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APOSTILA DE ENSINO RELIGIOSO

Por:   •  5/2/2019  •  Projeto de pesquisa  •  3.053 Palavras (13 Páginas)  •  349 Visualizações

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE – UERN

PRÓ-REITORIA DE ENSINO E GRADUAÇÃO – PROEG

CURSO DE LICENCIATURA EM CIÊNCIAS DA RELIGIÃO

FLÁVIA GOMES DA SILVA

DEUS ESTÁ MORTO! AINDA...

NATAL / RN

2015

FLÁVIA GOMES DA SILVA

DEUS ESTÁ MORTO! AINDA...

Projeto de pesquisa apresentado como requisito para obtenção de aprovação na disciplina de Monografia I, no Curso de Ciências da Religião, na Universidade do Estado do Rio Grande – UERN.

Orientador: Professor Ms. William de Macêdo Virgínio

NATAL

2015

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO        3

2 JUSTIFICATIVA        5

3 OBJETIVOS        7

3.1 GERAL        7

3.2 ESPECÍFICOS        7

4 REFERENCIAL TEÓRICO        8

5 PROCEDIMENTOS METODOLOGICOS        11

6 CRONOGRAMA        12

REFERÊNCIAS        13


1 INTRODUÇÃO

Na modernidade a verdade não é mais estabelecida por postulados de fé. A tradição religiosa, não fundamenta mais o sentido capaz de organizar de forma coercitiva a vida dos fiéis. Nas sociedades modernas, a crença e a participação religiosa passam a ser de ordem pessoal. Por este motivo, compreendemos que a sentença Nietzschiana, de que Deus está morto, presente especificamente na “Gaia ciência” e “Assim Falou Zaratustra”, perdura.

Mas, essa expressão de imediato pode causar confusão em sua interpretação, pois ela pode sugerir diversas leituras.  Dessa maneira, o objeto de estudo dessa pesquisa limita-se a investigar a perca tradicional da fé. A partir da sentença de Nietzsche sobre a morte de Deus pretendemos percorrer os caminhos dessa discussão.

Sabemos que no fim do século XlX já não era novidade a notícia da morte de Deus. Especificamente entre os intelectuais da época de Nietzsche. Nesse período as ciências naturais e sociais estão em avanço. O mundo passa a ser explicado por teorias, leis e métodos. Queremos saber como tudo funciona e como podemos compreender e manipular a natureza a nosso favor. O sentido e o significado das coisas ficam irrelevantes. A importância de Deus como o caminho norteador para a sociedade, a história, a natureza e para o individuo passa a não ter mais relevância. Nietzsche antever a corrosão da crença nesse período. Portanto, pretendemos depreender a atualidade do sentido da morte de Deus no século XX.

 Na sociedade moderna presenciamos a separação entre a Igreja e Estado, o homem manifesta uma relação particular com o sagrado e com o mundo. A vida social não é mais submetida aos ditames das instituições religiosas. A religião não satisfaz mais o homem, ela é somente uma das esferas que complementa a sociedade.  Presenciamos o enfraquecimento social e cultural da religião cada vez mais com características específicas da modernidade como, por exemplo, a racionalidade, a autonomia do indivíduo-sujeito e a forma particular de organização social. Por outro lado o avanço do fundamentalismo e radicalismo é acentuado. Vivemos a “morte de Deus” ou, ao contrário, o reencantamento do mundo? E se não há mais discussão do sentido absoluto, então o que há? Desta forma, nessa perspectiva pretendemos depreender em que medida há religiosidade depois da “morte de Deus”? Pretendemos responder esta pergunta no desenvolvimento desse trabalho.

                                                                                                                                     

2 JUSTIFICATIVA

A escolha deste trabalho consiste do conflito que tive com minha experiência religiosa. Assim como, da empatia do filósofo Friedrich Nietzsche, a partir da disciplina de Filosofia das Tradições Religiosas I, ministrada por meu orientador, no segundo período deste curso.

Testemunhei o paradoxo entre o que os fieis dizem acerca de sua crença e a maneira que eles vivenciavam a sua fé. Havia uma contradição, como se houvesse mais a necessidade de crer, do que realmente a crença em algo transcendente. Havia a vontade de negar a realidade, de se apegar ao nada, como um subterfúgio dessa vida niilista. Não existe razão para acreditar em um mundo verdadeiro, pois ele não obriga mais a nada, ele não serve mais. Desapareceu o “mundo verdadeiro”. O além-mundo não convence mais ninguém. Para Nietzsche, o mundo verdadeiro se tornou uma fábula.

O espaço antes cedido pela fé foi ocupado pela forma estritamente sistemática do pensamento. Pois, compreendo o afastamento de características transcendentes para preocupações imanentes. Por este motivo, fiquei intrigada para compreender os motivos que acarretaram essa mudança brusca da fé tradicional.

Desta maneira, não há mais uma totalidade da experiência religiosa em todas as esferas sociais. Nem a pretensão da religião em reger toda sociedade e a vida dos indivíduos. O desenvolvimento da crença condiz com a necessidade do fiel em buscar sua satisfação. Na sociedade moderna a religião não proporciona o sentido da vida para todos. A crença e a participação religiosa são de ordem pessoal. Há uma separação entre a esfera pública e a esfera privada. De um lado está o Estado com seus sistemas de ditames e do outro temos o indivíduo com suas “liberdades”. Esta é uma característica específica dos tempos modernos. Portanto, nessa perspectiva pretendo estudar em que medida há religiosidade depois da “morte de Deus”.

Em suma, a validade de investigar o sentido e a permanência da expressão “Deus está morto” na modernidade é corrente por traduzir o resultado do comportamento moral do homem na história. Atualmente suas consequências evidencia a discussão sobre o fenômeno religioso. Assim, pretendo contribuir com a fundamentação teórica do filósofo Friedrich Nietzsche, com reflexões sobre o problema que ele coloca — ao tipo de homem que devemos cultivar. Também espero que este estudo seja relevante devido à singularidade desta pesquisa para o Curso Ciências da Religião.

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