Os Fundamentos Da Democracia: Análise Das Teorias D Emocráticas De Aristóteles, Kelsen E Bobbio
Exames: Os Fundamentos Da Democracia: Análise Das Teorias D Emocráticas De Aristóteles, Kelsen E Bobbio. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: universitario377 • 20/6/2013 • 4.760 Palavras (20 Páginas) • 1.064 Visualizações
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Os Fundamentos da Democracia: Análise das Teorias D
emocráticas de
Aristóteles, Kelsen e Bobbio
* Patrícia da Silva França
Sumário
.
1
. Considerações Iniciais –
2
. Aristóteles: a democracia
deliberativa –
3
. Hans Kelsen: a democracia procedimental –
4
.
Norberto Bobbio: a democracia minimalista – uma análise do nosso
tempo –
5
. Considerações Finais - Bibliografia
“Toda consciência aspira a colocar-se como sujeito soberano. Toda
consciência tenta realizar-se reduzindo a outra à escravidão. O
drama pode ser resolvido pelo livre reconhecimento de cada
indivíduo no outro, cada qual pondo, a um tempo, a si e ao outro
como objeto e como sujeito em um movimento recíproco. Mas a
amizade e a generosidade que realizam concretamente esse
reconhecimento das liberdades, não são virtudes fáceis; são
seguramente a mais alta realização do homem e, desse modo, é que
ele se encontra em sua verdade: mas essa verdade é a de uma luta
incessantemente esboçada e abolida. Ela exige que o homem se
supere a cada instante.”
Simone de Beauvoir
1. Considerações Iniciais
O presente trabalho parte da curiosidade acadêmica em estudar
os fundamentos
teóricos da democracia, uma vez que, não só o Brasil, mas a maior
ia dos Estados modernos
possui formas de governos democráticas. O funcionamento da democraci
a moderna, o que se
observa na realidade, é fruto de um longo debate através dos s
éculos. Os grandes pensadores
preocupados em elaborar teorias ideais, construíram concepções
de democracias baseadas em
diferentes visões de mundo, e consequentemente, diferentes visões do ser humano.
Através da análise das teorias democráticas de Aristótel
es, Hans Kelsen e
Norberto Bobbio, se tem a possibilidade de observar diferente
s propostas para a constituição
de uma democracia ideal, elaboradas em épocas e sob circunstâ
ncias muito diversas. A partir
do estudo é possível visualizar mecanismos e idéias que possam vir
a contribuir para o
aperfeiçoamento e o desenvolvimento, sempre necessário, da democracia brasi
leira.
A democracia deliberativa idealizada por Aristóteles, a
República
, nasce da
exposição de opiniões coletivas, opiniões que divergem e convergem
instituindo um intenso
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diálogo, que almeja o alcance da verdade prática, a qual orienta toda
ação política. Assim
,
o
fundamento da democracia é a razão prática (prudência) que busca um
a verdade prática. A
concepção teleológica de mundo de Aristóteles deve ser observada
para que se possa entender
a democracia deliberativa como uma forma de governo capaz de apr
oximar o homem da
realização do seu
telos
(finalidade).
A democracia procedimental de Kelsen é entendida como um método cap
az de
criar a ordem social coletiva. A regra da maioria é caract
erística essencial da democracia
procedimental, esta permite preservar a liberdade do maior
número de indivíduos da
sociedade. A visão relativista de mundo justifica a democracia kels
eniana, que é fundada na
liberdade, já que o indivíduo é livre (autônomo) para criar suas verdades e seus va
lores.
Bobbio parte de uma definição mínima de democracia, como conjunto de r
egras
do jogo. Considera que a regra da maioria é simplesmente uma regr
a para o cálculo dos votos,
que não pode ser considerada como um ideal no qual se sustenta um siste
ma democrático. O
ideal que realmente sustenta um sistema democrático é a supre
macia do poder ascendente.
Este ideal só poderá ser realizado onde existir o sufrágio univer
sal. . Bobbio identifica
...