Introdução A Teologia Evangélica

Introdução a Teologia Evangélica

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

BARTH, Karl. Introdução à Teologia Evangélica; Teologia Contemporânea. Editora Sinodal, 9ª Edição Revisada, 2007; Publicado sob a supervisão da EST; Tradução: Lindolfo Weigartner; Titulo original: Einführung in Die Evangelische Theologie.

APRESENTAÇÃO DO AUTOR DA OBRA:

Karl Barth (1886-1968), nasceu em Basiléia, Suíça. Era filho de Fritz Barth, um ministro reformado e professor de Novo Testamento e História da Igreja na Universidade de Berna, na Suíça, e Anna Sartorius. Ele recebeu sua educação inicial como membro da Igreja Reformada Suíça por seu pastor, Robert Aeschbacher. Essa educação deixou marcas profundas em sua mente, as quais podem ser notadas em toda a sua produção teológica. Barth é considerado um dos teólogos mais importantes do século XX, um dos fundadores da chamada teologia neo-ortodoxa. Por sua posição antinazista foi obrigado a refugiar-se em Basiléia, onde desenvolveu seu ministério, tendo a fé reformada como confissão. Sua influência e contribuição foram exponenciais à Teologia, recebendo a alcunha debart hismo, ligando-a assim diretamente aos seus ensinos. Karl Barth fez parte da chamada Teologia Dialética junto a teólogos como Jurgen Moltmann, E. Brunner e outros. Em 1913 ele se casou com Nelly Hoffman, uma talentosa violonista, com a qual teve uma filha e quatro filhos.

APRESENTAÇAO DA OBRA:

Esta obra é uma afirmação sobre as funções da teologia evangélica e a vida do teólogo. O termo evangélico é enfatizado para distinguir o objeto desta teologia - o único Deus verdadeiro - de todas as outras "teologias" como religiões, filosofias e ideologias sem Deus.

ESTRUTURA:

O livro é uma incursão na teologia prática, de profundo esmero e valor. Um livro de tamanho médio e de poucas páginas, porém fecundo. Compreende quatro séries de palestras de Karl Barth: subdivididas em 17 preleções, em que ele aborda a Teologia Evangélica e o seu lugar, sua existência e os perigos que a ameaçam e o labor teológico.

SÍNTESE DA OBRA:

No primeiro capítulo do livro, Barth tem como objetivo principal, definir o lugar específico da Teologia – Teologia Evangélica, em quatro preleções: A Palavra; As Testemunhas; A Comunidade; O Espírito. Barth aborda de forma objetiva, qual o verdadeiro lugar da teologia, iniciando a sua busca com a Palavra de Deus. Barth não se interessa em comparar teologias ou religiões para julgar qual a teologia ou religião é superior porque todas elas se consideram e se representam como a melhor teologia. Para Barth, a Teologia Evangélica apresenta o Deus que se manifesta no evangelho, que por si mesmo fala aos seres humanos. Ele destaca que o Deus do evangelho é o Deus que, de sua parte se acha voltado em misericórdia para a existência de todos os seres humanos e para tornar essa reflexão mais fácil, Barth assinala três premissas com as quais a teologia evangélica estabelece a sua esfera de reflexão: na existência humana; na fé da comunidade e finalmente, na própria razão por ser a nossa fonte de reflexão no entendimento da fé que temos em Deus e que é transmitida por meio da sua revelação exponencial no Evangelho. Dando destaque que, pela sua própria natureza, o assunto dessa teologia evangélica será sempre Deus.

O Lugar da Teologia - Qual é o lugar da ciência teológica no mundo moderno? No fim da Idade Média a Teologia vinha perdendo continuamente seu espaço na história do pensamento, ao ponto de chegar exaurida ao século XIX envolvida num debate desesperado pela sua existência. Na reflexão de Barth a teologia é colocada para ouvir, confirmar e anunciar a Palavra de Deus. Sendo assim a teologia evangélica existe a serviço da Palavra, e ela deve ouvi-la tanto intensiva como extensivamente, entendendo-a e sistematizando-a. Para Barth o lugar da Teologia é definido pelo seu próprio assunto, isto é de dentro, pois não se pode falar de Deus de outra forma que não seja teologicamente. Mesmo a Filosofia quando trata de Deus, sempre o aborda numa perspectiva teológica. A partir daí a Teologia desenvolverá a sua esfera de reflexão ora interagindo com outras ciências como a História ou com outros ramos da Teologia como a teologia bíblica ou a exegese. A Teologia é regulada, fundamentada e constituída a partir da Palavra e precisa obedecê-la firmemente. A Teologia é uma ciência que sempre irá trabalhar com a palavra, seja a Palavra como conceito revelado pelo testemunho da Bíblia, ou como decodificação humana para o entendimento desse fenômeno. No entanto, o conhecimento da teologia da Palavra é sempre de segunda mão, assim, a teologia é colocada sob a autoridade do primário "testemunhas bíblicas da Palavra". Para Barth essas testemunhas são os profetas do AT, e os apóstolos do NT. A Teologia lida com o Logos de Deus pelo testemunho da testemunhas bíblicas da Palavra, sendo estas, testemunhas primárias. E uma vez que a teologia tem a função de dar respostas humanas à palavra Divina, ela não pode estar acima das testemunhas bíblicas ou dos escritos bíblicos. Portanto, a teologia deve atestar a Palavra de Deus pela Sua auto-revelação nas Escrituras, concluindo que aqui será um lugar para a Teologia. Barth desataca ainda que a teologia esta a serviço da comunidade o povo chamado e despertado para fé onde todos são comissionados a proclamar a obra de Deus e Sua Palavra no mundo. O lugar da teologia frente à palavra de Deus, e às testemunhas da mesma, não se encontra em qualquer parte no espaço vazio, mas bem concretamente na comunidade, concluindo que a comunidade, também será o lugar da Teologia. Ele também destaca a importância da ação do Espírito Santo, na teologia para a interpretação correta da palavra. Da mesma maneira como o Espírito Santo agiu inspirando a Palavra através das testemunhas no A.T e no N.T, Ele continua agindo na igreja. Em resumo para a teologia ser útil à comunidade, ela deve depender completamente do Espírito Santo.

A existência teológica – Os dois primeiros conjuntos de palestras de Barth descrevem sua teologia, enquanto os últimos são escritos com a vida diária do teólogo em mente. Barth fala das atitudes de admiração, preocupação, compromisso e fé que deve caracterizar todo teólogo, e lamenta as propensões do teólogo para a tentação e dúvida. Para ele, o teólogo deve exercer sua fé livremente, sendo submisso a Palavra de Deus, obedecendo