Os Ritos de Sacrifício
Por: Guilherme Bitencourt • 19/5/2018 • Artigo • 1.945 Palavras (8 Páginas) • 862 Visualizações
Ritual do ORÒ dos Orixás
Os Ritos de Sacrifício.
Os Ritos de Sacrifício se iniciam com o oferecimento a Esù. Bem Cedo, as pessoas se dirigem ao seu quarto. É feito o ritual da Quartinha com água :
- Derrama-se tr6es pingos de água no chão, dizendo:
Omí tún
Ònan Tún
Pèlè Tún
Bate-se com as costas da mão, dizendo:
Esù Mopè
Mo pè ........ (nome do Exu homenageado)
Faz-se a matança dos bichos Saudando esù, com exceção do primeiro verso, que sempre é destinado a homenagear Ogún, o dono da faca :
Ogún s’orò Soro
Ejè balè Kararò
Ogún ayò
Ejè Balè Kararò
Esù lê a bale
A esù àgba
Tani pè mòmòn s’orò
A Esù àgba
Esù ta mi lóre
Mo ju gangan lodo
Esù ta mi lòre
Mo ju gangan lodo
Ejé s’orò esú pá ô
Ejé s’orò,
A pa rire
Para os Sacrifícios dos Orisàs algumas providências são observadas :
- O responsável pelos sacrifícios é o Asogún e seus auxiliares, òtun e osí
- Os Sacrifícios segue estaordem dos animais:
- A Cabra ou Bode
- Galinhas
- Angolas
- Pombos
- Todos os bichos são do mesmo sexo e cor do orisà homenageado
- As pessoas que desejarem dar uma galinha, ou seja, tomar Asé, elas serão oferecidas junto com as galinhas do Ìbosè.
- Neste caso, essas pessoas não poderão sair do terreiro, permanecendo até o término dos trabalhos.
- Conforme alguns critérios, as pessoas do Orisà homenageado, que não estão presentes, seus assentamentos não comerão, por cautela, em virtude de se ignorar o que estejam fazendo naquele momento.
- Não há vela acesa, a luz é natural,
- usa-se os seguintes tempreros, conforme a qualidade do Orisà :
a) Iyò (sal)
b) Epò (dendê)
c) Oyin (Mel)
d) Epò Didun (azeite doce)
Coloca-se uma terrina com um pouco de água com três akàsà, que a Àyaba terá a incumbência de mexer à medida que o èjè da cabra for caindo. Com uma cabaça, a mistura será colocada em cima dos assentamentos, ao contrário dos bichos de pena.
Toda a seqüência do ritual é acompanhada de cânticos que interpretam e determinam o que está sendo feito e o que se pretende.
O Bicho de 4 pés, é limpo e vestido com um pano . E trazido por quem o oferece, preso a uma forte corda amarrada ao pescoço do animal, a mesma que será enrolada em seu focinho, e acompanhada pelos filhos, num autêntico cortejo. Canta-se para apresentar o bicho ao tempo :
Mo rubó Eu Ofereço
Mo rubó sé Eu Ofereço em troca,
Mo rubó Eu Ofereço
A seguir são dadas ao animal folhas de aroeira – Ewé Àjobi – pois nenhum animal pode ser sacrificado com fome, canta-se :
Eran Orisà O Animal do Orixá
Lo gbe wé o faz uso das Folhar
Eran Orisá O Animal do Orisá
Lo be wé faz uso
Com as folhas na boca, é amarrada a corda no focinho do animal, para não permitir que ele grite, o que inviabilizaria o sacrifício, e canta-se :
O dì Gangan A Corda Amarra
O dì gan o amarra firmemente
Diante do animal todos se ajoelham para saúda-lo . É o ritual de troca, ele morre em troca da vida das pessoas.Saudação ombro a ombro e toca a cabeça na testa do animal, fazendo um curto pedido. Isto tem de ser feito rapidamente, a fim de que o animal não desfaleça asfixiado. Se isto acontecer, outro animal deverá substituí-lo. Canta-se :
Ago bo ni jé pedimos licença
Alá Forikan Batemos cabeça
Alá Forikan batemos cabeça
Gbo Gbo o Todos nós
Ago bo ni jé pedimos licença
Alá forikan batemos cabeça
Alá Forikán Aiyè batemos cabeça para a terra
O Animal em seguida é sacrificado e Ogún devidamente reverenciado :
Ogún s’orò s’orò
Ejè balé Kara ro
Ogún Ayò
Ejè balè Kara ro
A lâmina colhe as primeiras gotas do sangue que pinga no chão em reverência à Onilê ( senhores da terra ). Em seguida é colocado na terrina com a ayaba mexendo para não coagular. Uma outra pessoa com uma cabaça vai tirando o èjé e derrama sobre todos os assentamentos. E as cantigas vão se sucedendo :
èjé s’orò “Orixá” pá ò
èjé s’orò
a pa rire
Bi ewé je pa lá láré
“Orixá” a pere pá
Bi ewé je pa lá láré
“Orixá a pere pá
Para o momento em que a cabeça é separada do corpo :
Orí a Bodí
Ogege maá ni yí o
Orí a bodí
Ogege Aje
No momento em que a cabeça recebe o corte final de separação do corpo, é dito : “ogegé ta fà o”, que significa “ser puxada e separada”. A cabeça é devidamente desamarrada, e a corda partida em quatro partes iguais, para ir no carrego, canta-se:
Kò si ní dide A corda foi solta
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