou como sendo capitalista nacional e social, no qual a esquerda socialista faz uma modulação para a longa transição socialista. A concepção nacional, traz a compreensão de que a integração no sistema mundial jamais é pacífica, mas sempre violenta e conflituosa, a sociedade chinesa de modo geral partilha dessa convicção. A classe dirigente chinesa, vê os EUA como um adversário, porque cada vez que a o Estado chinês ganha mais ascensão econômica e mundial, este país se torna uma ameaça para os EUA.
  • A taxa de crescimento chinesa é muito elevada desde as ultimas décadas, este crescimento não é extraído essencialmente das exportações. A diferenças entre o PIB e as exportações não são tão relevantes, a ponto de refletir essas economia apenas nas suas exportações.
  • A inflação nos anos 80 na China, manteve-se de 5,8% enquanto que em outros países do terceiro mundo as taxas eram bem elevadas e chegavam a 78%. Desta forma, a dívida exterior da China permaneceu muito inferior se comparadas as regiões do terceiro mundo.
  • Isto pode indicar o sucesso Chines em dentrimento do terceiro mundo, porém não é possível qualificar a natureza do projeto Chines como sendo socialista ou capitalista e nem discutir suas perspectivas e seus possíveis limites históricos.
  • O autor compara a China e a EX- URSS, dizendo que embora eles tenham uma  mesma herança a III Internacional (bolchevismo, o marxismo- leninismo), eles também tem diferenças que se devem as condições históricas do desenvolvimento dos dois partidos comunistas e das duas revoluções.
  • Na Rússia, a revolução socialista de 1917 tinha como base a aliança operária e camponesa, não levavam muito em conta o processo de modernização de um país atrasado com  dominação camponesa. A partir de 1930, surgiu uma forma de coletivização que rompia com essa aliança, colocando um termo nas perspectivas socialista e limitou as possibilidades de desenvolvimento das forças produtivas.  O que se almejava era a reconstrução de uma classe que aspirava-se tornar-se burguesa, isso firma-se na questão de que a ideologia operária e anticamponesa foi herdada da história da classe operária da Europa Ocidental.
  • A base da Russia e da China são as mesma, entretanto a diferença existente éque enquanto o partido russo não tinha construído um apoio no campo em 1917, a guerra conduzida em 1930 nos campos chineses permitiu a seu partido comunista construí-lo. O Governo chinês também resolveu a questão aliança operária – camponesa, que era bem melhor do que ocorria na URSS. Os termos de troca internos agricultura, indústria jamais conheceram na China as evoluções catastróficas que marcam a história da URSS.
  • A Rússia havia eliminado a burguesia, o caso chinês é diferente. A guerra contra o imperialismo japonês, fez com que a partir de 1930, a China exercesse uma atração com as forças de resistência nacional, incluindo a burguesia.
  • O conjunto de fatores históricos explica a força na China que convergiu para um projeto modernista, nacional e social. Nacional no sentindo de ser realista e anti-imperialista e também porque obriga a construir a legitimidade do poder sobre bases que implicam sua responsabilidade social. Social- no sentido de que o desenvolvimento é concebido como devendo estar fundado sobre uma solidariedade social verdadeira, obtida por políticas sistemáticas, que poderíamos qualificar de justiça social. Esse projeto é um pouco semelhante aos projetos democratas do ociedente.
  • Existe um paradoxo  enquanto a ideologia liberal. Na asia oriental a ideologia liberal é menos facilmente admitida e sua burguesiacé mais forte. Ao passo que nos países do terceiro mundo a ideologia liberal e mais facilmente admitida, e conta com uma burguesia bem mais raquítica, acredita-se que o mercado resolve naturalmente os problemas.
  • As heranças  em comum de China e URSS, foram traçadas no sentido da neutralidade das técnicas de produção, no papel de vanguarda do partido e nas relações Estado- partido- classe – povo, entre outras. A URSS jamais colocou isso novamente em questão. Mao tentou fazer pela revolução cultural, através da neutralidade das tecnologias e do partido autocrático designado como fortaleza no seio da qual se reconstituía a burguesia.
  • 2. A China pós mao permaneceu ligada a um projeto nacional e social, sem grande ilusão sobre o mercado e o capitalismo mundial.
  • Por isso é errônea a ideia de que a china cresceu quando renunciou ao socialismo. A razão do sucesso está atrelada ou projeto que ela desenvolveu nas ultimas décadas de governo. As taxas de crescimento da china já eram significativas desde os anos 50, no qual registrava recordes no crescimento da indústria leve e pesada, já havia estruturas sociais que permitiam a melhor partilha de lucros melhor do que em outros lugares como américa latina, índia e africa.
  • A China de Deng, caso tenha decidido reintegrar o sistema mundial, rejeitou categoricamente, as privatizações desmedidas, liberdade sem entraves para mercados. Ainda que sua representação para o exterior não o diga sempre.
