Resenha Filme Hannah Arendt

Resenha do Filme 'Hannah Arendt'

O filme traz luz as ideias de Hannah Arendt, uma mulher tida como uma pensadora à frente de seu tempo, sobre os julgamentos de cunho nazista da época, tais como os crimes de guerra do qual Adolf Eichmann fora réu.

Hannah se oferece como correspondente do jornal The New Yorker para cobrir, em Israel, o julgamento de Eichmann, em meados dos anos 60 e já consagrada como escritora por sua publicação 'A Origem do Totalitarismo'. Ao acompanhar o julgamento, Hannah, como filósofa contemporânea começa a observar características comuns de um burocrata medíocre em Eichmann, ou seja, um homem comum com família e trabalho, e não a imagem perversa e sádica de um comandante nazista, contrariando toda a opinião midiática que acompanhava o julgamento.

A polêmica do filme é retratada posteriormente, com a volta de Hannah aos Estados Unidos, enfrentado todo o tumultuoso cenário de conflitos gerados pelas publicações de Arendt, que não apenas defendiam Eichmann das acusações de crime de guerra como apenas um "cumpridor de ordens", mas também acusando Israel de uma tentativa de imposição de legitimidade de poder ao realizar o julgamento sem adequado estudo do caso.

Arendt defendia o padrão de comportamento nazista de "negação" de culpa como resultado de um trabalho burocrático no qual não se tinha contato pessoal, e todos faziam parte de um processo sem pensamento crítico, como engrenagens de um maquinário e, por tanto, não eram diretamente responsáveis pelas atrocidades cometidas, viabilizando uma "banalização do mal" sem culpados.

O filme tem um final tal como o começo, ou seja, em torno dos raciocínios filosóficos de Hannah, muito sólida sobre sua obra. Perseguida por suas publicações, Hannah Arendt mantém seus méritos como grande pensadora e crítica revolucionária da interpretação criminal do nazismo ainda hoje trazendo reflexões sobre as atuais representações da banalização do mal.

 

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