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Pobreza, Miséria E Bonança. A Construção Fantasiosa Sobre Qualidade De Vida.

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Por:   •  13/11/2014  •  864 Palavras (4 Páginas)  •  482 Visualizações

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E qual a diferença entre pobreza e miséria?

Uma família que tem uma construção de palafita sobre um rio poluído - prole infestada de vermes intestinais -, não possui água e esgoto canalizados, acesso à saúde pública, mas tem uma refeição por dia, não é miserável. Se, porém, essa família é acometida por doença, por algum acidente (o rio transbordou), e o pouco que tem não supre as necessidades deles, então, ela passa a ser miserável. Logo, a linha é tênue entre pobreza e miséria. A "prosperidade" brasileira está sendo colocada à prova. O Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (IPEA) mostrou que o número de miseráveis aumentou no Brasil. O que é de estranho é o fato de que o número de cidadãos pobres recuou.

Famílias de baixa renda

Para o Governo Federal brasileiro, famílias de baixa renda são as que possuem “renda mensal de até meio salário mínimo por pessoa” ou “renda mensal total de até três salários mínimos”.

Podem fazer parte do Bolsa família:

· As famílias com renda de até R$ 77,00 por pessoa, por mês;

· As famílias com renda entre R$ 77,01 a R$ 154,00 por pessoa, por mês, e que tenham crianças e adolescentes com idade entre zero a 16 anos incompletos, gestantes ou nutrizes (mãe que está amamentando);

· As famílias com renda entre R$ 0,00 a R$ 154,00, por pessoa, por mês, e que tenham adolescentes entre 16 e 17 anos;

· Famílias que atendem aos critérios do programa e estão inscritas em outros programas federais.

O Bolsa Família, sem dúvida, permite que os sucos gástricos não corroem a mucosa intestina, o que ocasiona gastrite ou úlcera. Contudo, mesmo assim, o Brasil continua sendo um dos países com gravíssimos problemas sociais. A diferença entre Brasil e Haiti, quanto à miséria, se deve ao fato de o Brasil nunca ter sofrido o tipo de terremoto que houve no Haiti, porém, a miséria é igual. Tanto o Brasil como Haiti tiveram, em seus territórios, governos ditatoriais, golpes de estado e problemas socioeconômicos.

Outro fator não menos importante se deve ao absurdo de definir pobreza, miséria e bonança, não só no Brasil, mas mundialmente [países capitalistas]. O sistema capitalista vem se demonstrando perverso, depois que a Guerra Fria acabou. Há uma histeria coletiva mundial de que ser feliz é ter. Ter as parafernálias tecnológicas e artigos de grife - junto com água e esgoto não canalizados, poluição ambiental, residência em área de risco e precária condição do sistema de saúde - não são requisitos para se ter qualidade de vida. Esse sistema socioeconômico ilusório catalogar estratificações sociais, em todos os cantos da Terra, mantém seres humanos sem qualidade de vida. Usar, exclusivamente, a renda, como critério para definir pobreza, miséria e riqueza, é um critério perigoso. Imagine uma família. Todos os membros familiares têm carros, escolaridade de nível superior, sendo a renda mensal familiar per capita de R$ 20.000, 00 (vinte mil reais). Parece que essa família está no paraíso? Depende.

Se essa família vive em localidade com alto índice de violência urbana, poluição do ar, serviços públicos precários, sistema de saúde privada que se interessa mais pelos saudáveis do que os doentes, [1] não há o que dizer

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