O Estudo de Caso Intolerância Religiosa
Por: ter20 • 5/7/2021 • Resenha • 3.582 Palavras (15 Páginas) • 211 Visualizações
Estudo de caso.
Estudo de caso. Intolerância Religiosa.
A intolerância tem como definição um ato intelectual e psíquico caracterizado pela falta de habilidade em reconhecer e respeitar as diferenças em crenças a partir ponto de vista do outro. Num sentido político e social, a intolerância é a ausência de disposição para aceitar o diferente, seja por medo ou falta de conhecimento.
Para entender sobre a intolerância religiosa nos dias atuais, temos que nos reportar ao passado. Até o surgimento do cristianismo, a única religião monoteísta era a judaica, que por muito tempo foi um povo nômade, e por onde passava ia falando sobre sua crença e assim agregando mais uma crença ao local por onde passava ou por vezes causando conflito.
Temos fontes históricas que relatam que desde a Idade da Pedra, o homem já possuía uma crença no divino no desconhecido, muitas vezes ligado a morte e seus sistemas funerários, na antiga Mesopotâmia, com os povos mesopotâmicos temos relatos de como funcionava esse sistema religioso, a crença, o divino e o místico era algo único na sociedade, não era como nos dias atuais laico ou religioso, esse sistema só passou a sofrer algumas mudanças no império romano com a influência da filosofia grega.
Nos povos mesopotâmicos, o divino e o poder político na figura do rei ou do soberano, que também era comandante de exército e juiz, recebendo todo esse poder do deus de sua crença, era aceito, respeitado e honroso participar dessa estratificação social, essa forma de sociedade era a única, ninguém questionava sua condição.
No Egito antigo, isso era tão fortemente acreditado que um servo, mesmo na crença do pós morte ele tinha a certeza que seria um servo, como o faraó tinha plena convicção do seu reinado eterno.
Entre os vários acordos como, o de comércio, tratados de paz, tratados de guerra, alianças através de casamento, alianças entre reinos, tratados de impostos, havia um tratado religioso que era aceito de forma irrefutável por todos os povos, aproximadamente em 539 a.C com a queda da Babilônia, tomada pelo Império persa, foge a essa regra o Egito devido a sua localização, até a Chegada do Império Romano, 50 a.C.
Sempre que um exército conseguia conquistar uma nação, um povo, um reino a primeira atitude era colocar literalmente a estátua do seu deus protetor no templo sagrado da nação conquistada, no caso o Zigurate ou outros templos de adoração, algumas vezes a antiga estátua que representava o deus da nação conquistada era posta de lado tentando uma possível convivência pacífica, mas na maioria das vezes eram totalmente destruídas, isso para mostrar a total dominância sobre o povo conquistado, era uma forma de desestabilizar seu sistema de crença, pois eles atribuíam um grande poder a esse deus e agora vê-lo dominado ou destruído deixava as mentes fragilizadas e assim era possível começar uma nova ordem e governo.
Lembrando que apesar da dor de ver seu deus destruído e seus entes mortos na batalha esse povo conquistado também consentia com a estratificação social e a aceitava como algo divino.
Na Grécia Antiga e durante a acessão e queda do Império Romano que houve um certo sincretismo religioso, pois o Império Romano se tornou tão grande que foi além, do continente europeu chegando a Ásia ocidental e África, com isso o sistema de destronar deuses cedeu ao sistema de sincretismo religioso, até a união e fusão com o Cristianismo, no ano de 313 d.C, onde o imperador Constantino deu liberdade de culto aos cristãos e, a partir de então, o cristianismo passou a agregar novos adeptos em Roma, tornando-se a religião oficial do Império Romano em 390, isso já no inicio da Idade Média.
Até este período a palavra religião não existia, para definir esse novo culto que seria toda a base de um período onde a religião se tornaria a mão forte de todo um sistema de governo liderando reis, economia, todos os princípios morais, influenciando a música, a arte, a literatura, estratificando o sistema social que junto ao poder político vai surgir essa nova palavra, que tem como significado, conexão, ligar, religar, lembrando que tudo que conecta precisa de um agente.
Vejamos o significado e a semelhança da palavra religião em várias línguas, religião no português brasileiro, religio na língua inglesa, religion na língua alemã (no periodo eram os bárbaros), religione na língua italiana (falava o latim Lácio) e no espanhol religión, lembrando que a língua oficial do Império Romano até sua queda era língua grega, o latim era a língua oficial de Roma, que se estendeu a uma boa parte da Idade Média influenciando na formação dos países europeus e quando você passa uma palavra, um signo linguístico, você passa junto um conceito, nesse caso o mesmo sentido que os antigos povos mesopotâmicos e egípcios entendiam, a conexão espiritual só se da através de todo um sistema religioso.
Aquí podemos entender que a religião, a pesar de ter um papel importante na sociedade, trazendo conforto emocional, segurança sentimental ao enfrentar problemas de dor e morte e ainda de encontrar o sentido para a vida,
sempre foi usada como um poder paralelo ao político nas conquista de outras nações e sociedades, codjuvante tudo isso a mistura de um idioma falado ou na sua estinção, é possível mudar todo um sistema de pensamento.
A religião na idade moderna, não foi muito diferente, cronologicamente falando, a Idade Moderna é o período que se estendeu de 1453 a 1789, durante esse período, mesmo com a revolução Revolução Francesa e a ideia Iluminista não foi o suficiente para mudar ou separar o poder político da religião, só para recordar, a cada pais conquistado pelos europeus seja nas Américas ou no continente Africano a primeira atitude era realizar uma missa, assim como nos Zigurates, a substituição de uma crença por outra mais forte ou mais organizada, com um líder, um rei, um governante mais forte, um exército mais organizado, assim são absorvidas ou suprimidas as crenças de alguns povos.
Como é o caso dos povos africanos que na conquista de seu território, sua organização tribal e religiosa foram fortemente desestruturadas por duas religiões dominantes, hoje o que vemos e conhecemos das religiões africanas são apenas fragmentos e sincretismo de uma nova ordem de crença, e quanto as religiões indígenas brasileiras, suas crenças ficaram apenas nas lendas, e em alguns rituais que foram totalmente ou parcialmente modificados, a tudo isso somasse a proibição da língua tupi no ano de 1758 pelo Marquês de Pombal, ministro português, que instituiu o português como única língua do Brasil, segundo seu decreto objetivo principal era a completa integração dos índios à sociedade portuguesa, buscando não apenas o fim das discriminações sobre estes, mas a extinção das diferenças entre índios e brancos, ou suprimindo sua identidade, costumes, religiosidade e cultura.
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