A Teoria da Dependência
Por: Gabriela Machado • 7/11/2019 • Resenha • 534 Palavras (3 Páginas) • 181 Visualizações
A problemática da desigualdade escolhida para ser abordada neste trabalho é um dos fenômenos que pode ser objeto de estudo das várias ciências. Por ser uma questão passível de ser relacionada à diversos eixos de problematização como econômico, cultural, estrutural é capaz de ser enquadrada sob diversos viés e com inúmeras bases de fundo para tentar ser explicada e chegar mais próximo de ser desvendada.
Foram vários estudiosos analisados até aqui durante a disciplina de Pensamento Jurídico Político Brasileiro e através de suas obras podemos verificar como são extensas as maneiras de compreensão à cerca da mesma temática. Quando não por meio de conceitos e análises feitas por meio de ênfase em aspectos culturais como Sérgio Buarque de Holanda em “Raízes do Brasil” com a apresentação do “homem cordial” e a sua relação ao povo brasileiro, ou os conceitos de patrimonialismo e suas entrelinhas numa sociedade de estamentos na obra de Raymundo Faoro, estão as obras que enfocam a estrutura para explicar um fato da realidade.
A Teoria da dependência, obra de Theotônio dos Santos é um exemplo de análises com enfoque teórico baseado nas estruturas econômicas que busca entender obstáculos que se davam à plena implantação da chamada modernidade nos países com enfoque nos países periféricos e a partir de uma visão crítica da sua relação com os países centrais majoritariamente da Europa e os EUA. Também, como Caio Prado Júnior, em “Formação do Brasil contemporâneo”, Florestan Fernandes em “Capitalismo dependente e classes sociais na América Latina” apresentam argumentos de aspectos mais ligados a organização econômica.
Contudo, esse período do trabalho tem por objetivo relacionar brevemente o problema da desigualdade econômica na perspectiva do Brasil como país mais extenso da América Latina sob a matriz teórica sobre a Teoria da Dependência. Assim, compreender como o problema é explanado pelas demais vertentes bem como a possível solução apresentada pelos eixos teóricos em questão.
A origem da Teoria da Dependência se dá no início dos anos de 1960, inicialmente com ideias de um argentino Raul Prebisch e outros teóricos. A teoria se dá em um tempo em que abrangeu diferentes reflexões da pesquisa social na américa Latina. O contexto do seu surgimento se dá no período pós Segunda Guerra Mundial em que observar a perspectiva econômica local em contraponto as relações com o resto do mundo. Vale colocar que a Teoria da Dependência surge quando uma outra teoria até então mais evidente começa a perder força ideológica, a chamada Teoria do Desenvolvimento. Essa teoria, propunha que a superação do domínio colonial se daria a partir de uma espécie de linha da evolução. Na ponta dessa “linha” estaria o pleno desenvolvimento dos mecanismos produtivos e ali estavam os países avançados trazendo. Isso, transpassa a ideia de que o processo econômico que se deram nesses países decorria de uma fórmula geral pelo qual, logicamente todos os outros países poderiam passar para então atingir seu ápice do evolucionismo através do devido esforço e adequações necessárias. Sendo assim, percebe-se uma separação ideológica entre o que seria o desenvolvido e o subdesenvolvido, ou também no mesmo sentido a pré modernidade e a modernidade. Segundo o cientista social brasileiro, Ruy Mauro Marini, o qual foi um dos elaboradores
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