A ANTROPOLOGIA CULTURAL
Por: Dayanna Alves • 11/4/2018 • Resenha • 1.044 Palavras (5 Páginas) • 381 Visualizações
ACULDADE EVANGÉLICA DE TECNOLOGIA, CIÊNCIA E BIOTECNOLOGIA- FAECAD
CURSO DE TEOLOGIA
ANTROPOLOGIA CULTURAL
- RESENHA CRÍTICA -
A presente resenha trata da análise crítica da obra: O que é etnocentrismo? entre as páginas 10 à 55. A obra em análise foi escrita por Everaldo Rocha e publicada no Brasil em 1994, pela Editora Brasiliense.
O autor divide esta obra em cinco capítulos, nos quais mostra a árdua motivação para superar a visão etnocêntrica, aplicando a ideia de relativização cultural. O livro trás no centro da discussão diferentes interpretações do conceito de cultura e aborda a visão de mundo dos pesquisadores desde as primeiras conceituações antropológicas até chegar à luz dos conceitos dos pesquisadores do século XX, os quais, paulatinamente, exorcizam o fantasma do etnocentrismo dentro da antropologia.
Ao nos depararmos com o primeiro capítulo, Everaldo conceitua o termo "etnocentrismo", aborda o choque que envolve a descoberta do "outro" e disserta sobre o conceito de relativização.
Para o autor, o etnocentrismo é a avaliação ou julgamento que um indivíduo ou grupo faz de um outro grupo ou indivíduo, a partir de seus próprios valores e costumes, tendo pois, dificuldade de lidar com a diferença e abandonar seus preconceitos. Por outro lado, a esse tipo de observação equivocada, Everaldo demonstra o conceito de relativização, que é o esforço para compreender o “outro” em sua própria realidade, sem se utilizar de estereótipos e/ou preconceitos. Quando se compreende que não há hierarquia nas diferenças, passa-se fazer a análise correta, pois esta visão de mundo muda de acordo com os olhos de quem o vê e que nossos valores não são absolutos, assim sendo, não são aplicáveis a todos os outros homens.
O segundo capítulo, trata do caminho percorrido pela Antropologia para superar a forma etnocêntrica de conceber o "outro". Para melhor compreensão dessa trajetória, Rocha faz um passeio pela história e chega ao séc. XVI, onde descreve à sensação de perplexidade ocasionada pela descoberta da existência de novos povos. Essa estranheza, intelectualmente, vai cedendo espaço para novas concepções sobre o "outro". Assim sendo, na Antropologia surge uma corrente de observação denominada “Evolucionismo Social”. Este em união com o “Evolucionismo Biológico”, dita que o homem está em processo contínuo de desenvolvimento e que, a cada etapa, ele se torna superior ao que era anteriormente. Nesta análise do autor, o "outro" é diferente porque se encontra em um estágio inferior de civilização. Nessa concepção há uma única história da humanidade e todos caminham de maneira linear rumo ao progresso. Dessa forma, de acordo com a teoria, há a coexistência de diferentes graus de evolução, cuja mediadora é a cultura, dividida em várias partes em repartições. Em contrapartida, mesmo repleto de visões etnocêntricas ao se esforçar para se enquadrar na sociedade do “outro” na visão da sociedade do "eu", essa teoria foi importante pois trouxe o legado de considerar o “outro” como também humano. Ou seja, ao considerar que tanto as sociedades "primitivas" quanto as "civilizadas" possuem a mesma "natureza", o "outro" é retirado da categoria animal e recebe o status de "humano".
Seguindo a análise da obra em questão, o terceiro capítulo trata do surgimento de teorias que agregam à Antropologia novas concepções e problematizações. Rocha cita Franz Boas e explicita o legado primordial que o autor citado deixou, visto que foi o primeiro a defender o estudo dos povos de acordo com suas particularidades. Ao compreender que:cada sociedade tem sua própria dinâmica e característica, Boaz desenvolve uma nova maneira de pensar a cultura do “outro”. Embora tenha reduzido o estudo da cultura a apenas alguns de seus aspectos (cultura e linguagem, cultura e personalidade, cultura e ambiente), a sua teoria difusionista foi muito importante no começo do século XX para compreender a diversidade
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