Relações Internacionais
Dissertações: Relações Internacionais. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: zamaroro • 23/10/2014 • 955 Palavras (4 Páginas) • 305 Visualizações
Questão 1 – Qual o papel das guerras nos processos de desequilíbrio de forças do sistema internacional e na manutenção da soberania estatal?
As guerras funcionam como mecanismos de regulação do equilíbrio de poder entre os Estados. Isto quer dizer que, caso um Estado sinta-se em condições de perseguir suas ambições por via militar, terá o cenário apropriado para romper o equilíbrio das relações internacionais, e ameaçar a soberania de outro Estado. (RODRIGUES, 2012, p. 38).
Segundo Clausewitz (2003, p. 27) “a guerra é uma continuação da política por outros meios”, isso porque os conflitos armados redistribuem territórios, populações e capacidades militares e econômicas entre vencedores e vencidos, realidade que estabelece o equilíbrio de poder.
As forças militares no entanto, não precisam entrar em ação para cumprir seu papel de instrumento da política exterior dos Estados: “um país que tenha forças equiparáveis aos seus principais competidores, pode esperar que seus adversários não optem pela violência direta, pois recorrer a isso exporia o próprio agressor à derrota. Se o principal objetivo do Estado é sobreviver como unidade soberana, decidir pela guerra quando ela ameaça a sobrevivência do Estado seria um equívoco. Essa capacidade de um Estado em manter um poderio militar que ameasse seu oponente é chamada de poder de dissuasão militar”. (RODRIGUES, 2012, p. 39 e 40).
Para Foucault (2008b): “quando desequilíbrios de força se apresentassem, com pretensões de expansão ou de hegemonia por parte de um ou mais Estados, uma guerra aconteceria; não para destruir o sistema interestatal, mas, ao contrário, para reorganizá-lo a partir do princípio do poder político centralizado no Estado”.
Em outras palavras, nas guerras alguns Estados podem desaparecer ou perder territórios, enquanto outros podem crescer e até mesmo dar origem à novos países. Em todo caso o sistema de Estados é preservado. As guerras, são crises de reorganização visando a preservação do sistema e a continuidade do modelo estatal. São instrumentos para a saúde e preservação do Estado e do próprio sistema. (RODRIGUES, 2012, p. 40).
Veja o caso de Israel. Com o movimento sionista incentivado pelo antissemitismo sofrido por judeus na Europa, ocorre uma forte imigração judaica para a Palestina. Essa onda de imigração terá como resultado a expulsão dos palestinos de sua terra e uma era de conflitos intermináveis.
Observe que após a desintegração do Império Otomano na Primeira Guerra Mundial, o Reino Unido, que recebera um mandato da Liga das Nações para administrar o território da Palestina, não foi capaz de manter a meta de partilhar o território controlado pelos britânicos entre judeus e palestinos.
Após a fundação de Israel, em 14 de maio de 1948, a tensão aumenta, culminando na primeira guerra árabe-israelense. Depois dessa guerra, o território planejado pela Organização das Nações Unidas para um Estado árabe é reduzido pela metade.
A ocupação desse território durante a Guerra dos Seis Dias desabriga milhares de palestinos para dar lugar à construção das colônias (assentamentos) israelenses. Tal cenário configura uma ocupação não reconhecida internacionalmente, cujo resultado tem sido a geração de revoltas, conflitos, guerra e terrorismo.
É importante frisar que por muitos séculos o povo árabe viveu pacificamente com os judeus na palestina, mas a partir do momento em que o movimento sionista se sentiu em condições de perseguir suas ambições por ocupar a terra e criar o Estado de Israel, ocorre um rompimento de relações. Os israelitas detinham poderio militar, eram financiados por judeus ricos do exterior, e tinham apoio das principais potencias mundiais, isso lhes deu segurança para romper o equilíbrio com o povo nativo da
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