O SOFRIMENTO HUMANO COMO INSTRUMENTO DA GLÓRIA DE DEUS
Por: markissimo • 24/4/2021 • Artigo • 2.402 Palavras (10 Páginas) • 191 Visualizações
O SOFRIMENTO HUMANO COMO INSTRUMENTO DA GLÓRIA DE DEUS
TEXTO BASE: Jó 1.1 – 2.10
O livro de Jó é o primeiro livro poético do A.T. Alguns estudiosos vão dizer que ele foi escrito no século 6 a.C e a tradição atribui sua autoria a Moisés.
Todo o livro de Jó é estruturado em poesia hebraica. Ele é constituído em um prólogo e um epílogo, que é composto de diálogos e monólogos. Para muitos, o livro de Jó é tido como o maior poema dos tempos antigos e modernos.
O livro de Jó conta a história de um homem bom que é tomado por aflições. Ele é despojado de suas riquezas, de sua família e de sua saúde. 3 amigos vem consolá-lo na sua desgraça, e os quatro se envolvem numa longa discussão na qual eles procuram explicar que tudo o que aconteceu na vida de Jó estava vinculado aos seus pecados e Jó rejeita esta teoria, insistindo na sua própria inocência.
A esta altura aparece um novo personagem, Eliú que faz 4 discursos pensando que iria solucionar o problema de Jó, finalmente o próprio Deus se dirige a Jó e restaura sua prosperidade.
Para muitos ateus, o livro de Jó é uma obra que depõe contra o próprio Deus pois um Deus que envia o sofrimento a seus filhos é no fim das contas um Deus que sente prazer no sofrimento alheio.
Para os péssimos teólogos, o Livro de Jó é um prato cheio para se pregar a teologia da prosperidade. Porque se o diabo tira, Deus restitui 2x mais.
Porém, a visão mais correta que eu e você precisamos ter do livro de Jó, é de um Deus que glorifica seu próprio nome utilizando o sofrimento humano como instrumento para isso.
E este é o tema da mensagem de hoje:
“O Sofrimento humano como instrumento da glória de Deus”.
DESENVOLVIMENTO
Logo no início, do cap. 1, do verso 1 ao 5, encontramos 3 características em relação à Jó que nos mostra a raiz do sofrimento deste homem:
- Em primeiro lugar - Era um homem justo
Não havia um motivo pessoal para que Jó sofresse o que sofreu. Ao longo da exposição iremos ver como este homem sofreu, porém seu sofrimento não estava ligado ao seu caráter pois o texto nos afirma que ele era um homem justo, íntegro e reto.
- Em segundo lugar – Era um homem próspero
Jó não era um pé rapado, ele não era um pobre necessitado, Jó era rico e não apenas rico, mas era o homem mais rico de todo o oriente. Possuia 7 mil ovelhas, 3 mil camelos, quinhentas juntas de bois, ou seja, 1.000 bois e um número grande de funcionários. (2 mil picanhas)
De forma que sua desgraça não poderia estar associada à uma riqueza ilícita porque no Antigo Testamento a prosperidade representava parte da promessa de Deus ao povo de Israel.
- Em terceiro lugar – Jó tinha uma família estruturada
Seus 10 filhos eram unidos, banqueteavam uns nas casas dos outros, estavam sempre juntos, suas filhas que provavelmente ainda eram solteiras e moravam com seu pai, eram convidadas para estes banquetes.
Era uma família religiosamente funcional. Assim que acabavam os banquetes, Jó oferecia holocaustos de acordo com o número de seus filhos. Jó fazia isso continuamente.
A pergunta que surge então é a seguinte:
Se Jó não fez por merecer, por que então este homem sofreu o que sofreu?
Irmãos, a resposta para esta pergunta não pode ser encontrada nesta terra. Se você vasculhar os 5 primeiros versículos deste livro, você não vai encontrar nenhum fundamento que te leve a pensar que todo sofrimento deste homem é de natureza terrena.
E se não é terrena, só pode ser espiritual. E de fato era.
A partir do verso 13 até o verso 19, temos a primeira onda de calamidades que afligiu a Jó.
Observe comigo: (LER O TEXTO)
Certo dia, os filhos de Jó estavam na casa de seu primogênito, banqueteando como de costume. Quando veio um mensageiro dizendo que a fazenda de Jó havia sido invadida, seus funcionários foram mortos e todo seu rebanho foi roubado.
Antes de terminar de falar, um outro mensageiro chega avisando que fogo de Deus, caiu do céu e queimou suas ovelhas e seus servos.
Mas quando o segundo mensageiro estava terminando de falar, chegou o terceiro dizendo que os camelos de Jó foram roubados e seus servos assassinados pelos Caldeus.
E como desgraça pouca é bobagem, antes de terminar de falar, o quarto mensageiro se aproxima dizendo que um forte vento se deu contra a casa do filho primogênito de Jó, lugar em que todos os seus filhos estavam reunidos e os matou.
No capítulo 2, verso 7 encontramos a segunda onda de aflição. Jó é tomado da cabeça aos pés por tumores malignos, como era costume naquela época, no primeiro momento de aflição, jó rasga sua túnica, raspa sua cabeça e lança pó sobre ela, aqui, ele se assenta nas cinzas, pega um pedaço de caco e começa a se raspar.
Irmãos, a atitude de Jó nestes 2 momentos são surpreendentes. Jó poderia ter reclamado com os guardas da fronteira porque não impediram que assassinos e ladrões levassem seus animais para suas terras, ele poderia ter esbravejado com seus funcionários porque se eles estivessem atentos, estas calamidades não aconteceriam.
Jó poderia ter culpado o arquiteto e o engenheiro que projetaram a casa de seu primogênito porque a construção não resistiu à força do vento.
Porque é isso o que fazemos.
Geralmente, nossa primeira atitude diante da calamidade é procurar culpados ou então nós nos viramos para Deus e perguntamos: Senhor, será que eu fiz algo errado para ser punido desse jeito?
E Jó nos ensina que algumas vezes a resposta para esta pergunta não está nas situações terrenas, está no céu.
Isso nos ensina algumas preciosas lições acerca da relação entre o sofrimento humano e a glória de Deus.
- EM PRIMEIRO LUGAR – O SOFRIMENTO PODE SER UMA INICIATIVA DE DEUS (Vs. 6-12)
A mensagem de Jó pode ser escandalosa para algumas pessoas pois é escandaloso afirmar que o sofrimento humano pode ter sua raiz divina. Mas é exatamente isso que vemos no texto.
Eu não quero e não pretendo entrar no mérito sobre esta assembleia entre os seres angelicais e Deus, sobre como e quando eles se apresentam a Deus, mas o fato é que eles se apresentam e nesta assembleia, satanás também se apresentou.
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