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Teoria da Dependencia

Por:   •  27/5/2017  •  Trabalho acadêmico  •  1.245 Palavras (5 Páginas)  •  332 Visualizações

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A teoria da dependência: Balanço e Perspectivas

Theotonio dos Santos Júnior nasceu no dia 11 de novembro de 1936 na cidade de Carangola, em Minas Gerais. Graduou-se no ano de 1961 em sociologia, política e administração pública na Faculdade de Economia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Entre os anos 1960 a 1966 estudou profundamente o marxismo. Em decorrência do golpe militar, ocorrido em 1964, exila-se no Chile e, em 1974, fugindo novamente do regime militarista, foge para o México. Foi durante este período conturbado vivenciado na política que o autor formula a teoria da dependência e avança para a construção da “teoria do sistema mundial”, que vislumbra como uma fase superior da teoria da dependência.

O autor inicia sua tese relatando o colapso do colonialismo dado ao enfraquecimento das grandes potências no pós-guerra e detalha como as ex-colônias fortalecem o desejo de independência política, econômica e o fim do intervencionismo em seus territórios após isto. Surge aqui, como fruto das ciências sociais modernas, a “teoria do desenvolvimento”, responsável por conceber o desenvolvimento das sociedades consideradas pré-capitalistas com a incorporação de normas comportamentais, atitudes alinhadas com a racionalidade econômica moderna caracterizada, por sua vez, pela produtividade máxima que visa a acumulação de capital. Como legado, criou-se indiretamente o ideal da “superioridade” da Europa e Estados Unidos, reproduzindo um objetivo ilógico a ser alcançado pelas ex-colônias - consideradas atrasadas nos campos político, econômico e social. Este suposto “atraso” dos países subdesenvolvidos era explicado, simplificadamente, pelas dificuldades ao seu pleno desenvolvimento e pela expropriação de excedentes econômicos exercida pelas economias desenvolvidas.

Nos anos 60, surgiu a “teoria da dependência”, traduzindo o desenvolvimento e o subdesenvolvimento como o resultado do capitalismo, do qual está inserido em um sistema mundial que produzia dubiamente o desenvolvimento e o subdesenvolvimento. Além do mais, ao utilizar uma visão neomarxista o problema explicito é que, mesmo com a superação do domínio colonial, o imperialismo euro-norte-americano mudou apenas de face frente a necessidade de se preservar e relaciona o subdesenvolvimento com a expansão dos países industrializados a passo que não deve ser considerado como condição necessária para um processo evolucional. Neste ponto, o argumento defendido por Theotonio opõe-se ao de Celso Furtado, que expõe a necessidade de se desenvolver para superar a pobreza. Em contrapartida, o autor da obra defende sensatamente que a saída do subdesenvolvimento não seria o suficiente para tal proeza, devido a branda dependência existente entre os países da periferia em relação aos centrais.

Logo, o autor, para sustentar a sua visão e demonstrando a acumulação de novas propostas de cunho social responsável por iniciar um campo teórico próprio, utiliza do conhecimento intelectual de autores marxistas que, assim como ele, defendem a teoria da dependência. A obra, então, avança com referências ao: André Gunder Frank, Caio Prado Junior, Falleto, Gilberto Freire, o já mencionado Celso Furtado, entre outros autores no decorrer da leitura.

Presumivelmente, a teoria da dependência foi sendo aperfeiçoada ao longo do tempo, até alcançar a formação e evolução do capitalismo como uma economia mundial. Theotonio tece naturalmente uma linha de raciocínio fundamentada em fragmentos de conhecimento de outros autores importantes, com destaque ao Bjorn Hettne, e de sua própria autoria pretendendo facilitar o entendimento da teoria do sistema-mundo. Esta teoria, por sua vez, delimita a existência de um centro, uma periferia e uma semiperiferia, além de destacar o sistema capitalista de produção como um sistema cíclico de relações econômicas, sociais e culturais. Este conhecimento transposto na obra ao leitor é imprescindível para a plena assimilação das várias correntes internacionais e do processo de globalização a fim de compreender a evolução da ciência social como parte de um processo global.

Na segunda parte do livro, Theotonio enquadra a sua tese no desenvolvimento e dependência a partir do pensamento social Latino Americano retomando a formação da sociedade e de sua estruturação econômica. Seguindo este caminho, o autor relativiza a percepção derrotista de seu atraso em comparação à Europa devido uma dicotomia entre moderno e o arcaico, enquadrando-a na ideologia positivista equivocada defendida pela classe média. Posteriormente, desenvolve-se a CEPAL (Comissão Econômica para a América Latina das Nações Unidas) que, segundo o autor: “vai dar um fundamento de análise econômica e um embasamento empírico, assim como um apoio institucional,

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