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A EDUCAÇÃO ESCOLAR INDÍGENA E INCLUSÃO

Por:   •  5/9/2021  •  Trabalho acadêmico  •  5.651 Palavras (23 Páginas)  •  151 Visualizações

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ARTIGO ORIGINAL

ALDUINO, Camila Campos Vizzotto [1], PEREZ, Marcia Cristina Argenti [2]

ALDUINO, Camila Campos Vizzotto. PEREZ, Marcia Cristina Argenti. Brincar, Brinquedos E Relações De Gênero Na Prática Docente Da Educação Infantil. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 06, Ed. 05, Vol. 13, pp. 47-64. Maio de 2021. ISSN: 2448-0959, Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/educacao/relacoes-de-genero

Contents [hide]

  • RESUMO
  • 1. INTRODUÇÃO
  • 1.1 O ATO DE BRINCAR E AS BRINCADEIRAS
  • 1.2 ALGUMAS CONTRIBUIÇÕES HISTÓRICAS E CULTURAIS
  • 1.3 AS RELAÇÕES DE GÊNERO
  • 2. METODOLOGIA
  • 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
  • 3.1 SOBRE AS OBSERVAÇÕES NA ETAPA DA EDUCAÇÃO INFANTIL – CRECHE
  • 3.2 SOBRE AS OBSERVAÇÕES NA ETAPA DA EDUCAÇÃO INFANTIL – PRÉ-ESCOLA
  • 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
  • REFERÊNCIAS

RESUMO

Os brinquedos e as brincadeiras fazem parte do cotidiano escolar na Educação Infantil e está presente na rotina escolar para esta faixa etária. Este trabalho objetiva discutir as práticas de educadoras sob o aspecto das relações de gênero. A metodologia utilizada foi a observação psicológica realizada dentro das oito instituições escolares de Educação Infantil em uma Rede Municipal de Educação de uma pequena cidade do interior de São Paulo, Brasil. Como resultados, temos uma ausência de intervenções na etapa inicial creche, enquanto para a etapa da pré-escola, há intervenções de maneira punitiva ou o desviar para outra atividade. Com isso, as concepções intrínsecas e psíquicas, bem como as concepções arraigadas historicamente parecem estar ainda presentes e continuam a formalizar conceitos errôneos sobre o tema. Desta forma, a formação de educadores se faz necessária e urgente neste contexto a fim de evitar a perpetuação de tabus e preconceitos.

Palavras-chave: Gênero, Educação infantil, Brincar, Docência.

1. INTRODUÇÃO

O ato de brincar e os brinquedos estão intimamente relacionados ao mundo infantil e suas particularidades. Na educação Infantil, o brinquedo está inserido em todos os espaços escolares, desde a etapa mais inicial, o berçário. Para além dos brinquedos como objeto físico, as brincadeiras é um elemento de extrema importância para o desenvolvimento como um todo das crianças.

Diante disso, este trabalho objetiva refletir e discutir sobre as ações de educadoras no ambiente escolar, especificamente sobre as práticas e intervenções propiciadas às crianças em relação ao ato de brincar e aos brinquedos sob o aspecto das relações de gênero.

1.1 O ATO DE BRINCAR E AS BRINCADEIRAS

Ao pensarmos no ato de brincar, é comum associarmos com algo recreativo e divertido. Porém, sabemos que o ato de brincar vai muito além disso. É conhecimento comum que o brincar é de extrema e fundamental importância para o desenvolvimento das crianças e Finco (2003) contribui ao descrever sobre a constante curiosidade das crianças e a necessidade de conhecer o mundo, em que as brincadeiras as fazem ter novas experiências, buscando sempre sensações de prazer.

Ao levar em consideração a dimensão social, Brougère (1998) descreve que o brincar é “[…] uma atividade dotada de significação social precisa que, como outras, necessita de aprendizagem” (BROUGÈRE, 1998, p. 20). Seguindo a idéia de que o aprendizado se dá por interações, Vygostky (1984) postula que a brincadeira pode ter papel fundamental no desenvolvimento da criança.

Em uma perspectiva distinta, ainda que o criador da psicanálise não tenha se debruçado pelo mundo infantil, Freud (1920/2016) narra uma experiência particular com seu neto e descreve que a brincadeira, para a criança, possibilita a criação de um mundo particular e próprio, na tentativa de dispor a emoção de maneira mais agradável.

No início do século XX, Melanie Klein abre novos caminhos para a análise e compreensão do mundo interno infantil, introduzindo a noção de brincar como a forma de comunicação e acesso ao mundo psíquico das crianças:

Ao interpretar não apenas as palavras das crianças, mas também suas atividades com seus brinquedos, apliquei este princípio básico à mente da criança, cujo brincar e atividades variadas – na verdade, todo o seu comportamento – soa meios de expressar o que o  adulto expressa predominantemente através de palavras (KLEIN, 1957/1991, p. 151).

Com isso, a autora nos esclarece que as brincadeiras são os meios utilizados pelas crianças no intuito de expressarem seu mundo interno e psíquico, cuja compreensão desta forma particular de comunicação, traduzem seus pensamentos, sentimentos, emoções, angústias, alegrias, medos e enfim, todo o seu conteúdo latente da vivência infantil. Ainda de acordo com Klein (1932/1981), as brincadeiras, juntamente com as devidas e adequadas interpretações, proporcionam efeitos imensuráveis ao psiquismo das crianças, com significativos efeitos na construção do desenvolvimento como um todo.

Igualmente, ao refletirmos sobre as postulações de diversos autores sobre a importância e necessidade dos aspectos afetivos e emocionais correlacionados ao desenvolvimento social e cognitivo, o ato de brincar e as brincadeiras, ao cumprirem com suas funções psíquicas, contribuem significativamente para o desenvolvimento destes aspectos.

Desta maneira, podemos verificar que o ato de brincar e as brincadeiras não são meramente atos recreativos e divertidos e que sua dimensão se mostra muito maior ao considerarmos todas as suas possibilidades, funcionalidades e contribuições, as quais perpassam pelo desenvolvimento social, psicológico e intelectual.

1.2 ALGUMAS CONTRIBUIÇÕES HISTÓRICAS E CULTURAIS

Após a Reforma Protestante que ocorreram durante os séculos XVI até o XVIII, segundo Ribeiro (2005), uma nova ordem moral, e sexual, se impôs contra a liberdade sexual que se tinha até então durante a Idade Média. Desta forma, o sexo passou a ser controlado, submetido a regras e normas.

Corroborando com esta ideia, Garton (2009), nos recorda que a repressão sexual se fez extremamente forte no século XIX, sendo um período de moralismo e movimento puritano. Ussel (1980) na tentativa de formular as hipóteses da causa dessa repressão, a descreve como ‘síndrome anti-sexual’.

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