Filme Hannah Arendt

Filme

O filme Hannah Arendt traz um relato da história de Hannah que sendo de origem judaica, foi uma filósofa de grande influência no século XX e que vivenciou os horrores da perseguição nazista, durante o governo de Hitler. Isto mudou sua forma de pensar sobre o totalitarismo com relação a ideologia da mobilização de massa.

O filme apresenta ideias importantes para atualidade mostrando novos significados de possíveis tentativa de reorganização para a política em que o indíviduo está inserido e que tem que conviver no mesmo espaço e passa a aceitar o mundo da naturalidade da situação. Isto ocorre quando o indivíduo se esquiva de suas responsabilidades que lhe propõem a pensar e se posicionar, diante das regras e ordens que são propostas pela sociedade, lideranças, mídia etc.

O filme mostra o julgamento criminal do oficial nazista Adolf Eichmann, no qual Hannah participou de sua cobertura para a revista The New Yorker. Foi aqui que começou o drama de sua vida, pois nos artigos que ela apresentou o nazista não como a apresentação da maldade, como um monstro cruel; mas como um mero burocrata que buscava ascensão e ganhar dinheiro por meio de um sistema totalitário e que apenas executava ordens que recebia, não cogitando sobre as consequências de seus atos. Para Arendt, Eichmann era apenas um medíocre, incapaz de ser um monstro. As conclusões de Arendt causaram grande polêmica, inclusive entre seus próprios amigos, por ela ter minimizado o mal praticado por Eichmann e por outros nazistas.

Com o julgamento de Eichmann, Arendt extraiu fatos importantes que a levou escrever sobre a banalização do mal. É possível ver essa ideia de banalização do mal presente em suas falas como na cena em que ela diz ao oficial Eichmann que ele estava apenas cumprindo com o seu trabalho. "O mal cometido pelos homens sem motivo ou convicção, sem um coração perverso ou palavras demoníacas é o que eu chamo de 'banalidade do mal'".

Arendt refletiu sobre a ignorância da recusa de pensamento e da responsabilidade de cada um sobre seus próprios atos. Essas ideias trazem importantes reflexões para os dias atuais como um todo. Mas vale ressaltar os meios de comunicação, como as redes sociais, que têm transmitido discursos, anúncios e argumentos superficiais. Não se deve acatar tudo o que o indivíduo vê, é necessário um juízo ou questionamento a respeito das informações.

O filme leva a uma reflexão sobre a responsabilidade humana e o desafio de pensar e investigar o que se passa ao seu redor. A despeito das mudanças rápidas dos valores e transformação pela qual a sociedade vive, as ideias presentes no filme podem ser trazidas para o tempo atual. É o indivíduo quem constrói sua própria história. E pra tanto, dentro do direito e liberdade do mesmo, é preciso que haja consciência, respeito e responsabilidade.

REFERÊNCIA:

VON TROTTA, Margarethe. Hannah Arendt. França: Heimatfilm Gmbh, 2013.