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A Criação, Queda e Redenção

Por:   •  28/5/2024  •  Artigo  •  3.549 Palavras (15 Páginas)  •  62 Visualizações

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Criação, Queda e Redenção

A Redenção

A redenção é aquela ideia de comprar um escravo ou prisioneiro de guerra e conceder-lhe a liberdade novamente. Éramos escravos do pecado (Rm. 6.20) e por consequência, do Maligno (Cl. 1.13) e fomos libertos de ambos (Cl 1.14) por meio de Jesus Cristo.

Vamos ver primeiramente o que recebemos com essa redenção, o que poderemos chamar de pacotão da salvação, no âmbito pessoal para depois entendermos como se deu este processo da parte de Deus.

Pacotão da Salvação

Reconciliação – É o ato voluntário que Deus (graça), através de Jesus, que nos reconcilia consigo mesmo e, com isso, nos torna também reconciliáveis com todos os seres humanos. – (Cl 1.20; 2Co 5.18,19; Rm 5.8-11).

Justificação – só havia uma forma do ser humano ser justificado: pagando o salário do pecado (Rm 6.23) e vivendo após isso. De fato, morremos - não na nossa pessoa, mas na pessoa de Jesus (graça). Unidos a Ele em fé na Sua morte, também ressuscitamos na Sua ressurreição. A vida de pecado termina, pois estamos mortos para ele e a nova vida dos pecadores justificados se inicia (Rm 6.4-7). Neste momento, Deus nos declara justos a partir do comprometimento em absoluta confiança nos méritos da obra de Jesus Cristo. – (Rm 4.23-25).

Regeneração – é a ação do Espírito Santo em nós, produzindo a capacidade de crermos na obra de Deus (graça; Tt 3.4-7). A partir do momento em que somos inseridos na relação com Deus por meio do Filho, o Espírito passa a atuar em nossa vida progressivamente sobre nossa mente e nossa vontade, imprimindo em nós o caráter de Cristo – (Ez 36.25-27).

Santificação – quando uma pessoa se converte, ela é santificada pelo Espírito Santo (graça; 1Co 1.2; 2Ts 2.13). Mas a santificação também envolve uma resposta humana (Rm 6.19; 2Co 7.1). Esta resposta não significa que somos nós que nos santificamos; é Deus quem nos santifica. Porém temos uma responsabilidade de reagir positivamente a esta santificação baseados nos méritos de Cristo (Ef 2.10). Ou seja, já somos santos quando entramos na relação com Deus e agora devemos amadurecer nesta santificação (Ef 4.13,14).

Glorificação – é a restauração da imagem inicial (Gn 1.26) de forma progressiva na vida cristã. É Cristo quem nos glorifica (graça). Enquanto isso ocorre, a nossa busca por Ele se intensifica. Durante toda nossa vida deve ser assim, dia após dia. Até o dia em que estaremos totalmente com Ele e totalmente transformados (2Co 3.18).

Como essa redenção começou?

Se pegarmos um dos textos base da salvação (Ef 2.8) temos: “Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus”. Percebemos então que a salvação não tem a ver com algo nosso, mas com algo de Deus.

Porém o que isto significa? O que é esta graça que Paulo falou aqui? Para entendermos a amplitude da graça e consequentemente da redenção, precisamos ter um panorama maior da história da redenção.

Então vamos a um raciocínio que se apresenta nas Escrituras, feito pelo mesmo apóstolo Paulo:

At 17.28a “pois nele (em Deus) vivemos, e nos movemos, e existimos”.

Rm 3.12a “(de Deus) todos se extraviaram”.

Ou seja, se é em Deus que temos a existência, pular para fora de Deus é pular para o nada, para a não existência. Então, quando Adão pecou, era como se ele estivesse pulando para fora de Deus e tudo deveria ter deixado de existir!

Por que tudo? Porque toda a criação estava “pendurada” no homem, já que sobre toda ela Deus deu autoridade a ele (Gn 1.28). Por isso a criação caiu junto com o homem (Rm 8.20). Assim, o universo inteiro deveria ter sido eliminado com a Queda!

Mas porque não foi? Se Deus é Santo, se somos pecadores e nada existe fora de Deus, como um Deus Santo carrega em Si pecadores? Era para a santidade de Deus ter nos lançado para a inexistência! E por que isso não aconteceu? Seja o que for, que tenha nos mantido existindo, não tem nada a ver conosco: é dom de Deus.

Um ponto que devemos destacar nesta história é que romper com Deus é optar pela maldade como estilo de vida. Então, como deveríamos ter ficado? Vejamos o que Paulo diz (Rm 3.10-18):

  • Não há nenhum justo, nem um sequer (ausência de justiça);
  • Não há ninguém que entenda (ausência de capacidade intelectual);
  • Não há ninguém que busque a Deus (indisposição da vontade e ingratidão);
  • Todos se desviaram (rejeição ao que é correto);
  • Tornaram-se juntamente inúteis (ninguém é produtivo);
  • Não há ninguém que faça o bem, não há nem um sequer (todos são maldosos em absoluto).
  • Suas gargantas são um túmulo aberto (todos querem devorar todos);
  • Com suas línguas enganam (todos são enganadores).
  • Veneno de serpentes está em seus lábios (todos são traiçoeiros).
  • Suas bocas estão cheias de maldição e amargura (todos são rancorosos e infelizes).
  • Seus pés são ágeis para derramar sangue (todos planejam e executam atos homicidas);
  • Ruína e desgraça marcam os seus caminhos (destroem, abusam, roubam);
  • E não conhecem o caminho da paz (são irreconciliáveis, revanchistas e vingativos);
  • Aos seus olhos é inútil temer a Deus (eliminaram Deus de suas vidas).

Este quadro é muito assustador e por mais que tenhamos em alguns casos algo semelhante, não chegamos a esta realidade em absoluto. Então, o que aconteceu? Sabemos que muitos que não conhecem a Deus agem como se o conhecessem. Como isso é possível? Por que há pessoas boas e que amam ao próximo, fazem o bem, promovem a justiça, sem, no entanto não crerem em Deus? O fato é que Deus não só nos manteve existindo como decidiu nos dar qualidade de vida.

Com a Queda, perdemos a unidade humana, mas não a capacidade de relacionamento; perdemos a confiança em Deus, mas não a possibilidade do diálogo; amaldiçoamos a terra, mas ela ainda nos dá vida; perdemos a relação de igualdade, mas ainda formamos famílias; perdemos a comunhão com Deus, mas não a esperança.

Como isso pode ser possível se era pra sermos consumidos pela maldade? A resposta é que Deus nos emprestou a sua bondade. Mais um presente de Deus. Isso é o que Tiago declara (Tg 1.17): “Toda boa dádiva e todo dom perfeito vêm do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança, nem sombra de variação”. Então, tudo de bom, que acontece no mundo é presente de Deus.

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