TRABALHO SOBRE REALISMO: AS PERSPECTIVAS DOMINANTES
Por: Nuno Cruz • 28/1/2016 • Resenha • 671 Palavras (3 Páginas) • 499 Visualizações
REALISMO
As perspetivas dominantes no campo das relações internacionais lidam todas com o fato do poder, e todas se confrontam com as teorias, a maior parte das vezes desdobradas ou complementadas por doutrinas que procuram racionalizar tais relações ou torna-las coerentes com um sistema de valores.
O realismo orienta-se pela convicção de que o interesse nacional deve ser suficientemente forte para o poder se então usado em nome dos valores.
Podemos portanto dividir a teoria realista em quatro princípios:
Anarquia Internacional – O ponto de partida do realismo é a ideia de anarquia internacional.
Para o Realismo, a inexistência de um Levitatão, ou seja, uma força superior que imponha a lei e garanta uma determinada ordem, implica que, em última instância, os participantes no sistema internacional dependam apenas de si próprios para a sua sobrevivência.
Isto é, a guerra de ‘’todos contra todos’’ é apenas potencial, mas serve para sublinhar a terrível solidão que os atores políticos enfrentam na cena internacional. Podemos delinear este argumento com o fato de que as alianças podem ser conjunturais ou podem ter alguma continuidade no tempo, mas nunca podem ser consideradas eternas.
O sistema internacional conjuga a anarquia formal- inexistência de uma potência suprema- com a oligarquia na prática porque a hierarquia de poder sublinha a importância de um pequeno grupo de países que são muito mais fortes do que os outros e que organizam o sistema internacional segundo os seus interesses.[pic 1]
Estatocentrismo – A condição de anarquia internacional distingue claramente entre o sistema político internacional e sistemas políticos nacionais. No primeiro não há um Leviatão, já no segundo existe.
No sistema internacional os Leviatãos são, eles próprios, os atores internacionais, formalmente iguais entre si, pois nenhum reconhece uma autoridade superior e todos aceitam o princípio jurídico de igualdade soberana e na prática estão organizados de acordo com o seu poder e com o seu lugar nas balanças de poder internacionais.
Isto significa que na visão realista os participantes no sistema internacional são apenas os Estados (os Leviatãos) sendo que qualquer outra entidade, desde o indivíduo a organizações internacionais, não passa de um ator virtual no palco internacional: pode aparentar ter alguma autonomia e vontade própria, mas não passa de um agente ao serviço de um Estado ou de um conjunto de Estados (ex.: a Organização das Nações Unidas é vista como um órgão que funciona ou não conforme o jogo de interesses dos Estados dominantes a qualquer momento).
Enfoque sobre o poder – A política internacional, tal como toda a política, é considerada um jogo que consiste no uso de poder e na procura de poder, sendo que, nas análises realistas, o poder é simultaneamente o objetivo e o instrumento da participação no sistema internacional.
Rejeição do normativo – Uma das ideias de Maquiavel que o Realismo mais costuma citar é a noção de que o ponto de partida para o estudo e para a intervenção política deve ser a coragem de refletir sobre como as coisas são e não perder tempo com uma reflexão sobre como deveriam ser.
O Realismo rejeita o normativo a favor de uma análise fria da realidade, no entanto é óbvio que esta posição contém importantes dificuldades filosóficas: a inevitável subjetividade dos nossos olhares não admite uma simples separação entre aquilo que é e aquilo que deveria ser.[pic 2]
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