Psicologia Social

PSICOLOGIA SOCIAL

No ano de 2000, o Conselho Federal de Psicologia (CFP) instituiu, por meio da resolução 014/00, o título profissional de Especialista em Psicologia. Além de criar as especialidades em Psicologia Escolar e Educacional, Psicologia Organizacional e do Trabalho, Psicologia do Trânsito, Psicologia do Esporte, Psicologia Jurídica, Psicologia Hospitalar, Psicologia Clínica, Psicopedagogia e Psicomotricidade, essa resolução dispunha sobre as normas e procedimentos para o seu registro. Três anos mais tarde, o C.F.P. baixou outra resolução (05/03), adicionando a esta lista de especialidades a Psicologia Social, definindo-a como a área da psicologia que atua fundamentada na compreensão da dimensão subjetiva dos fenômenos sociais e coletivos, sob diferentes enfoques teóricos e metodológicos, com o objetivo de problematizar e propor ações no âmbito social. O psicólogo, nesse campo, desenvolve atividades em diferentes espaços institucionais e comunitários [...] Seu trabalho envolve proposições de políticas e ações relacionadas à comunidade em geral e aos movimentos sociais de grupos e ações relacionadas à comunidade em geral e aos movimentos sociais [...] Realiza estudo, pesquisa e supervisão

sobre temas pertinentes à relação do indivíduo com a sociedade, com o intuito de promover a problematização e a construção de proposições que qualifiquem o trabalho e a formação no campo da Psicologia Social (CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA, 2003, p.1, 2).

PROCESSO GRUPAL

“Se queremos compreender processos, se queremos conhecimentos que atendam a maior parte da nossa população, aqui e agora, teremos necessáriamente de partir do estudo do cotidiano: o que é este simples falar, este se relacionar com os outros, este aprender a “ser social” que se acumula e se transforma? (Silvia Lane – 1980)”

O QUE É UM GRUPO SOCIAL?

Reunião de seres humanos que interagem de modo sistemático entre si com o

propósito de atingir um objetivo comum imediato ou a longo prazo.

Historicamente o vocábulo “grupo” surgiu no século XVII que se referia a um

conjunto de pessoas. Segundo Regina Duarte Benevides (1994), foi somente no

século XVIII que o termo passou a significar reunião de pessoas e que este termo

estaria ligado também a laço ou círculo.

Alguns especialistas se diferem na interpretação que fazem da constituição e

finalidade do grupo:

LEWIN: define grupo como “interdependência dos membros”, onde qualquer alteração individual afeta o coletivo. Busca o grupo como “um único ser”, uma “mente grupal”, todo dinâmico e ideal, acabado, marcado pela coesão, onde não há lugar para conflitos, onde seus integrantes ficam estagnados e o processo de interação circulando. Desconsidera as particularidades individuais construtoras do grupo.

OLMSTED: define grupo como pluralidade de indivíduos que se consideram mutuamente e que algo significativo em comum. A diversidade dos participantes desperta o sentimento do compartilhar algo que é significativo para cada um deles.

ENRIQUE PICHON: define grupo como uma construção coletiva através do ECRO grupal (Esquema Conceitual Referencial Operativo), esquema comum para indivíduos que participam de um determinado grupo. Cada indivíduo tem seu próprio ECRO, constituído pelos nossos valores, crenças, medos e fantasias, e quando trabalhamos em conjunto, as tarefas podem ser dificultadas em função das diferenças dos ECROs, .

• Discussão: O que entendemos então por grupo social? Existe um grupo ideal?

SILVIA LANE: enfatiza que a função do grupo é definir papéis, o que leva a definição da identidade social dos indivíduos, garantindo sua reprodutividade social. É a condição necessária para conhecer as determinações sociais que agem sobre o indivíduo bem como sua ação como sujeito histórico. É a relação e vínculos entre pessoas com necessidades e/ou interesses coletivos que se expressam no cotidiano da prática social.

OUTRAS VISÕES DE GRUPO

• O grupo é o lugar onde as pessoas mostram suas diferenças, onde as relações de poder estão presentes e perpassam as decisões cotidianas;

• Lugar onde o conflito é interante ao processo de relações estabelecidas, onde há uma convivência do diferente, do plural;

• Lugar onde há confronto de ideias, buscando conciliar o que é conciliável, deixando claro as individualidades;

• O grupo possibilita a libertação de alienação do homem, sua possibilidade de ser sujeito;

• Lugar onde as relações que se estabelecem podem ser meramente de reprodução de dominação ou alienação.

DISCUSSÃO: Dominação, alienação e submissão é uma questão histórica e cultural. Até que ponto permitimos que elas aconteçam? Como a psicologia social pode intervir na ruptura dessas condições?

O QUE É UM PROCESSO GRUPAL?

Implica uma rede de relações caracterizada por relações equilibradas de poder entre os participantes ou pela presença de um líder ou subgrupo que detém o poder e determina obrigações e normas que regulam a vida grupal. Essas relações de poder influenciam ou determinam o grau de participação dos integrantes.

COMO FUNCIONA UM PROCESSO GRUPAL?

A compreensão do processo grupal pode facilitar o indivíduo a compreender as situações que o rodeiam, permitindo-lhe um melhor desempenho de papéis em nossa sociedade.

A base para classificar a conduta humana como condutora de grupo é a interação, que compreende os meios pelos quais os indivíduos se relacionam uns com os outros e produzem tarefas que contribuem para o desenvolvimento, manutenção e crescimento do grupo ou do sistema social. Isto