O EVANGELHO SEGUNDO MARCOS
Por: 12017377 • 7/11/2022 • Resenha • 1.552 Palavras (7 Páginas) • 121 Visualizações
[pic 1]PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS
INSTITUTO DE FILOSOFIA E TEOLOGIA DOM JOÃO R. COSTA
DISCIPLINA: Evangelho de Marcos
DOSCENTE: Prof. Pe. Júnior Vasconcelos
DISCENTE: José Victor Guimarães Assis
RESUMO – O EVANGELHO SEGUNDO MARCOS
O evangelho segundo Marcos é a primeira narração que recorda a história da libertação dos homens por Deus em Jesus. O evangelho é a mensagem que Jesus, o Filho de Deus, proclama a proximidade de Deus e seu Reino, no tempo acabado. O Evangelho de Deus se encarna na vida de Jesus e a proximidade do Reino se atualiza nas parábolas e nos milagres. O Evangelho é também aclarado pela cruz e, de volta, a esclarece também; ele é o testemunho dado no coração das denúncias dos fraticidas. O relato de Marcos foi tomado como modelo e ele é reconhecido hoje, como uma das fontes de Mateus e Lucas, além disso, é, em si mesmo, uma obra de valor, um sucesso como escritura, um ato de significação e de convicção.
Alguns critérios foram adotados para que se pudesse apreender a organização dos escritos: a observação do contexto espacial, a observação das relações entre os personagens e uma atenção ao desenvolvimento do drama. Dessa diversidade pode-se concluir, ao mesmo tempo, que nenhum fio permite marcar cortes verdadeiramente nítidos no conjunto da narrativa, mas também que todas proposições convergem para um ponto decisivo com a confissão de Cesareia.
No capítulo inicial, Deus é o primeiro a tomar a palavra no relato, ele fala pelas escrituras, assim, o evangelho começa como citação das Escrituras judaicas. Com João e o seu batismo de conversão começam os deslocamentos; Jerusalém e toda a Judeia se dirigem ao deserto, no rio Jordão. Jesus vai também, é batizado e sua aflição é proclamada por Deus; Ele recebe o Espírito que o expõe à tentação. João entregue, Jesus apanha a bandeira da proclamação. O chamado à conversão se inicia com o chamado de dois pescadores, eles deixam tudo para segui-lo. A jornada de curas revela a autoridade de Jesus; Ele quebra tabus religiosos e sociais ao se aproximar e curar os excluídos e marginalizados. O retorno a Cafarnaum abre uma série de controvérsias construídas em encaixamento.
O capítulo quarto e quinto apresenta uma sequência de parábolas e milagres intercalados pela cena da incompreensão da família de Jesus e depois o envio em missão dos doze discípulos. O capítulo sexto e sétimo apresenta uma imagem antecipatória da Paixão com a morte do Batista. O episódio da multiplicação; Jesus caminha sobre as águas. Nos capítulos oitavo, nono e décimo, o caminho que se orienta para Jerusalém é marcado por três anúncios da Paixão e da ressurreição; o primeiro na confissão de Pedro em Cesareia, o segundo é seguido de reflexões sobre a condição do discípulo e o terceiro assegura o lugar dos últimos à sua direita e esquerda. O capítulo onze apresenta a entrada triunfal e aclamada do Filho de Davi em sua cidade. Os capítulos quatorze e quinze a Paixão e o capítulo dezesseis decorre sobre a manhã pascal. Contudo, existe algumas controvérsias quanto ao último capítulo, pois provavelmente foi acrescentado posteriormente. A hipótese do final primitivo curto prevalece hoje sobre a de uma mutilação do texto.
O evangelho segundo Marcos é uma obra que quis ficar anônima. Quando o autor recebeu uma pregação de Jesus e sobre Jesus, que traduziu em um relato de vida, sua personalidade se apagou diante da autoridade da mensagem a ser comunicada, o Evangelho. A importância dada a essa reserva põe a questão da identidade de Marcos em seu justo lugar. Comentando a afirmação de um presbítero João, Papias qualifica Marcos de intérprete de Pedro, entretanto, a referência de Papias sustenta que Marcos pode ter escrito em Roma depois da morte de Pedro. O Novo Testamento faz diversas referências a Marcos, sendo que a tradição eclesiástica identificou Marcos com João Marcos, um judeu-cristão da comunidade de Jerusalém, discípulo de Pedro, primo de Barnabé e companheiro de Paulo e Barnabé na missão. Observa-se o papel importante que desempenha Marcos, pois apresenta aquilo que provavelmente foi narrado por Pedro. O evangelho de Marcos é um escrito de língua grega tingida de semitismos, próximas de tradições orais aramaicas, usa muito o presente histórico e suas imperfeições redacionais são visíveis, contudo, traz uma vivacidade poética.
A tradição localiza o evangelho em Roma. Nada no texto permite confirmar, mas se notam latinismos; o fato de Mateus e Lucas o terem conhecido e reconhecido por sua autoridade, a ponto de utilizá-lo como uma de suas fontes comuns, pleiteiam um centro urbano e eclesial de certa irradiação, entre outros fatos, levam Roma a ser a hipótese privilegiada. Partindo do capítulo 13, leva a datação para o ano 70. Quanto à origem religiosa dos destinatários, é a ausência de reflexão profunda sobre a Torá, ao contrário de evangelho de Mateus, que nos leva a pensar em pagãos-cristãos, pois os deslocamentos de Jesus nos territórios de Tiro e Sídon, Cesaréria de Filipe e no lago da Galileia na Decápolis, apoia essa hipótese.
Dentro dos gêneros literários podemos distinguir: um grande relato de Paixão (cap. 14-16); inúmeros relatos de cura e de exorcismos; duas séries de controvérsias com os adversários; a boa-nova do Reino, que reclama uma proximidade de escuta, toma também o desvio do falar em parábolas; um longo discurso de traços apocalípticos (cap. 13). O autor do evangelho herdou tradições que situamos sob a sua remodelagem; sem dúvida ele se beneficiou de fontes escritas e de material oral, de primeiros esboços do judeu-cristianismo da Palestina e de outros mais marcados pela cultura helênica. A mola essencial da composição de Marcos, que assegura uma coerência teológica, foi designada pela expressão “segredo messiânico”.
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