Resenha Path of Glory

Desde o século XIX o barril de pólvora como era chamado a Europa, que tinha como pavio os Balcãs, dava indícios de que ia explodir. Em 28 de junho 1914, com a morte do príncipe Austro-Húngaro e sua esposa na Bósnia pelas mão de um estudante, Gavrilo Princip, um nacionalista bósnio a mando da Sérvia deu início à Grande Guerra. Os aliados de um lado formados por Inglaterra, França e Rússia contra os Impérios Centrais formados pelo Império Alemão, Áustro-Húngaro e o Reino da Itália (que mais tarde mudaria de lado e foi substituída pelo Império Otomano).

A primeira parte da Grande Guerra se deu pela guerra de movimento. E em setembro de 1914 aconteceu a primeira grande batalha da Guerra, A primeira batalha do Marne, França e Inglaterra X Alemanha. A Alemanha saiu derrotada e obrigada a recuar. A segunda parte veio com a guerra de posição onde surgiram as trincheiras.

Path of Glory se passa em 1916. Um general, Paul Mireau, influenciado com vista em uma promoção ordena ao Coronel Dax (protagonista) uma missão dita impossível: conquistar o “formigueiro” – posição em que estava o exército alemão – e para isso teria que atravessar a Terra de ninguém – território neutro entre as trincheiras – mesmo que levasse a inúmeras baixas em seu exército. Dax confronta seu superior apontando os riscos da missão, mas mesmo assim é obrigado a cumpri-la. Um fator importante para uma tropa eficiente é a sua moral estar em alta. Na cena em que o General chega nas trincheiras isso é evidente. Ele cumprimenta cada soldado e aqueles que são visto como prejudiciais para a moral da tropa (devido à trauma de guerra por exemplo) são descartados para não “contaminarem” outros soldados.

A missão fracassa. As tropas foram dizimadas e parte não conseguiu nem sair das trincheiras. O General então os acusa de covardia e leva à uma Corte Marcial três soldados aleatórios escolhidos por comandantes da divisão do Coronel Dax para servir de exemplo à tropa aumentando a moral. A hierarquia é o fator decisivo. Dax age como advogado de defesa e faz de tudo ao seu alcance para provar a inocência de seus homens. Um coronel não tem mais poder que um General. Dax então perde e seus soldados recebem a pena de morte por fuzilamento.

Dax passa ao longo do filme criticando o porquê de se fazer a guerra e até aonde aquilo estava levando o ser humano, soldados não são vistos como pessoas. Com o tempo se percebe que ele vê que a raça humana não tem mais jeito. No final do filme, com a sequência da moça alemã cantando no bar enquanto os soldados gritam e assobiam como se não estivessem em uma guerra e Dax está do lado de fora observando, mas aos poucos a gritaria e os assobios param e lágrimas começam a surgir. Nesse momento se percebe que por mais baixo que se chegue a raça humana ela é inerentemente sensível, bondosa, assim como o Coronel Dax ao longo do filme.