  • A privatização á chinesa é outro fator que deve ser analisado. A propriedade da coletividade se sobressai e muito em relação a propriedade privada existente. A parcela do Estado é menor, mas as propriedades da coletividades revertem-se em províncias, cidades, grupos sindicais, cooperativas. A propriedade privada não ultrapassa 5,4%.
  • Os três positivos em relação a modernização chinesa são: a justiça social, o equilíbrio regional e domínio das relações com o exterior.
  • Há que se dizer que na China existe “novos ricos”, no qual a fortuna é associada as iniciativas econômicas competitivas, desigualdades novas, difíceis de justificar em termos de eficácia econômica competitiva.. Mas, permanece igual pela logica dos preços e dos salários. Apesar de todas as dificuldades que se encontra na economia chinesa de todas as dificuldades e pobreza, pode-se falar que não há “novos pobres”, o que não se pode dizer o mesmo da América Latina, por exemplo.
  • Há uma forte consciência na China das ameaças que o desenvolvimento desigual das regiões faz pesar sobre o futuro da unidade do país. São postas em ação politicas que visam articular interdependências novas entre as províncias costeiras com forte crescimento e as do interior.
  • O terceiro ponto chamado de positivo se refere à abertura exterior, que permanece razoavelmente controlada pelo Estado. Na China qualquer pessoa pode importar qualquer coisa. A China pode burlar as regras do GATT.
  • Pode ser ressaltado o aspecto negativo é que a classe dominante acredita que os objetivos definidos nos três positivos em questão podem ser alcançados apenas por meio das virtudes do bom funcionamento do Estado Partido, tal como ele foi construído, sem a intervenção autônoma das classes populares. Na visão do autor isso é um erro.
  • 3. A partir do que já foi tratado o autor permite-se voltar as questões iniciais, que são elas: Existe um projeto chinês? Qual é sua natureza social (cap, soc, etapa no caminho socialista)? Como se articula com a economia mundial e da região?
  • Existe sim um projeto chinês, levando em conta os três positivos e o negativo, qualificando-o como projeto nacional e social. E de certa forma podemos associar regiões e modo de produçãi. O norte da china feudal e burocrático, chagai capitalista e nacional, cantão comprador. O projeto chinês associaria estes três componentes, preservando o papel direto da burocracia do Estado- partido.
  • Se as desigualdades do desenvolvimento regional continuarem a se ampliar, não estaria aí a base para a fragmentação do país. Os exemplos do autor são um sudeste articulado em torno do Cantão – Hong Kong – Taiwan aberto para o pacífico e os chineses de além- mar, amplamente comprador por sua história. Essa região encontrará seu complemento ou seu concorrente na China central de Shangai? Outro exemplo é imaginar as províncias do noroeste marginalizadas, Um Tibet e Sinkiang Independentes. O projeto de desmantelamento da China esta na ordem do dia: é a agenda da política dos EUA e do Japão, para os quais a China como grande potência (mesmo que capitalista), constitui uma perspectiva inaceitável.
  • A china unida ou desmantelada ocupará lugares diferentes no conjunto da Asia oriental. E parte da economia mundial, tanto se a China tornar um polo de atração maior, como se suas províncias participarem do impulso de uma região sem duvida dinâmica, mas não susceptível de fazer contrapeso para a hegemonia dos EUA em nível global.
  • Pode-se também imaginar uma evolução mais favorável desse socialismo de mercado na China, denominado pelas autoridades oficiais.
  • Há que se verificar a dinâmica das lutas que se desdobraram na China. Os fatos mais visíveis são: a escalada da Burguesia: escândalos, enriquecimento, corrupção associação com o capital estrangeiro, degradação moral e cultural, etc.  A mídia internacional fica satisfeita com as tomadas de posição favoráveis à democracia poltica como entendemos no Ocidente. O que o autor trata é que a burguesia chinesa não parece muito ambientada com a democracia, ao passo que os debates e as ações populares de situam, sobre o terreno dos direitos e benefícios sociais, como sobre o terreno mais avançado da perspectiva da democracia socialista. Para o autor deve –se verificar o que acontece nesses terrenos.
  • A discussão do socialismo na China não pode ser isolada ao que se refere à perspectiva mundial. O que o autor propôs foi olhar a grande tradição não com um período caracterizado pelo conflito, de sistemas sociais diferentes, mas como caracterizada pelo conflito, interno em todas as sociedades, entre elementos de um sistema que extrai sua racionalidade na lógica capitalista e outros, que fazer progredir outros critérios de racionalidade social, de natureza socialista. Para o autor um pouco que o capitalismo se desenvolveu com o feudalismo, o socialismo se desenvolveria por um longo tempo no capitalismo. Adotando a o socialismo de mercado na China, assumiria uma dimensão interessante.  

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