RESENHA: FILME HANNAH ARENDT
Por: robson antonio • 14/1/2020 • Projeto de pesquisa • 616 Palavras (3 Páginas) • 281 Visualizações
CENTRO UNIVERSITÁRIO TIRADENTES
FACULDADE DE DIREITO
GRADUAÇÃO EM DIREITO
ROBSON ANTONIO DA SILVA
RESENHA: FILME HANNAH ARENDT
Maceió/ AL, Setembro de 2019.
RESENHA DO FILME HANNAH ARENDT, DE MARGARETHE VON TROTTA. COM BARBARA SUKOWA E AXEL MILBERG. DRAMA, ALEMANHA/FRANÇA/LUXEMBURGO. DURAÇÃO: 113 MINUTOS. CLASSIFICAÇÃO: 12 ANOS.
Os trabalhos da autora versam sobre direitos humanos, genocídios, regimes totalitários e condições de trabalho. Hannah Arendt nasceu em Hannover, na Alemanha, em 14 de outubro de 1906. A filósofa é proveniente de uma família judaica, de classe média e membros do Partido Social Democrática. Em 1933, Hannah e seu primeiro marido fogem da Alemanha, por conta do nazismo e vão para a França, onde são capturados e ficam em um campo de concentração. Posteriormente, conseguem fugir para os Estados Unidos. Após anos da sua fuga a pensadora tornou-se apátrida, ou seja, sem nacionalidade. Esse fato de sua vida influenciará muito suas reflexões, principalmente, em temas como direitos humanos.
O filme de Margarethe Von Trotta foca em um momento da vida da filósofa. Em 1961, Hannah Arendt foi enviada à Jerusalém a fim de cobrir o julgamento do nazista Adolf Eichmann. Essa experiência resultará no livro Eichmann em Jerusalém. O caso amoroso que a filósofa teve com Martin Heidegger – seu professor aparecerá através de flashbacks.
Depois de muita investigação o Mossad (centro de espionagem israelense) consegue capturar Adolf Eichmann na Argentina e leva-lo para ser julgado em Israel. O referido nazista foi responsável por toda a logística dos prisioneiros para os campos de concentração. Como todos Hannah Arendt, esperava encontrar em Jerusalém um monstro e se deparou com uma pessoa medíocre, que dizia ter cumprido ordens, interessado em subir na carreira. O filme mostra a filósofa discutindo com amigos judeus e defendendo sua tese, cujo ponto principal consiste em que os seres humanos podem realizar ações inimagináveis, sem qualquer motivação perversa.
O mal foi pensado por Hannah Arendt nas sociedades secularizadas sem apelar pela noção dualista de bem versus mal e nem de pecado, contida na cultura judaico-cristã. As ações de Eichmann caracterizaram-se pela ausência de pensamento. A partir da banalização do mal o indivíduo submete-se completamente a uma lógica social, que faz com que ele não perceba suas responsabilidades nos atos em que pratica. O sujeito que pratica o mal banal renuncia à capacidade humana de reflexão, repetindo o tempo inteiro o mesmo comportamento, além de um discurso padrão.
Esse tipo de mal tem espaço em sociedades massificadas, nas quais, o indivíduo tem pouquíssimos poderes de escolhas, tornando-se solitários, submissos e condicionados. As pessoas passam a viver exclusivamente como trabalhador. São humanos praticamente adestrados como os cães de Pavlov. O filme mostra o preço que Hannah Arendt pagou por sua honestidade em desenvolver seu livre pensamento, sem se preocupar com as consequências. A partir da publicação do seu artigo sobre o julgamento de Eichmann e a explanação de que se tratava de uma pessoa medíocre, reduzida à condição de executor. Dessa forma, a filósofa angariou inimigos diversos e muito ódio. Para completar, Hannah Arendt responsabilizou as lideranças judaicas pela quantidade de judeus assassinados.
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