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Realismo E Liberalismo

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Por:   •  19/5/2014  •  1.302 Palavras (6 Páginas)  •  752 Visualizações

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O Realismo

Quando se estuda Relações Internacionais, existem diversas teorias e estudos que podem facilitar a compreensão ou apontar direções para como funciona o plano internacional. Uma das abordagens é o chamado Realismo, que possui diversas vertentes. Dentre essas vertentes existem alguns exemplos como o Neo-realismo, Realismo Clássico, Realismo Neoclássico. Entretanto todas elas giram em torno de características em comum. O contexto histórico, a centralidade do Estado, a ausência de cooperação entre os Estados, anarquia internacional, entre outras. Todas essas características foram abordadas por autores clássicos como Maquiavel, Hobbes, Tucídides e mais tarde lapidadas por autores realistas modernos que buscavam autonomia e legitimidade das suas teorias e do estudo das relações internacionais na área acadêmica.

O primeiro autor clássico a destacar o ‘’internacional’’ foi Tucídides, que abordou também um tema central no estudo das Relações Internacionais, a guerra. A partir desse ponto outros autores clássicos também apresentaram ideias importantes de forma mais abrangente para a um melhor entendimento das teorias modernas sobre o Realismo. Como por exemplo Hobbes e o estado de natureza, que já remete a questão de anarquia internacional, Maquiavel e a centralidade do Estado, aonde o poder se faz necessário e a moralidade não deve ser usada como orientação para as ações do Estado. Para muitos realistas, o poder é um dos pontos mais importantes. Muitos autores enfatizam a questão dos ganhos relativos que nada mais é que a quantidade de benefícios que um Estado tem em relação aos outros, e a partir daí o poder se faz uma determinante para obtenção desses benefícios. Os Estados são considerados os atores centrais no estudo das Relações Internacionais, tendo como função manter a paz dentro de suas fronteiras e garantir a segurança contra ameaças externas. Isso demonstra uma outra premissa dos realistas, a sobrevivência, que utiliza o poder (capacidade de influênciar do que ser influenciado por outros Estados, poderio militar, tecnológico, etc...) para alcançar este objetivo.

Na visão realista o plano internacional encontra-se em uma anarquia internacional, que seria a ausência de um poder central (Estado Leviatã) que regule todos os outros Estados. Essa ideia de anarquia internacional é constantemente comparada ao estado de natureza exposto por Hobbes. A desconfiança reina entre todos e a sobrevivência é o objetivo primário. Nenhum Estado pode contar com o auxílio de outros Estado, apenas de sí mesmo, aparecendo então uma outra premissa realista : a auto-ajuda. O primeiro autor realista a estipular e organizar essas premissas centrais foi Hans Morgenthau, que estabeleceu seis princípios básicos para a análise das RI. Segundo ele a política é governada por leis objetivas que refletem na natureza humana, os interesses são definidos em termos de poder. O poder é um conceito definido porém varia de acordo com o tempo e espaço, as questões morais são subordinadas aos interesses das ações políticas e não são universais, e por fim a autonomia da esfera política em relação às outras esferas (religiosa, jurídica, etc...). Para Morgenthau, a política busca sempre manter o poder, aumentar o poder e demonstrar o poder. Algumas décadas depois novas contribuições realistas apareceram, como por exemplo às de John Herz com o Dilema de Segurança, que ocorre quando um Estado busca a sua segurança mas acaba se tornando uma ameaça para outros Estados que em resposta também buscam aumentar a segurança contra ameaças externas, começando assim uma corrida armamentista.

O Liberalismo

O liberalismo é uma teoria de RI que até hoje se apresenta de forma preponderante. Intensificou-se muito após o fim da Guerra Fria, mas que apesar de ter diferentes vertentes, compartilha as mesmas premissas da grande maioria dos liberais. Essas premissas são três e têm como ideia central: a visão positiva do ser humano, ou seja, a razão; a cooperação mútua entre os Estados; e a crença no progresso. A condição de animal racional que somos, mesmo possuindo características negativas, tais como egoísmo e competividade exacerbada, amplamente divulgadas pelos realistas, nos possibilita fazer escolhas que sejam de interesse comum a todos. Sendo assim, podemos escolher cooperar e colaborar, o que trará a ideia central de uma sociedade bem-ordenada e auto-regulada, que através de instituições e organizações, seria capaz de garantir o bem estar de todos e por conseguinte, o progresso contínuo. A pergunta que autor faz no texto é bastante pertinente: “Como o sistema intencional pode ser mudado de forma a se tornar menos conflituoso e mais cooperativo?”. Seguindo os ideais liberais de livre-comércio, democracia e instituições internacionais.

O livre-comércio, segundo o liberalismo, contribui para a paz mundial, uma vez que esta relação cria laços e interesses comuns entre as nações. Ainda seguindo os preceitos liberais, à medida que se aprofundasse essa interdependência econômica entre esses atores, mais vantajosa ele se tornaria às nações, que assim, conseguiriam promover de forma mais eficaz o bem-estar da população, estimulando o apoio da opinião

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