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Revoulução Dos Estados Unidos

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Por:   •  30/5/2014  •  5.441 Palavras (22 Páginas)  •  293 Visualizações

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CAPÍTULO XI

AS REVOLUÇÕES ESTADOS UNIDOS E FRANÇA NO SÉCULO XVIII

1. A Independência dos EUA

Introdução

O rompimento dos laços coloniais efetuados pela Independência dos Estados Unidos da América do Norte foi um marco para todo o ocidente. Essa ruptura marcaria profundamente o processo de fim do Antigo Regime.

Muitos indicam essa independência como sendo uma Revolução e, em muitos sentidos, foi de fato. Muitas coisas eram novas, inclusive um pais nascido de um processo de colonização, um Estado Republicano, sem reis e majestades, uma democracia representativa, que deveria garantir que a vontade da maioria prevalecesse nesse Estado.

A formação do Estado norte-americano pode ser vista como diferenciada desde os primórdios da colonização das 13 Colônias (maneira que era chamada a colônia inglesa na América). Mas não devemos considerar que essa diferença residia no fato de que a Inglaterra desejava fazer uma ''colônia de povoamento” em oposição aos outros Estados colonizadores europeus quo faziam "colônias de exploração”.

Toda colônia existia, por definição, para dar lucros à metrópole, independentemente da maneira que esse lucro se realizaria. O ideal era que a colônia tivesse como produzir mercadorias complementares as mercadorias produzidas pela metrópole, assim ela poderia comprar da metrópole e vender para esta dentro do Pacto colonial, que obrigava a colônia a somente comercializar com sua metrópole, potencializando lucros.

No caso das 13 Colônias, havia uma divisão de potencial de explo¬ração e essa divisão não era humana, mas sim é gerada pelo clima. As colônias mais ao norte tinham clima muito parecido com a Europa, não podendo, portanto, ser usadas como fonte de produtos complementares, as do sul tinham todas as características para uma exploração colonial e assim ocorreu.

Nas Colônias do Norte existiam pequenas propriedades e a maior parte da mão de obra utilizada era livre. Somente madeira, apetrechos de pesca e navais atraiam o interesse europeu. Já as do Sul eram baseadas no sistema que deu conhecido como plantation, isso significa que eram colônias com latifúndios (grandes extensões de terra com um só proprietário), monocultores (que plantavam basi¬camente um só produto), exportadores (a produção era realizada com vistas exclusivamente para a exportação), escravocratas.

Mas, se a colônia tinha por objetivo dar lucros à Metrópole, por que colonizar o Norte das 13 Colônias? O lucro advindo dessa coloni¬zação era político. Por muito tempo, as Colônias do Norte foram para¬deiro final de grupos e pessoas não desejadas e/ou insatisfeitas com a politica ou religião na Inglaterra. As 13 Colônias do Norte eram, portanto, uma excelente válvula de escape que minimizavam as pressões politicas na Metrópole.

As Colônias do Norte, não por falta de legislação impeditiva, mas por total descumprimento ou condições de efetividade, tinham um desenvolvimento comercial que ultrapassava os limites da Colônia Inglesa. Esse fato, somado ao tipo de colono que foi para lá, fez com que a população da chamada “Nova Inglaterra” tivesse características peculiares que demonstravam uma tendência muito forte à indepen¬dência. Isso pode ser visto na Declaração assinada pelos primeiros colonos:

“Nós, cujos nomes se seguem, que, pela glória de Deus, o desenvolvimento da fé cristã e a honra de nossa pátria, compreendemos estabelecer a pri¬meira colônia nestas margens afastadas, convi¬mos. Por este meio, por consentimento mútuo e solene, e perante Deus, formar-nos em corpo de sociedade política, com o fim de nos governarmos e de trabalhar pela consecução de nossos objetivos; e, em virtude deste contrato, concordamos em promulgar leis, atos, ordenações, e em insti¬tuir, segundo a necessidade, magistrados aos quais prometemos obediência e submissão.”

Bruckberger sustenta a tese de que, em tendo sido uma colonização basicamente de puritanos, essa gente e suas características principais teriam dado esse tom de independência desde o inicio. Pois, para ele:

“Não faziam qualquer distinção entre liberdade metafísica e liberdade política. Se Deus tinha criado o homem livre, era um escândalo e sacri¬légio, uma ofensa a Deus, negar essa liberdade aos homens, em qualquer setor, inclusive o politico. É com efeito nesse plano místico e prático da liberdade política que estão a descoberta e a glória dos puritanos. É esse, essencialmente, o conteúdo da sua utopia, é a grande revelação original que trouxeram ao mundo e sobre a qual ainda hoje a América se baseia.”

A partir do século XVIII, o comércio das 13 Colônias chegou a tal ponto que passou a concorrer com o comércio inglês e, indubitavel¬mente, era o último papel reservado a uma colônia. Essa concorrência gerou atritos que engendraram uma necessidade, na Metrópole, de colocar a colônia no seu devido lugar, ou seja, como economia subordinada, com vistas a dar lucros á Metrópole.

Além desses atritos, a Inglaterra havia saído de uma guerra com a França (a Guerra dos Sete Anos - 1756/1763) e, embora vitoriosa, teve enormes gastos com a campanha militar e desejava que a colônia contribuísse para cobrir esse problema orçamentário.

Taxas foram aumentadas como a do açúcar (Sugar Act de 1764) e a do selo (Stamp Act de 1765 - que exigia que todos os documentos fossem selados bem como jornais, baralhos etc. A renda obtida no pagamento desses selos iria para o governo inglês). Essas medidas, além de visarem cobrir despesas, eram também uma forma de retalia¬ção contra os colonos que, na Guerra dos Sete Anos, ajudaram os Franceses.

A reação dos colonos foi imediata, já em 1765 reuniram-se em No¬va Iorque (Congresso da Lei do Selo) e decidiram boicotar o comércio inglês. Os comerciantes ingleses então pressionaram o Parlamento, e a lei do Selo foi revogada, e a taxa do açúcar, reduzida.

Outras tentativas inglesas foram engendradas e todas tiveram respostas rápidas e seguras; a crise eclodiu em 1773 com a Lei do Chá (Tea Act), que dava monopólio desse comércio à Companhia das Índias Orientais. A companhia ficaria responsável pelo transporte do chá diretamente das Índias para a América. Além do prejuízo óbvio para os colonos norte-americanos, quem poderia garantir que tal atitude não se estendesse a outros produtos?

No porto de Boston, comerciantes mal disfarçados de índios des¬truíram a carga de três navios carregados de chá, e a Inglaterra reagiu com as Leis Intoleráveis,

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