AS LINGUAGUENS DA EXPERIÊNCIA RELIGIOSA
Por: cleitorodri • 4/5/2017 • Resenha • 797 Palavras (4 Páginas) • 489 Visualizações
AS LINGUAGUENS DA EXPERIÊNCIA RELIGIOSA
Todos os povos tiveram e têm uma expressão religiosa, seja ela simbólica á linguagem. Á literatura, arte, em rituais variadíssimos, nos corpos doutrinários, em modelos de vidas, entre outros. Uma das características fundamentais do ser humano é estar sempre em busca de novas experiências assim sempre gerando consciência das necessidades físicas, psíquicas, socioculturais de suas limitações. A partir dessas constatações, Severino Croatto estabelece uma análise das experiências religiosas.
As experiências religiosas são relacionais e as necessidades são saciadas na esfera da “transcendência [...] as físicas por milagres [...] as psíquicas pela paz, o gozo da glória [...] e as socioculturais por uma nova ordem sócia l[...] e o surgimento de um mundo novo.” ( CROATTO, 2001. p. 45).Nesse campo relacional o autor adentra o conceito de sagrado que, para ele, diz respeito a algo santo, separado, reservado – impregnado de alguma maneira por uma realidade transcendente entre Deus e o homem que se mostra nos gestos, palavras, objetos e etc.
Na hierofania encontramos elementos que demonstram que o sagrado é, em si, parte do profano e que este ascende ao divino por meio de sua sacralização assim, a diferenciação entre sagrado e profano se dá por meio de suas operações, pois o objeto sagrado que é mundano é sacralizado pela hierofania“Entretanto tal diferença é operativa e ajuda a esclarecer [...] a não confundir o transcendentes( o divino)com os objeto sagrado,por exemplo,uma estatua,uma imagem”.( CROATTO, 2001, p. 60)
Entende-se na tentativa de estabelecer essa comunicação é que chegamos ao Símbolo. Podemos dizer que o símbolo é a linguagem formal que expressa o sagrado, é uma representação visível de algo que não se pode ver. É a linguagem fundante da religião, é por meio dele que a “transcendência” pode ser percebida em sua forma palpável, visível. O símbolo é a chave da linguagem inteira da experiência religiosa. Ele sustenta as outras linguagens o Símbolo significa união de duas coisas com uma parte remetendo a outra. No caso do símbolo permanecemos na esfera do sentido e por isso é possível impor às coisas materiais, que possuem seu sentido próprio, um segundo sentido, evidenciando aí manifestação das suas experiências, de quem amplia o sentido do mundo material. Dois fatos são importantes: a segunda realidade não está diretamente nas coisas, mas é particular para cada pessoa. E as coisas não são simbólicas por elas mesmas, mas se tornam simbólicas em virtude da experiência humana. Por isso (Croatto,2001) explica: O símbolo transignifica, enquanto significa algo além de seu próprio sentido primário,Sem os objetos convertidos em símbolos, apaga-se a percepção do sagrado na forma como se experimenta, e tampouco se pode expressá-la.
Com muitas variedades das cosias ajuda a visualizar o sagrado de muitas formas, sem que nenhuma delas se esgote. A partir daí, (Croatto,2001) define uma série de características pertinentes ao símbolo, demonstradas a seguir: o símbolo é pode ter vários significados, pois uma mesma coisa pode significar diversos símbolos mas no momento da manifestação do sagrado o símbolo apresenta apenas uma das várias significações que ele possa possuir.A ideia de que o símbolo une duas realidades separadas que ao mesmo tempo se completam e fazem parte de uma mesma estrutura fenomenológica. Por si só ele é capaz de conduzir o homem a uma experiência que foge do cotidiano faz com que ele possa vivenciar as várias categorias hierofânicas do sagrado, o símbolo religioso pode ser tido como uma forma de experiência da realidade, ou seja, ele, de certa forma, sacraliza o que está à sua volta dando-lhe um sentido supranatural. Como vimos anteriormente, é também relacional e por isso se torna um fato social. O símbolo é permanente, posto que as coisas tenham sempre a mesma representação simbólica através dos tempos, sendo também universal, uma vez que podem aparecer ao mesmo tempo e em lugares diferentes ou em épocas diferentes, essa interpretação se difere de explicação, pois na primeira é a experiência que conta e não a elucidação. Croatto coloca ainda algumas das possibilidades que podem operar de modo a fazer com que o símbolo desapareça, seja pelo conceitual ismo e positivismo – quando o sentido do símbolo é traduzido numa linguagem meramente racional e quando é reduzido.
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