Slide De Coem
Artigos Científicos: Slide De Coem. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: debora450 • 2/3/2014 • 2.108 Palavras (9 Páginas) • 326 Visualizações
Políticas Sociais e Ambientais
Portifdolio 01
Marilena Chauí
P.219 As três formas da alienação social;
As três formas da alienação social
Podemos falar em três grandes formas de alienação existentes nas sociedades
modernas ou capitalistas:
1. A alienação social, na qual os humanos não se reconhecem como produtores
das instituições sociopolíticas e oscilam entre duas atitudes: ou aceitam
passivamente tudo o que existe, por ser tido como natural, divino ou racional, ou
se rebelam individualmente, julgando que, por sua própria vontade e inteligência,
podem mais do que a realidade que os condiciona. Nos dois casos, a sociedade é
o outro (alienus), algo externo a nós, separado de nós, diferente de nós e com
poder total ou nenhum poder sobre nós.
2. A alienação econômica, na qual os produtores não se reconhecem como
produtores, nem se reconhecem nos objetos produzidos por seu trabalho. Em
nossas sociedades modernas, a alienação econômica é dupla:
Em primeiro lugar, os trabalhadores, como classe social, vendem sua força de
trabalho aos proprietários do capital (donos das terras, das indústrias, do
comércio, dos bancos, das escolas, dos hospitais, das frotas de automóveis, de
ônibus ou de aviões, etc.). Vendendo sua força de trabalho no mercado da
compra e venda de trabalho, os trabalhadores são mercadorias e, como toda
mercadoria, recebem um preço, isto é, o salário. Entretanto, os trabalhadores não
percebem que foram reduzidos à condição de coisas que produzem coisas; não
percebem que foram desumanizados e coisificados.
Em segundo lugar, os trabalhos produzem alimentos (pelo cultivo da terre dos
animais), objetos de consumo (pela indústria), instrumentos para a produção de
outros trabalhos (máquinas), condições para a realização de outros trabalhos
(transporte de matérias-primas, de produtos e de trabalhadores). A mercadoriatrabalhador
produz mercadorias. Estas, ao deixarem as fazendas, as usinas, as
fábricas, os escritórios e entrarem nas lojas, nas feiras, nos supermercados, nos
shoppings centers parecem ali estar porque lá foram colocadas (não pensamos no
trabalho humano que nelas está cristalizado e não pensamos no trabalho humano
realizado para que chegassem até nós) e, como o trabalhador, elas também
recebem um preço.
O trabalhador olha os preços e sabe que não poderá adquirir quase nada do que
está exposto no comércio, mas não lhe passa pela cabeça que foi ele, não
enquanto indivíduo e sim como classe social, quem produziu tudo aquilo com seu
trabalho e que não pode ter os produtos porque o preço deles é muito mais alto
do que o preço dele, trabalhador, isto é, o seu salário.
Apesar disso, o trabalhador pode, cheio de orgulho, mostrar aos outros as coisas
que ele fabrica, ou, se comerciário, que ele vende, aceitando não possuí-las,
como se isso fosse muito justo e natural. As mercadorias deixam de ser
percebidas como produtos do trabalho e passam a ser vistas como bens em si e
por si mesmas (como a propaganda as mostra e oferece).
Na primeira forma de alienação econômica, o trabalhador está separado de seu
trabalho – este é alguma coisa que tem um preço; é um outro (alienus), que não
o trabalhador. Na segunda forma da alienação econômica, as mercadorias não
permitem que o trabalhador se reconheça nelas. Estão separadas dele, são
exteriores a ele e podem mais do que ele. As mercadorias são igualmente um
outro, que não o trabalhador.
3. A alienação intelectual, resultante da separação social entre trabalho material
(que produz mercadorias) e trabalho intelectual (que produz idéias). A divisão
social entre as duas modalidades de trabalho leva a crer que o trabalho material é
uma tarefa que não exige conhecimentos, mas apenas habilidades manuais,
enquanto o trabalho intelectual é responsável exclusivo pelos conhecimentos.
Vivendo numa sociedade alienada, os intelectuais também se alienam. Sua
alienação é tripla:
Primeiro, esquecem ou ignoram que suas idéias estão ligadas às opiniões e
pontos de vista da classe a que pertencem, isto é, a classe dominante, e
imaginam, ao contrário, que são idéias universais, válidas para todos, em todos
os tempos e lugares.
Segundo, esquecem ou ignoram que as idéias são produziproduzidas por eles para
explicar a realidade e passam a crer que elas se encontram gravadas na própria
realidade e que eles apenas as descobrem e descrevem sob a forma de teorias
gerais.
Terceiro,
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