A Sede Do Ser Humano E A Sede De Deus

Artigo sobre o 3º Domingo da quaresma do ano A

A Sede do ser humano e a sede de Deus

A Palavra de Deus nos chama hoje a uma experiência do amor e da gratuidade de Deus, a Primeira leitura, nos apresenta um povo que parece esta cansado de ser livre por que tem adversidade, muitas vezes repetimos isso. Começamos a caminhar, com cristo e ai surgem os problemas e com eles nosso desanimo e nossa murmuração como se caminhar com Cristo só valeria se vivêssemos sem adversidade. Então se levanta uma primeira questão por que seguimos a Jesus, para ter uma vida sossegada, para não ter doença ou o seguimos por que cremos que somente ele tem palavras de vida eterna.?

Aquele povo diante de uma luta reclama da liberdade. Quantas vezes pensamos em deixar a Igreja, a missa, a pastoral, o movimento por que temos situações difíceis, por que passamos por dificuldades que nós achávamos que não passaríamos porem nunca foi essa a proposta de Jesus, ele nos disse quem quiser me seguir tome a cruz de cada dia e me siga.

Mais apesar da murmuração Deus vem em auxilio, Deus é um DEUS de misericórdia. O Povo tem sede e a imagem da água que perpassa toda liturgia do dia de hoje é muito importante, até por que a água é um elemento essencial para vida, podemos ficar dias sem comida, mas não podemos ficar sem água, até por que somos 70% água. E Deus prover. Já na segunda leitura S. Paulo vai nos lembrar que Cristo é a nova rocha onde brota a água vivificante, pois assim como no deserto daquela rocha fluiu água que saciou e salvou o povo em meio a sede, pela fé em Cristo temos a graça e temos uma esperança que jamais decepciona, por que o amor de Deus foi derramado, jorrou para nós, e agora habita em nossos corações. E ele fez isso por amor, não por mérito nosso, são Paulo faz questão de lembrar que talvez por alguém muito bom alguém se proponha a morrer, mais jamais por uma pessoa repleta de falhas. Mas Jesus o fez, e com sua entrega jorrou a água da vida, da liberdade. Cristo veio saciar a sede de liberdade, como hoje somos chamados pela campanha da fraternidade a saciar a sede de tantos que estão aprisionados, não numa cadeia, ou senzala, mas em condições indignas , exploradas pelas suas necessidades financeiras, ou por serem empregados, quantos empregados são desrespeitados , ou tratados de forma humilhantes por pessoas que vão a Igreja comungam, mais não olham o outro como irmãos. Assim como Cristo saciou a nossa sede de liberdade se entregando por nós, somos chamados pela Igreja, para que juntos não deixemos que nenhum tipo de exploração e desrespeito aconteça.

O Evangelho nos coloca diante do maior dialogo que os evangelhos registram, Jesus vai ao poço de Jacó, por que tem sede. Mas do que Jesus tem sede? O Senhor da vida, esta sedento de que? Não da água física, até por que aquela não é a melhor hora para retirar água, mas ele sabia que a sua sede, de salvar iria ser saciada, por que naquele lugar iria alguém que também tinha uma sede e ele que é fonte da água viva podia saciar.

Algumas coisas nos chamam por demais a atenção, primeiro o fato daquela mulher samaritana ir ao meio dia pegar água. Será que ela era a única pessoa que não sabia que se pega água pela manha quando a água esta bem fresca? Ou será que ela prefere vir ao meio dia, beber uma água salobra? Tem que haver um motivo, e este ficará claro no decorrer daquela conversa, quando Jesus deixa claro que aquela mulher tinha tido muitos relacionamentos, já havia buscado a felicidade em muitos braços, se deixando levar pelos arroubos dos seus sentimentos, das suas paixões, mas apesar disso continuava sedenta. A primeira coisa que compreendemos e que podemos esconder nossa sede do mundo, mais Jesus a conhece bem e vem ao nosso encontro para sacia-la.

Provavelmente aquela mulher depois de tantos relacionamentos, e pelo que a conversa nos relava ate com homens casados, ela deveria sofre muitos preconceitos, provavelmente quando ela ia pegar água pela manha era maltratada pelas outras mulheres, era insultada.

Talvez aquela mulher cansada de ser ofendida, magoada e humilhada